17 de dezembro de 2014

Aécio: oposição pretende aprovar relatório paralelo da CPMI da Petrobras

Petrolão: Aécio disse que oposição pretende aprovar ‘relatório paralelo’ da CPMI da Petrobras, o dia promete de ser de muito embate no Congresso.


Graça Foster mentiu na CPMI e escondeu fatos importantes


Fonte: O Globo



Em relatório paralelo ao da CPI, oposição dirá que Graça mentiu


Documento também terá propostas de indiciamentos criminais


Governo e oposição preveem para hoje um embate sobre a aprovação do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. A oposição pretende aprovar um “relatório paralelo”, confirmou ontem o senador Aécio Neves (PSDB-MG), “com propostas de indiciamentos criminais”. O texto também acusará a presidente da PetrobrasGraça Foster, de ter mentido ao Congresso quando, em depoimento à CPMI, disse que desconhecia as irregularidades na estatal. Para AécioGraça já sabia de parte das fraudes desde o início do ano, quando recebeu relatório sobre pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM.


A bancada governista, por sua vez, preparou um relatório de quase mil páginas, sem sugestões de indiciamentos, mas com a análise de alguns contratos feitos pela Petrobras entre 2007 e 2013. Um deles é o da construção da plataforma P-57 pela SBM.


No mês passado, a empresa holandesa fez acordo com a Justiça da Holanda e dos Estados Unidos, no qual confessou ter distribuído US$ 102,2 milhões em propinas a funcionários da Petrobras — o maior pagamento foi de US$ 36,3 milhões, para garantir o contrato da P-57.


Ontem, a Petrobras distribuiu nota contestando reportagem publicada pelo GLOBO na segunda-feira sobre a assinatura do contrato da P-57 com valores em branco, em fevereiro de 2008: “O contrato de construção da P-57 (nº 0801.0000032.7.2) foi assinado com seu valor expresso de US$ 1,195 bilhão”, afirma a estatal.


Petrobras atribuiu ao GLOBO um equívoco: “O contrato ao qual a matéria do Globo se refere é o contrato de prestação de serviço de operação da P-57 (nº 0801.0039420.08.2), o qual foi igualmente assinado em 1/2/2008, cujo valor é de R$ 114.786.882 . No momento da assinatura deste contrato, esse valor estava expresso na proposta comercial e na planilha de preços, que são partes integrantes do contrato”.


Ao contrário do que diz a Petrobras, O GLOBO relatou, literalmente, o que foi constatado pela assessoria técnica da CPMI sobre a P-57 — o que está confirmado em 15 páginas do relatório preparado pela própria bancada do governo para a votação hoje.


PREENCHIMENTO APÓS 7 MESES


CPMI da Petrobras analisa o contrato Petrobras-SBM: “No contrato de construção (nº 0801.0000032.7.2) da plataforma P-57 não consta informação expressa sobre o seu valor” — descreve — “pois a cláusula que deveria informá-lo assim estabelece: ‘Preço do contrato’ significa o Valor Global apurado conforme descrito no Anexo XVII deste Contrato, correspondendo a todos os serviços e trabalhos requeridos para entregar toda a FSPO-57 (….)’”.


Acrescenta: “O contrato (nº 0801.0000032.7.2) de prestação de serviços não informa os valores envolvidos. Na ‘Cláusula Quinta — Preço e Valor’, os campos destinados a apresentar os valores estimados da contratação não foram preenchidos”.


CPMI da Petrobras demonstra, no relatório feito pela bancada governista, que o preenchimento dos campos de valores do contrato da P-57 ocorreu sete meses depois de sua assinatura: “Somente em 26 de agosto de 2008, 207 dias após, esses valores foram ‘preenchidos’ por meio do Aditivo nº 1 (…) Note-se que o Aditivo nº 1 ao preencher a ‘Cláusula Quinta — Preço e Valor’ o fez de forma parcial(…).”


Em 2009, o Tribunal de Contas da União já havia feito alertas à presidência da Petrobras sobre esse contrato, porque, na avaliação do tribunal, a estatal havia realizado a aquisição da plataforma P-57 sem que tivesse, “ao menos, uma ideia ou conceito acerca do objeto (do contrato) ou seu valor”. De acordo com o tribunal, a direção da estatal comprou a P-57 pelo valor de US$ 1,2 bilhão sem possuir sequer “um projeto básico ou orçamento detalhado”.

Aécio: marca de Carvalho são denúncias de corrupção em Santo André

Carvalho ficou com medo de Aécio acabar com as boquinhas do PT


Fonte: O Globo



Aécio rebate Gilberto Carvalho, cita assassinato de Celso Daniel e as ‘boquinhas do PT’


Segundo senador, a principal marca da biografia do ministro ‘será sempre seu envolvimento’ com denúncias de corrupção em Santo André


Líderes da oposição reagiram no mesmo tom ao que chamaram de declarações “chulas” do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, de que ‘morria de medo’ de vitória do ‘playboyzinho’, referindo-se ao senador e presidente do PSDB, candidato derrotado na disputa presidencial, Aécio Neves. Todos disseram que o “medo” de Carvalho era de que viesse a tona mais escândalos de corrupção, ou sobre denúncias de seu envolvimento com pagamentos de propina na prefeitura de Santo André, que culminaram com o assassinato do então prefeito Celso Daniel, do PT. O caso continua sob investigação no Supremo Tribunal Federal.


— Os termos que o ministro se referiu a um senador da República e presidente de um partido só confirma sua baixa estatura política. Mesmo depois de 12 anos como ministro, a principal marca da biografia do senhor Gilberto Carvalho será sempre seu envolvimento com as graves denúncias de corrupção em Santo André, que culminaram com o assassinato do prefeito Celso Daniel, ainda não esclarecido — reagiu Aécio Neves.


Em resposta ao ministro, Aécio disse que seu medo era que, se fosse eleito, iria colocar o país em ordem e acabar com as “boquinhas” do PT no governo.


— O ministro Gilberto Carvalho tem mesmo razões para ter medo. Temia que seu eu fosse eleito, eu iria acabar com a corrupção, colocar ordem no País e acabar com as boquinhas do seu partido, em especial a dele próprio — alfinetou Aécio.


Mais irritado, o líder do PSDB , senador Aloysio Nunes (SP) chamou Carvalho de “cafajeste”. E disse que o ministro sabe onde seu “rabo”está preso para justificar o medo.


— Trata-se de um cafajeste! O fato de um ministro de estado se referir nesses termos a um senador e presidente de partido reflete bem o baixo nível do governo Dilma. Eu não sei de que ele tinha medo, se Aécio ganhasse. Mas ele sabe onde o rabo dele está preso. Especula-se muito sobre isso _ reagiu Aloysio Nunes.


— O medo do ministro Gilberto Carvalho é que a presidente Dilma Rousseff faça uma delação premiada — disse o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA).


Outros parlamentares e líderes foram mais explícitos sobre seu envolvimento nas investigações sobre o esquema de corrupção e morte do prefeito Celso Daniel, em Santo André.


— É melhor ser chamado de playboyzinho do que de homem do carro preto que fazia a coleta da propina em Santo André — disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).


— Melhor ser chamado de playboyzinho do que de homem da mala de São Bernardo — completou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).