30 de abril de 2010

Aécio Neves sobre os prefeitos: “Farei o possível para convencê-los de que o melhor para Minas Gerais é a eleição de José Serra”


Aécio diz que vai convencer prefeitos pró-Dilmasia a apoiarem Serra

O ex-governador Aécio Neves (PSDB) disse que não há hipótese de prefeitos de PSDB, DEM e PPS em Minas não apoiarem o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra.

Aécio havia sido questionado sobre o voto “Dilmasia” –a possibilidade de os eleitores mineiros votarem em Antonio Anastasia (PSDB) para o governador e Dilma Rousseff (PT) para presidente.

Aécio disse que não há garantia, no entanto, do apoio total dos partidos que integram tanto a base federal quanto a aliança estadual em Minas, como PP, PR, PDT, PTB e PSB.

“Pode ser que exista um prefeito que pode ter essa opção [Dilmasia]. Farei o possível para convencê-lo de que o melhor para Minas Gerais é a eleição de José Serra”, afirmou Aécio.

O tucano disse que usará “a mesma ênfase” ao pedir votos para Serra e para a reeleição de Anastasia. “É importante em nível nacional que possamos ter um governo que privilegie o mérito, que avance nos investimentos em Minas, que descentralize a administração pública. É um conjunto de conceitos que estão incorporados na plataforma do governador José Serra”, disse Aécio.


Folha: “Aécio afirma que eleição perde sem Ciro e elogia proposta do Ministério da Segurança”


Aécio afirma que eleição perde sem Ciro e elogia proposta do Ministério da Segurança

O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), pré-candidato ao Senado, disse nesta quinta-feira que a saída do deputado Ciro Gomes (PSB) da disputa presidencial foi uma perda para o debate político. Ele também aprovou a ideia do pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, de criar um Ministério da Segurança Pública.

“Tenho uma enorme identidade com o companheiro Ciro Gomes, acho que independente de que, seja o beneficiário, se Serra, se Dilma [Rouseff], se Marina [Silva], não importa, da sua saída, acho que perde o processo eleitoral”, afirmou o ex-governador em visita ao Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, onde se reuniu com o atual ocupante do cargo, Antonio Anastasia, segundo entrevista distribuída pela assessoria do governo mineiro.

Para ele, o empobrecimento se dá pelo tom plebiscitário que a disputa pode ter sem Ciro. “Acho que, no futuro, ainda estaremos juntos em projetos importantes a favor do país”, afirmou sobre Ciro.

Sobre o Ministério da Segurança Pública, Aécio lembrou da experiência de Serra como ex-governador e ex-prefeito. “Há praticamente uma omissão, uma ausência absoluta da presença do governo federal na parceria com os Estados no enfrentamento da segurança pública.” Para ele, um novo ministério é uma opção saudável.

Segundo Aécio, não existe a hipótese de um prefeito do PSDB de Minas votar em Dilma. “Pode ser que exista um prefeito, que seja da nossa base aqui em Minas, e seja da base federal, não do PSDB, obviamente, não do Democratas, não do PPS, que pode ter essa opção. Farei o possível para convencê-lo de que o melhor para Minas Gerais é a eleição de José Serra”, afirmou.

O ex-governador negou que esteja negociando como o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que é seu primo, para que ele seja o vice de Serra. “Não cabe a mim a condução dessas negociações em relação a composição da chapa.”



29 de abril de 2010

Aécio Neves é recebido pelo governador Antonio Anastasia no Palácio Tiradentes


O governador Antonio Anastasia recebeu, nesta quinta-feira, dia 29, no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, o ex-governador Aécio Neves. Em passagem hoje por Belo Horizonte, Aécio fez a primeira visita ao governador Antonio Anastasia após deixar o governo em 31 de março.



Serra visita Uberlândia e Aécio Neves trabalha para consolidar PSDB na Região do Triângulo Mineiro


Campanha ao lado de Aécio

Em visita ao Triângulo Mineiro, ex-governador de Minas Gerais promete viajar com Serra pelo estado e pelo país. Lideranças do PP regional anunciam que estarão no palanque do tucano

A troca de afagos entre o pré-candidato à Presidência José Serra e o ex-governador mineiro Aécio Neves deixa claro que o PSDB não quer correr o risco de perder a disputa no segundo colégio eleitoral do país. Durante a passagem do presidenciável pela região mais paulista de Minas, os dois não se descolaram. Logo que Aécio chegou na cidade, 15 minutos depois de Serra, os ex-governadores foram para uma sala ainda no aeroporto e tiveram uma conversa reservada de cinco minutos. Aécio prometeu reforçar a campanha do ex-governador paulista no estado e no país. Garantiu que vai viajar com o pré-candidato depois de uns dias de “férias”. A agenda ainda não está fechada.

“A força da sua juventude será fundamental para a nossa caminhada”, disse Serra. Ele elogiou também o talento do mineiro para escolher a equipe de trabalho, agradando, por tabela, o atual governador Antônio Anastasia, que era vice do tucano. O paulista ainda brincou do “conceito” de Aécio com as mulheres. “Muitas me pediram para dizer a ele que tirasse a barba”. Serra não pediu, mas o ex-governador mineiro apareceu de visual novo: sem barba, bronzeado e com os cabelos mais claros.

Desde que prometeu entrar de cabeça na campanha de Serra e viajar por Minas, esta é a primeira vez que o ex-governador mineiro colocou mesmo pé na estrada. O apoio do mineiro é essencial para a campanha do partido. Segundo aliados, Aécio deve ser o fiel da balança na região. Em 2002, a votação de Serra não foi tão expressiva. Teve, no primeiro turno, 17,9% dos votos. Contra 55,6% do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo turno, ficou com 29,2% e Lula, 70%. “Em 2002, existia um nome chamado Lula”, disse Aécio Neves, que foi eleito na região do Triângulo Mineiro com 72,9% dos votos.

O ex-governador mineiro, entretanto, negou a possibilidade de ser vice na chapa e afirmou que este assunto será debatido pela coligação. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que é primo de Aécio, está cogitado para ocupar a vaga de vice. O partido integra a base aliada do governo Lula, que está rachado com relação ao apoio a Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto.

Em Uberlândia, o prefeito da cidade, Odelmo Leão, que já foi líder do PP na Câmara dos Deputados, e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Alberto Pinto Coelho, cotado para vice na chapa do governador de Minas, Antonio Anastasia, garantiram que vão fazer campanha para o tucano no estado. Os dois acompanharam a comitiva de Serra na cidade. Ao lado de prefeitos, deputados estaduais e federais, o pré-candidato participou de um encontro na associação comercial. Do lado de fora do prédio, servidores da educação que estão em greve no estado protestaram e acabaram se enfrentando com a claque tucana. A comitiva entrou por outra porta e não viu a manifestação. Durante o encontro, militantes gritavam e batucavam o tempo todo “Serra, presidente, e Anastasia, governador”. Um jingle ecoava “Minas pode mais” e o “Triângulo pode mais”, em referência ao mote de Serra: “o Brasil pode mais”.

Em seu discurso de quase meia hora, Serra destacou lideranças locais e chegou a comparar o Triângulo Mineiro ao interior europeu. Mais uma vez, rasgou elogios a Aécio, a quem atribuiu os bons índices da região. “Isso é que é governar direito. Você nivela por cima.” Segundo ele, a região vai “decolar como um foguete”. Ontem, Serra deixou um pouco de lado o discurso do passado, em que contava seus feitos no Ministério da Saúde. Falou mais da sua experiência como prefeito da maior cidade do país.

Ministérios

Serra reforçou sua proposta de criação de novos ministérios. Nos últimos dias, o tucano vem batendo na tecla da necessidade de ter uma pasta específica para tratar de Segurança Pública. A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, criticou o projeto e disse que a medida vai inchar a máquina. Em resposta, Serra disse que, se eleito, iria acabar com algumas secretarias que ganharam status de ministério no governo Lula como a dos portos e de Assuntos Estratégicos. Serra prometeu também uma pasta para tratar dos portadores de deficiência.

O presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia, também atacou o governo. “As diferenças já começaram a aparecer. Queremos um Brasil servindo aos brasileiros. O PT um Brasil servindo ao partido”, disse. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, também participou da visita ao Triângulo Mineiro. Serra ouviu o tradicional “chororô” de prefeitos. Ouviu reclamações, lamentações e pedidos de obras. Por conta de uma reunião da Associação Mineira de Municípios que estava marcada para ontem também, cerca de 40 prefeitos participaram do encontro. O tucano foi cobrado a rever o pacto federativo e garantir a reforma tributária. Porém, as promessas para a região foram outras: o gasoduto e a transformação do aeroporto da cidade em internacional.

Atraso

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, chegou a Uberlândia por volta das 14h30. Ele foi recebido por lideranças da região e ficou esperando o ex-governador de Minas Aécio Neves chegar à cidade. “Aécio sempre brinca que ficava me esperando. Agora, eu sou o Serra pontual e ele está atrasado”. Serra comemorou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de derrubar a patente do Viagra. Para ele, o genérico vai agradar muita gente.

Para saber mais

Uma região bem rica

Com uma população em torno de 1,5 milhão de habitantes, o Triângulo Mineiro tem Uberlândia, Uberaba e Araguari como as principais cidades. É uma das regiões mais ricas de Minas Gerais, com a economia voltada para a distribuição. As principais indústrias ali instaladas relacionam-se aos setores de processamento de alimentos e madeira, açúcar e álcool, fumo e fertilizantes. Uberlândia, a maior cidade da região, com 634 mil moradores, é comandada pelo PP. O prefeito é Odelmo Leão. Já Uberaba (296 mil habitantes) e Araguari (111 mil habitantes) têm prefeitos do PMDB, Anderson Adauto e Marcos Coelho de Carvalho.

Ciro Gomes

Serra não quis comentar a decisão do PSB de retirar a candidatura de Ciro Gomes. Já Aécio fez questão de demonstrar insatisfação como afastamento do deputado federal da disputa pela Presidência. Ele disse que Ciro é preparado e que quem perde é a política brasileira, que terá uma eleição polarizada. Aécio disse que pretende conversar com Ciro para saber a possibilidade de, no futuro, estejam juntos”.


Artigo ressalta esforço organizado do Governo Aécio Neves no combate às desigualdades regionais e sociais em Minas


Governo de MG responde a “Os Dilemas de Minas Gerais”


Caminhos para o Desenvolvimento Regional

Partindo do pressuposto de que Minas Gerais é uma síntese do Brasil e com base em texto publicado em seu blog, gostaria de deixar aos seus leitores algumas reflexões sobre o que estamos vivenciando em nosso estado.

O governo de Minas possui um vigoroso programa de desenvolvimento regional.

Um programa de desenvolvimento, para ser eficaz, pressupõe um esforço de planejamento com base em projetos e indicadores de ação. Assim, o governo de Minas, no âmbito do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (modelo adotado inclusive por outros estados, vide o Rio de Janeiro) prevê e incorpora instrumentos de indução e acompanhamento do desenvolvimento regional.

As opções feitas pelo Governo de Minas a favor das regiões mais pobres são corajosas e devem ser saudadas porque buscam caminhos que podem criar as condições para o rompimento do ciclo de pobreza ao invés de investir em políticas que perpetuam a dependência do estado. Promover o planejamento, a implementação e a auto-gestão do processo de desenvolvimento sustentável que amplie as oportunidades para pessoas e fortaleça o território tem sido o nosso foco.

É fácil perceber a formidável inversão na lógica de investimento do estado que permite que hoje se faça, nas regiões com baixa dinâmica econômica de Minas, um investimento per capita quase três vezes superior à média estadual.

Pela primeira vez se observa um esforço organizado no sentido de diminuir as desigualdades regionais no estado e que só foi possível, a partir de um consistente projeto de prioridades anunciadas pelo governador Aécio Neves, no seu primeiro dia de governo: “governarei para toda Minas, mas permitam-me dizer que governarei com um olhar especial voltado para os mineiros dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas”.

A concretização desse compromisso veio com a criação da Secretaria Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, da qual sou a titular. Com isso, o governo sinalizou para a descentralização administrativa, a integração de ações de diversas áreas temáticas (secretarias e outros órgãos do Estado) com o foco em um único território.

A estratégia utilizada para as ações governamentais foi a de absorver o acúmulo dos conhecimentos locais e, assim, implementar, com eficiência, criatividade e permanente participação popular, projetos e programas que resultassem em efetivos avanços do bem estar da sociedade e do desenvolvimento regional. E, ainda, que se estruturam a partir de redes de gestão participativa que estimulam o protagonismo e a organização social no planejamento e execução de políticas públicas e na tomada de decisões.

A opção do Governo do Estado foi clara: priorizar investimentos que possibilitem não só a melhoria da qualidade de vida da população dessas regiões, mas também investimentos em infra-estrutura, educação, saúde e tecnologia, o que significa a criação de condições para atração de atividades produtivas que possam gerar emprego e renda para a população, permitindo o rompimento de um ciclo de perpetuação da tutela do estado.

Para isso, de forma resumida, podemos citar que o Governo de Minas está pavimentando todos os 219 municípios ligados por rodovias estaduais que não possuíam ligação asfáltica, sendo que oitenta e oito deles, ou 40,2%, estão localizados nas regiões Norte, Noroeste e Jequitinhonha/Mucuri. Mais de 30% da população rural destas regiões (500 mil pessoas) foram atendidas pelo Projeto de Combate à Pobreza Rural, com projetos de abastecimento de água, mecanização agrícola, dentre outros.

Por meio do programa Minas Comunica, garantiu telefonia celular para os 412 municípios mineiros que não possuíam acesso a este serviço: 134 destes municípios se localizam nestas regiões.

Para vencer a batalha por universalização do acesso ao saneamento básico, criou-se uma empresa, a COPANOR, com uma missão exclusiva:

garantir o serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário em todas as 463 localidades de 200 a 5.000 habitantes, de 92 municípios das Regiões Norte, Noroeste, e Jequitinhonha/Mucuri. Atualmente, 60 localidades já estão com os serviços em operação e outras 119 encontram-se em obras, beneficiando 1,2 milhão de habitantes.

Do ponto de vista dos indicadores, podemos dizer que a partir de investimentos maciços em saúde e educação, a mortalidade infantil caiu 13,5% entre 2002 e 2008 nas regiões mais pobres do estado. A queda nas internações por desnutrição infantil foi de 70% entre 2002 e 2009 .

Os indicadores de melhoria da qualidade na rede estadual de ensino comprovam que também na educação as regiões mais pobres se destacaram.

O aumento da proficiência média dos alunos da rede estadual, medida pelo Proalfa, em Minas, no período de 2006 a 2009 foi de 11,66. Já no grande Norte foi de 15,05%. O Proeb no período de 2008 e 2009 também confirma a tendência de um crescimento maior no desempenho dos alunos da 5ª e 9ª séries daquela região

Investir para diminuir as diferenças. É isso que o governo do estado vem fazendo. E é esse o único caminho para combater, de forma eficaz, as desigualdades regionais num estado que possui, dentro e si, tantas diferenças.

Atenciosamente,

* Elbe Brandão – Secretária de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas


27 de abril de 2010

Energia do Bem criado no Governo Aécio Neves chega a mais uma etapa – Anastasia entrega equipamentos de baixo consumo a 17 entidades


O governador Antonio Anastasia assinou, nesta segunda-feira (26), em Campo Belo, no Sul de Minas, termo de doação de geladeiras, chuveiros, lâmpadas e outros equipamentos de baixo consumo de energia para 17 entidades sociais de cinco municípios da região. A distribuição desses equipamentos faz parte do projeto Energia do Bem, integrante do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Cemig que já beneficiou 1.409 instituições com mais de R$ 23,5 milhões.

“Temos, de maneira muito positiva, um projeto social muito ativo, que significa um respeito às entidades filantrópicas e beneficentes. Essas entidades estão recebendo o apoio da Cemig, do Servas, do Governo do Estado, para reduzir a conta da tarifa de energia e poder gastar seus recursos mais com as pessoas que atendem. É um projeto muito positivo que tem ocorrido em toda Minas Gerais”, explicou o governador.

Além de Campo Belo, entidades de Candeias, Cristais, Santana do Jacaré e São Francisco de Paula serão beneficiadas pelo Energia do Bem. Serão beneficiadas instituições de longa permanência para idosos, creches, Apaes, abrigos, albergues, casas de passagem, casas-lares e centro de recuperação para dependentes químicos com equipamentos que geram economia de energia, além de permitir mais conforto e segurança.

O tipo de equipamento a ser instalado em cada instituição é definido a partir da avaliação dos técnicos da Cemig que visitam os locais. O programa substitui lâmpadas incandescentes por fluorescentes, instala chuveiros com recuperador de calor e substitui geladeiras de alto consumo de energia por outras mais eficientes. Todos os serviços são gratuitos sem nenhum ônus para as entidades.

Em Campo Belo, serão beneficiadas a Apae; a Associação de Promoção e Ação Social Cinira Silva/Clube Apas; a Creche Delminda Botelho; a Associação dos Deficientes Físicos de Campo Belo; a Comunidade Terapêutica Projeto Vida Nova (Provin); o Lar das Crianças Pedacinho do Céu e o Núcleo Assistencial Esperança; Serviço de Obras Sociais – SOS (sendo quatro unidades do SOS distintos). Em Candeias será beneficiada a Apae; em Cristais a Apae; Casa Lar 1 e Casa Lar 2. Santana do Jacaré recebe benefícios para o Centro Municipal de Educação Infantil Dona Mariana Ribeiro de Avelar; e São Francisco de Paula recebe os recursos na Apae.

Em Campo Belo, o governador Antonio Anastasia foi recebido por alunos da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), uma das entidades contempladas. A presidente da Apae, Antonieta de Oliveira Ferreira, afirmou que o Energia do Bem tem um significado muito especial para a instituição.

“Esse projeto vai trazer uma redução muito grande nos gastos com energia e, a partir de agora, as geladeiras serão substituídas por outras mais econômicas, tem energia solar, como também as lâmpadas serão todas trocadas. Isso é muito importante para nós, essa redução nos custos, porque isso nos dará condições de investir em outras utilidades, visando uma melhor qualidade de vida para os nossos assistidos”, comemorou.

O Energia do Bem é um dos projetos integrantes do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Cemig, do qual também fazem parte outros projetos, como Aquecimento Solar em instituições de longa permanência para idosos e nas casas construídas pela Cohab/MG e já investiu cerca de R$ 885 mil região. O Energia do Bem foi lançado há um ano, em parceria entre Servas, Cemig e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).

Gestão Pública

Ainda em Campo Belo, o governador Antonio Anastasia participou do Seminário de Direito Administrativo – Controle da Administração Pública. Durante a abertura do evento, Anastasia falou sobre o profissionalismo da gestão pública.

“Não adianta investirmos em educação, segurança, saúde, infraestrutura, agropecuária, saneamento, habitação, se não tivermos, a sustentar esse edifício, de maneira muito robusta, musculosa e vitaminada, uma administração pública eficiente, vocacionada para os resultados, uma administração pública profissional”.

Antonio Anastasia ressaltou que o Governo de Minas, em razão das políticas inovadoras adotadas e dos resultados alcançados, se tornou modelo de gestão no país e ganhou reconhecimento de instituições de fomento internacional como Banco Mundial. O governador afirmou também que o Poder Judiciário, Receita Federal, Receitas dos Estados e o Serviço Diplomático Brasileiro são exemplos positivos da eficiência do Estado.

O seminário acontece até esta terça-feira (27) e terá a participação do presidente da OAB, mestre em Direito e professor de Processo Civil, Luís Cláudio da Silva Chaves; Eurico Bitencourt Neto, secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, doutorando em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa e professor de Direito Administrativo; desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, doutor em Direito Administrativo pela UFMG, entre outros.


26 de abril de 2010

Aécio Neves e Serra trabalham para fortalecer unidade do PSDB


PSDB organiza viagem de Serra a Minas e Bahia

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, pode voltar a se encontrar com o ex-governador mineiro Aécio Neves nesta quarta-feira, em viagem a Minas Gerais.

O PSDB organiza a ida dos dois ex-governadores à região de Uberaba para visitar a Expozebu, um dos maiores eventos agropecuários do País.

Nesta fase de pré-campanha, Serra tem apostado em viagens ao Nordeste e a grandes colégios eleitorais, onde tem conversado com empresários e comerciantes e concedido entrevistas a rádios e televisões regionais.

Serra e Aécio promovem aparições públicas juntos como forma de mostrar unidade do partido. Considerado o vice dos sonhos de Serra, Aécio diz que disputará uma vaga ao Senado por Minas. Ontem, em entrevista ao jornalista Ricardo Noblat, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que, na opinião dele, “não tem chances” de o mineiro ser o vice.

Também está prevista a volta de Serra à Bahia nesta terça-feira para visitar Alagoinhas e Feira de Santana. Na primeira cidade, décimo maior colégio eleitoral do Estado, o prefeito é o tucano Paulo Cezar. Em Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral da Bahia, Serra participa do lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito José Ronaldo (DEM) ao Senado, na chapa, que lançará Paulo Souto (DEM) ao governo baiano com o apoio dos tucanos.

“É a segunda vez que ele vem num período de dez dias. É o reconhecimento da importância do Nordeste. O PT teve desempenho bom na Bahia nas últimas eleições, mas Serra pode mudar isso”, afirmou o deputado ACM Neto (DEM-BA).


Presidente do PSDB garante que Aécio Neves será candidato ao Senado e ressalta que um governo Dilma seria “fraco e antidemocrático”


Guerra: ‘O Brasil tomou nota do que Ciro falou’

Em entrevista pelo Twitter, presidente do PSDB diz que declarações sobre Dilma são ‘verdades’

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), comemorou ontem discretamente em entrevista ao jornalista Ricardo Noblat, por meio do Twitter, as declarações do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sobre a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Segundo ele, os comentários de Ciro são “verdades” e o Brasil não vai esquecê-los. Irritado com o PT e com seu próprio partido, Ciro disse, na semana passada, que o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra (SP), é mais bem preparado para governar do que Dilma.

- Ciro é uma pessoa que fala o que pensa. O que ele disse sobre Dilma são verdades. O Brasil tomou nota do que o Ciro falou e não vai esquecer disso – afirmou Guerra.

O presidente do PSDB evitou especular sobre como Ciro vai se posicionar na corrida presidencial, mas destacou: – Ciro afirmou que Serra estava mais qualificado para governar do que Dilma. Para mim, isso já é o bastante.

Segundo Guerra, um governo Dilma seria “fraco e antidemocrático”, enquanto um governo Serra seria “democrático, eficiente e sem aparelhamento”.

O senador afirmou que o PSDB no poder daria mais dinheiro ao programa Bolsa Família e não privatizaria o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobras.

Mesmo assim, disse que o partido faria um governo austero e gastaria com responsabilidade.

Senador diz que aliança com o PP não foi decidida O senador descartou a possibilidade de o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ser vice na chapa de Serra.

Disse também que ainda não há decisão sobre uma possível aliança com o PP, que teria como resultado o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) se tornar vice de Serra: – O PP vai decidir o seu rumo mais à frente.

Guerra afirmou que as pesquisas eleitorais encomendadas pelo PSDB no Nordeste mostram a liderança de Serra em Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte. Já Dilma está na frente na Bahia e no Maranhão.

Ciro lidera no Ceará.

Em Pernambuco, Paraíba e Piauí, Serra e Dilma estão empatados.

Leia mais em: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/04/25/dilma-nao-tem-lideranca-experiencia-para-governar-286403.asp

Fonte: O Globo

Zona Franca: Projeto de Aécio Neves fará com que Confins seja transformado no 1º aeroporto indústrial do país


Confins prepara primeiro aeroporto-indústria do país

Área de 46 mil metros quadrados está sendo preparada para abrigar, de início, nove empresas em regime aduaneiro especial

Ao deixar o governo mineiro, no final de março, Aécio Neves (PSDB) deixou encaminhado o projeto de ampliar a economia do estado para além de Belo Horizonte e do agronegócio. Alinhavado nos sete anos de sua gestão, o programa inclui medidas como a transferência do aeroporto internacional de Belo Horizonte para Confins, em 2005, e a criação da Cidade Administrativa, que levou a sede do governo do centro da capital para uma área mais afastada da região metropolitana.

O próximo passo, já em fase final de obras, é a criação do primeiro aeroporto-indústria do país em Confins- um projeto avaliado há dez anos pela Infraero, cujo conceito já é conhecido em diversos países. Trata-se de uma espécie de zona franca, anexa ao aeroporto, onde as empresas exportadoras ficam isentas do imposto de importação de seus insumos. Aárea, admnistrada por uma parceria entre governo estadual e a Infraero, será voltada para empresas da área de tecnologia, como fabricantes de eletroetrônicos e equipamentos médicos.

Foram investidos R$ 10 milhões para a preparação de um espaço de 46 milmetros quadrados, onde serão instaladas as nove primeiras indústrias. “As obras ficam prontas no final de maio, e pretendemos licitar os lotes ainda este semestre”, diz Luiz Antônio Athayde, subsecretário de Assuntos Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do de Minas Gerais. Este trecho, explica Athayde, é apenas a primeira etapa do projeto. Já há mapeada uma outra área, 16 vezes maior que a atual, para abrigar novas empresas no aeroporto-indústria numa segunda etapa.

Outros estados

Se o polo mineiro demostrar poder para atrair empresas e o conceito se provar vitorioso no incentivo à produção, será uma chance de reativar o interesse em outros estados. Aeroportos como Galeão (RJ), São José dos Campos (SP), Viracopos (SP) e Petrolina (PE) chegaram a ser apontados pela Infraero como áreas de potencial para este tipo de indústria, masnunca decolaram.

“Chegamos a fazer diversas reuniões, tivemos vários interessados, mas a Infraero acabou recuando”, conta o diretor do Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Saturnino Sérgio, que há três anos participou das negociações para aplicar o modelo em Viracopos, Campinas. “É ummodelo que mistura a presença privada com a gestão pública, já que a administração dos aeroportos pertence à Infraero; e por isso ficou tanta indefinição.”

“Foram realizados estudos que sinalizaram a necessidade de análises mais aprofundadas, ainda em andamento, das características socioeconômicas dessas regiões. Só após esse trabalho é que a Infraero definirá os potenciais aeroportos da rede capazes de adotar o conceito”, informou a Infraero.


23 de abril de 2010

Antonio Anastasia apresenta modelo de gestão do Mineirão para os jogos da Copa de 2014, diretrizes adotadas são inéditas no país


O governadorAntonio Anastasia apresentou, nesta quinta-feira (22), o modelo de gestão do Estádio GovernadorMagalhães Pinto (Mineirão) que será adotado após as obras de modernização do estádio para receber os jogos da Copa 2014. A proposta, semelhante à adotada com êxito em países da Europa e da Ásia, e ainda inédita no país, prevê um modelo de gestão compartilhada entre o Governo do Estado e iniciativa privada.

“Nosso objetivo é apresentar ao Brasil e ao mundo um estádio que vai servir à Copa das Confederações e à Copa do Mundo, mas que depois permaneça como uma arena de futebol, como um grande espaço multiuso para esportes, cultura e lazer. É um investimento expressivo e estamos inovando na questão da governança”, afirmou o governador em entrevista no Mineirão.

A exemplo das modificações realizadas nos maiores estádios da França, Alemanha e Cingapura, o novo modelo de gestão compartilhada do Mineirão garantirá o controle do estádio pelo Governo do Estado. Caberá à iniciativa privada a realização dos investimentos e execução da terceira etapa de obras de modernização do Mineirão, além da operacionalização e manutenção do estádio por 25 anos.

A primeira e a segunda etapas das obras do Mineirão estão sendo executadas com investimento de R$ 11,2 milhões, recursos próprios do Governo de Minas já definidos na Gestão de Aécio Neves. Segundo o governador, os clubes também serão representados por meio da Federação Mineira de Futebol na definição dos valores dos ingressos.

“A responsabilidade está bem clara. A determinação e o comando pertencem ao Governo, que é o dono do estádio. Os clubes terão as datas dos jogos, terão a receita. Então é um conforto de jogar em um local muito mais adequado para isso. E o mais importante, o grande beneficiado será naturalmente a torcida e aqueles que vão frequentar, os espectadores, a sociedade mineira. Teremos aqui um equipamento multiuso, extremamente moderno”, disse.

Indicadores de qualidade

O novo modelo de gestão prevê contraprestação financeira do Estado, que pagará anualmente, ao longo de 25 anos, determinado valor pelo investimento. A empresa também terá receita vinculada à exploração das áreas comerciais do estádio. Para garantir qualidade na gestão do Mineirão, o Governo de Minas estabeleceu indicadores de qualidade de prestação de serviços que a empresa vencedora do processo de licitação cumprirá.

“O Estado vai pagar anualmente, ao longo de 25 anos, um valor pelo investimento e ela também terá uma certa receita, vinculada à exploração das áreas comerciais e também de determinados setores do estádio”, disse o governador.

O Governo do Estado fará o monitoramento da gestão do estádio. Técnicos do governo farão acompanhamento permanente para garantir o nível de prestação de serviço, como grau de satisfação dos torcedores e dos clubes de futebol; qualidade da manutenção da infraestrutura; limpeza das instalações, inclusive banheiros, satisfação dos usuários (torcedores, imprensa, clubes), entre outros.

Caso o consórcio não atinja os indicadores estabelecidos, o Estado poderá impor penalidades ao empreendedor, reduzindo a margem de receita e até mesmo interrompendo a concessão, assumindo integralmente a gestão do estádio.

Espaço multiuso

O governador Antonio Anastasia acredita que os torcedores que forem ao Mineirão terão um espaço multiuso extremamente moderno. Segundo ele, esse modelo compartilhado de gestão entre o poder público e a iniciativa privada tem sido adotado em vários países. Com a modernização, o Governo de Minas pretende levar as famílias de volta ao estádio e fortalecer o futebol mineiro.

“O nosso projeto tem por objetivo principal a Copa do Mundo, mas não é só a Copa do Mundo, nós temos que pensar depois da Copa do Mundo. É um investimento grande. Então nós temos que ter durante os anos que se seguirem à Copa do Mundo um equipamento que seja bem utilizado, bem usufruído pelos clubes e pela população de Minas”, afirmou.

Consulta Pública

Com o objetivo de garantir transparência e ouvir as contribuições de todos os interessados, o projeto para a terceira etapa de obras do Mineirão e o modelo de gestão compartilhada para o estádio serão levados à consulta pública a partir da próxima quarta-feira (28). Documentos relativos a plantas arquitetônicas, descrição de modelo econômico adotado, minuta do contrato e do edital e caderno de encargos com as responsabilidades do Governo de Minas e do concessionário estarão disponibilizados no site http://www.estadopararesultados.mg.gov.br/ pelo período de 30 dias. Qualquer pessoa poderá acessar o site, deixar sugestões e tirar dúvidas a respeito do projeto.

Obras

A terceira etapa, prevista para ser iniciada em dezembro de 2010, está preliminarmente orçada em R$ 607,8 milhões, sendo R$ 370,3 milhões para intervenções no estádio e R$ 237,5 milhões para as obras da esplanada, anexos e estacionamentos. O valor final do investimento será conhecido com a publicação do edital de licitação, prevista para junho deste ano.

Para viabilizar a realização das obras de modernização dos estádios, foi disponibilizada pelo BNDES linha de crédito no valor de R$ 400 milhões para cada uma das 12 cidades sedes da Copa de 2014. Este valor poderá ser utilizado pelo parceiro privado que vencer a licitação para realização das obras do novo Mineirão.

Estão previstas intervenções como a cobertura das arquibancadas e a construção da esplanada no entorno do Mineirão, com estacionamento para 4.100 vagas e área de serviço, com lojas e restaurantes. Também será construída passarela ligando o Mineirão ao Mineirinho, arena que será usada como centro de apoio às atividades da Copa.

As intervenções no estádio serão realizadas observando os padrões exigidos pela FIFA, garantindo mais segurança, visibilidade e conforto ao torcedor e melhores condições de trabalho para os profissionais que atuam no estádio em eventos esportivos e não esportivos.

Melhorias para torcedores

O presidente do Comitê Executivo do Núcleo Gestor das Copas, Tadeu Barreto, disse que o governo realizou uma pesquisa para saber também quais as principais demandas do público para o estádio. “Os torcedores e frequentadores do Mineirão querem uma praça de alimentação, com bares e restaurantes, mais segurança e higiene”, disse.

O Mineirão entrou em obras em janeiro deste ano. Inicialmente, foram realizadas obras de correções estruturais. Em julho será iniciada a segunda etapa de obras com a demolição da “geral” e o rebaixamento do gramado em 3,5 metros para dar melhor visibilidade ao público. A partir dessa fase, o Mineirão será fechado ao público e os jogos dos times da capital serão transferidos para a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, na região Central do Estado. No final do ano, os jogos poderão ser realizados também no estádio Independência, em Belo Horizonte. Os dois estádios estão sendo reformados e ampliados pelo Governo de Minas.

O que muda no Mineirão

Estacionamento com 4.100 vagas

Capacidade de público será de 69 mil torcedores

Gramado será rebaixado em 3,5 metros

120 corredores e 250 catracas permitirão acesso de 100 mil espectadores/hora

64 guichês de atendimento

Vestiários remodelados

Área para camarotes com oito mil metros quadrados

Área de imprensa ampliada, com a adequação dos estacionamentos para caminhões de grande porte, remodelamento das cabines de transmissão e realização de melhorias físicas e nos sistemas de telecomunicações

Tribuna central com plataforma para câmeras, com capacidade para 1.375 observadores, mil mesas de trabalho e 300 postos para comentaristas

Dois telões de alto desempenho, com dimensões de 12 x 6,8 metros, em tecnologia LED SMD

Sistema de vigilância videodigital com monitoramente por câmeras internas e externas

Ingressos eletrônicos

Novas saídas de emergência

22 de abril de 2010

Discrição ética de Aécio Cunha, político tradicional de Minas e pai de Aécio Neves, que nos últimos anos soube se manter longe dos holofotes


A discrição ética

Durante os quase oito anos em que o filho Aécio Neves exerceu as elevadas funções de governador do Estado de Minas Gerais, o seu pai, ex-deputado Aécio Cunha, manteve uma posição absolutamente discreta e distante dos atrativos do poder. Compareceu, é claro, à posse perante a Assembleia Legislativa e à solenidade no Palácio da Liberdade, mas procurou conservar-se fora do alcance dos holofotes oficiais. Reapareceu agora, quando o filho se afastou do cargo em cumprimento a um dispositivo legal, desincompatibilizando-se para concorrer ao Senado da República, ou, quem sabe, além dele. Os rumos políticos são sempre imprevisíveis, principalmente quando passam por Minas Gerais.

Para quem conhece e acompanha já faz mais tempo as longas estradas da vida pública mineira, o sempre discreto comportamento do ex-parlamentar com origem em Teófilo Otoni não surpreendeu. Foi sempre avesso, por formação e ética pessoal, ao exercício das bajulações, muito menos ao falso fascínio das badalações sociais. Seria natural que buscasse o terreno oficial da influência política, pois, afinal, o governador do Estado era seu filho. Optou, todavia, pela equidistância, mantendo-se fiel aos deveres de cidadão e aos apelos da própria consciência.

Não se conhecem indicações de Aécio Cunha para postos de destaque na administração nem instâncias em torno de possíveis favores oficiais. A discrição que revelou no início do governo, que agora chegou ao fim, foi mantida até o último dia do mandato que se encerrou na semana passada. Compareceu à posse e compareceu à despedida. Nada mais.

Nos primeiros anos do que se convencionou chamar de Nova República, o ex-deputado Aécio Cunha já havia se afastado da militância política, depois de ter sido eleito para a Câmara federal tantas vezes quantas foi candidato. O filho, na época, exercia o seu primeiro mandato junto ao Congresso, como herdeiro de uma respeitável tradição política. Do lado materno, era neto de Tancredo Neves; pelo ramo paterno, do ex-deputado e conceituado Tristão da Cunha, antigo militante do velho partido Republicano de Minas, comandado pelo ex-presidente Artur Bernardes.

Aécio, o pai, havia sido nomeado pelo presidente da República para ocupar o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União, função altamente remunerada e vitalícia: receberia os proventos atribuídos ao posto enquanto vivesse. Um jornal do Rio de Janeiro, no entanto – que na certa não conhecia o caráter do mineiro do Vale do Mucuri – cometeu a leviandade de dar uma nota, segundo a qual a sua nomeação para o TCU tinha por forçar o jovem filho deputado federal a votar favoravelmente aos projetos enviados pelo governo.

Aécio Cunha não pensou duas vezes: no mesmo dia da publicação enviou ao presidente da República uma carta, renunciando, em caráter irrevogável, antes mesmo de tomar posse, à honrosa nomeação. Abriu mão do subsídio vitalício, mesmo nunca tendo sido um homem dotado de recursos financeiros mais generosos. Só não abriu mão de sua ética intocável e da dignidade pessoal que o acompanha ao longo do tempo. É uma figura que jamais deslustrou a história política de Minas.


Tancredo Neves é homenageado em Ouro Preto no dia da Inconfidência

A histórica cidade de Ouro Preto foi palco de uma emocionante festa cívica, nesta quarta-feira (21 de abril), no encerramento das comemorações da Semana da Inconfidência. Durante a cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, a maior comenda do Governo do Estado, Minas prestou homenagem à Liberdade e ao ex-presidente Tancredo Neves.
O governador Antonio Anastasia presidiu a cerimônia, que condecorou 280 personalidades, entre ministros, parlamentares, educadores, artistas e empresários e que foi assistida por mais de duas mil pessoas.
Neste ano, a Praça Tiradentes, um dos principais pontos turísticos da cidade, foi enfeitada com um imenso tapete de serragem, símbolo da manifestação popular do povo ouro-pretano. No centro do tapete estava inscrita a palavra “Liberdade”. A solenidade foi aberta com a leitura de um trecho do poema “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles. Da janela de um casarão, o ator Mauro Mendonça falou da palavra Liberdade. Enquanto declamava, em diversos pontos da praça, estandartes de várias cores reverenciavam a memória do grande líder da Inconfidência Mineira. Nos estandartes podiam ser lidos trechos do poema.
Durante a cerimônia, o governador Antonio Anastasia passou em revista à tropa e prestou homenagens ao mártir da Inconfidência Mineira. Ao lado da ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia Antunes Rocha, ele depositou flores no monumento a Tiradentes.
A cantora mineira Aline Calixto e o violinista Gilvan Oliveira acompanharam a banda da Polícia Militar no Hino da Proclamação da República e no samba enredo ”Liberdade, liberdade”, durante a aposição de flores. Aos pés do monumento a Tiradentes, estudantes do programa Valores de Minas lançaram fitas vermelhas e amarelas para o alto, colorindo todos os cantos da Praça.
Em mais um momento emocionante da cerimônia, um estudante ouro-pretano, integrante do Circo de Ouro Preto, da sacada do Museu da Inconfidência, entregou o fogo simbólico do panteão ao cavaleiro Gilmar Eugênio do Nascimento, que o repassou ao cadete Wesley Dias Guido. Representando o alferes Tiradentes, o militar percorreu o centro da praça, ao som de “O Trem Caipira”, de Villa Lobos, acompanhado de 12 cadetes, simbolizando os inconfidentes sepultados no panteão. O fogo simbólico foi entregue ao governador Antonio Anastasia que acendeu a Pira da Liberdade.
Ao som da música Serra da Boa Esperança, de Lamartine Babo, o governador retornou ao placo para assinar o decreto transferindo simbolicamente a capital de Minas para Ouro Preto e para dar início à entrega das medalhas da Inconfidência.

Jovens comemoram a liberdade
Em um dos momentos mais marcantes e belos da cerimônia, crianças de Ouro Preto, integrantes do projeto Circo, Arte-educação e Cidadania, tomaram a Praça Tiradentes em um grande cortejo, com estandartes e tambores para encenar a memória dos afrodescendentes e prestar uma homenagem ao lendário líder africano Chico Rei, defensor de uma liberdade universal.
No final da apresentação, as crianças entregaram fitas coloridas com a inscrição “Somos todos Chico Rei”. Duas crianças correram ao palco, em direção ao governador Antonio Anastasia, que recebeu deles uma fita.
Outro momento emocionante aconteceu no encerramento da cerimônia quando 270 jovens do programa Valores de Minas surgiram de todos os lados da Praça cantando a música “O que é, O que é”, de Gonzaguinha. Ao final, cobriram a praça com uma grande bandeira de Minas. A solenidade foi coordenada pelo diretor de teatro, Carlos Gradim. Telões foram instalados em pontos estratégicos para que a população, turistas e visitantes pudessem acompanhar toda a cerimônia.

Galerias de fotos

Grande Medalha
http://www.flickr.com/photos/governo_de_minas_gerais/sets/72157623780532945/

Medalha de Honra
http://www.flickr.com/photos/governo_de_minas_gerais/sets/72157623905093152/

Medalha da Inconfidência
http://www.flickr.com/photos/governo_de_minas_gerais/sets/72157623905143978/

Aécio foi o primeiro a engatar a ideia do pós-lulismo, contrastando com o antilulismo. Sem medo de resgatar o passado


Campanha da coragem
Sem medo de resgatar o passado

“Sem medo de ser feliz?” Aécio Neves, o bem avaliado governador mineiro, que acaba de deixar o posto para se candidatar ao Senado, no surpreendente discurso por ocasião do lançamento de José Serra à Presidência da República, decidiu não apenas responder ao slogan de Lula em 2002, mas fazer um repto: “Sem medo de resgatar o passado”. O neto de Tancredo deixou claro seu posicionamento, livrando-se de insinuações que davam conta de postura tíbia ante a candidatura do governador paulista. Por trás da desconfiança, uma agenda pontilhada de encontros e gentilezas entre ele, o presidente Luiz Inácio e a candidata Dilma, em que a cordialidade teria dado lugar à amizade pessoal.

Aécio foi o primeiro a engatar a ideia do pós-lulismo, contrastando com o antilulismo apregoado por companheiros tucanos. Ainda como pano de fundo, registrava-se um contencioso histórico, atrelado à versão de resistência dos mineiros a mais um candidato paulista no plano federal. O sonho de resgatar o legado de Tancredo, arrebatado pelo destino, ainda permanece aceso nas Minas Gerais, unidade de forte tradição política.

Os tucanos viveram um período como aves sem rumo. Sem discurso e sem estratégia. O comício de Brasília lhes mostrou a biruta. Passaram a sentir a rota do vento. Mais que isso, a ameaça de olhar para o retrovisor, recorrente na liturgia petista, pairava sobre o tucanato. Pois bem, os fantasmas saíram das tumbas e, para decepção do PT, não assustaram ninguém. Ao contrário, receberam aplausos.

O autor da façanha da “volta ao passado, sem medo de ser feliz” foi ele, Aécio Neves. Resgatou a temida pauta da comparação entre os ciclos FHC e Lula, aceitando o jogo que o PT quer e o PSDB não pretendia jogar. A peroração abrigou quesitos que o petismo escreveu na lousa durante o governo Lula, a começar pela execração da privatização e o endeusamento da estatização. O mineiro acusou o petismo/lulismo pela “autoproclamação da própria bondade”. O exclusivismo messiânico, expresso na construção “nunca na história deste país”, que permeia o discurso da atual administração, foi questionado.

De fato, a insistência com a qual o petismo procura separar passado e presente tem sido responsável pela acidez com que os adversários se tratam. Indignados, os tucanos decidiram entrar na arena dispostos a defender a ideia de que as “virtudes” da era Lula se repartem com o ciclo FHC. Ou, se tentarem ser mais exatos, se devem, ainda, ao alicerce fincado no governo Itamar Franco.

Como se observa há tempos, cada ente (partidos, governantes) tem procurado impor seus pontos de vista. É inegável que o ciclo Lula é mais farto de dados e programas. Se exibe balanço mais positivo, isso também se deve às circunstâncias externas e à arquitetura do Plano Real. Se alguém esperava o matreiro mineiro falando pouco para não dizer nada, ouviu uma raposa disposta a enfrentar briga de cachorro grande. O repto para o duelo foi aceito.


Saturnino Braga sobre Tancredo: “Foi líder permanente no cotidiano e decisivo em momentos cruciais” e “Jamais foi aliado de golpistas”


O Brasil comemora o centenário da figura maior de Tancredo Neves, pertencente aoPatrimônio Histórico e Político Nacional.

Foi tudo. Na História e na Política do Brasil. Deputado, senador, ministro, primeiro-ministro, governador, presidente eleito.

Foi líder permanente no cotidiano e decisivo em momentos cruciais.

Após a renúncia de Jânio, em 61, evitou o que poderia ter sido um conflito armado entre brasileiros, intermediando e negociando o acordo de João Goulart com os militares, pelo qual ambas as partes aceitavam a solução do parlamentarismo. Solução artificial, claro, eminentemente casuísta, mas que permitiu ao vice-presidente assumir a presidência sem confronto, como lhe era de direito, e, depois recuperar por inteiro o seu poder.

Isso foi fortemente rejeitado por outros líderes da época. Eles reclamavam o puro, simples e direto respeito à regra constitucional vigente. A maioria desses críticos colimava o esmagamento definitivo da direita golpista, que havia derrubado Vargas e, posteriormente, derrubaria o próprio Jango.

Tancredo Neves tinha esperteza política. Jamais foi aliado de golpistas. Ao contrário. Na chefia do gabinete parlamentarista, costurou o caminho da volta ao presidencialismo, através do plebiscito que aplastou o da direita opositora a Jango.

A habilidade do mineiro mostrou-se por inteiro quando João Goulart, um ano depois do acordo do parlamentarismo, assumiu a Presidência da República com plenos poderes, sem nenhuma ameaça de conflito militar. A volta política tinha sido dada.

O que sucedeu depois é outro capítulo. Ao poder ascendeu, também, junto com Jango, o grupo do confronto definitivo.

Diante da nova encruzilhada, pouco mais de dois anos depois, não restava mais espaço para qualquer negociação. O processo de radicalização ganhou força irrefreável com o acirramento da guerra fria no plano internacional e com o crescimento, dentro do poder nacional, dos referidos grupos mais à esquerda, que rejeitavam frontalmente a “política de conciliação”, como chamavam.

A negociação até foi tentada pelo presidente, cuja intuição lhe mostrava o risco elevado do enfrentamento direto, “mandando brasa” nas reformas de base mal definidas, que produziriam a desorganização econômica propiciadora do golpe.

Jango tentou, sim, a nova rodada de negociação política, através do próprio Tancredo e principalmente de Santiago Dantas, além de Celso Furtado, com seu plano trienal que procurava racionalizar as reformas.

Mas o clima de confronto estava definitivamente instalado e o presidente acabou fazendo a opção pelos seus companheiros políticos de toda vida, que sustentavam otimisticamente o avanço, com base na força do poder legítimo. Falou mais forte o caráter de Jango que a conveniência política.

Tancredo, embora mais experiente e realista, possivelmente prevendo a vitória dos golpistas, e vendo muitos dos seus pares do velho – e extinto – PSD se passarem para o lado do golpe, também fez a opção dos seus companheiros ligados ao nacionalismo de Vargas, e ficou com Jango.

O outro momento de liderança decisiva foi aquele que levou Ulysses Guimarães, o chefe inconteste da resistência à ditadura, aquele que a lógica política indicava como primeiro presidente civil após o período militar, Ulysses convenceu-se e aceitou a ideia de que Tancredo era o único que tinha condições políticas para assumir a chefia da nação na restauração democrática.

Por que Tancredo era o único? Pela sensibilidade fina, pela habilidade, pela esperteza, sim, tão importante na política.

Esperteza positiva e válida, pois era associada à honestidade e à lealdade.

Pela força da liderança que possuía, pelo comportamento político durante toda a ditadura, orientado por essas qualidades inexcedíveis, Tancredo não deixou queimar as pontes que tinha com alguns antigos chefes militares.

Eu o conheci através de meu pai e encontrei-me com ele na Câmara, na Comissão de Economia, de 63 a 66. Convivemos mais na direção nacional do MDB, cuja cúpula tinha Ulisses na presidência, Brossard, eu e Tancredo nas três vices, e Thales Ramalho na secretaria geral.

Brossard estava ali pelo peso do saber e pelo enorme prestígio pessoal que tinha, mas destoava politicamente do trio pessedista, pela sua origem de Partido Libertador (PL), eminentemente anti-getulista, num meio de formação densamente varguista.

Eu, jovem, socialista, não destoava tanto por ser filho de um velho amigo deles, pessedista também, e por professar uma definitiva admiração pela política desenvolvimentista de Vargas, marcada pela forte presença do Estado. Eles me tinham na conta de um moço ingênuo, mas confiável.

Assim é que o círculo de decisão partia das conversas entre os três velhos pessedistas (Ulysses, Tancredo e Thales), e agregava, em seguida, a mim e, só depois, ao Brossard e aos demais membros da Executiva.

Ulysses gostava do meu estilo e frequentemente me pedia que redigisse as minutas de notas que o partido emitia diante de fatos políticos relevantes. Numa dessas minutas, cujo tema já não me lembro, eu carreguei demasiado na contundência da expressão oposicionista. Os três reconheceram, na leitura prévia do texto, e eu aceitei; Tancredo refez a nota, amenizando-a e ela foi publicada. Dois dias depois, reservadamente, ele me avisou de que, no meu gabinete, tinha alguém do SNI, que havia passado aos militares a primeira versão da nota, a minha, a mais contundente.

Ele sabia. Como? Evidentemente não perguntei, mas ele sabia. E o aviso se confirmou logo depois: a pessoa que havia datilografado a minuta, de minha inteira confiança, no fim de semana seguinte, induziu Mangabeira Unger, que usava meu gabinete em suas articulações em Brasília, vistas como perigosas pelos militares, induziu-o a almoçar e passar uma a tarde de um domingo no agradável Clube do Congresso, que ele não conhecia. Ao voltar ao Hotel, Mangabeira encontrou seu apartamento vasculhado e vários documentos levados. Apessoa de minha confiança foi demitida na segunda-feira.

Tancredo sabia. Porque mantinha pontes, e por isso mesmo, só ele, podia presidir a transição. O destino, oh, o destino, levou-o, já eleito, antes de tomar posse. Mas a tarefa estava executada, a missão cumprida, e Tancredo, em memória, hoje é reverenciado pelos brasileiros como herói inscrito no nosso Panteão Político Nacional.


20 de abril de 2010

Militantes do PSDB em encontro realizado em Belo Horizonte: “Minas unida é coisa certa: Anastasia, Aécio, Serra”


Em Minas, Serra se compromete a tocar obras recomendadas por Aécio

Pré-candidato tucano à Presidência fez questão de dizer que, se for eleito, cuidará da ampliação do metrô de BH e do aeroporto em Confins
O que era para ser um ato simbólico se transformou num gesto concreto do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de compromisso com reivindicações históricas de Minas na área de infraestrutura. Antes mesmo de receber das mãos do ex-governador Aécio Neves (PSDB) o documento Agenda de Minas – relação de obras e políticas federais reclamadas pelo Estado -, Serra fez questão de se comprometer, caso eleito, com demandas como a ampliação do metrô de Belo Horizonte e do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, que já opera no limite de sua capacidade.

Logo no primeiro compromisso na capital, durante entrevista à rádio Itatiaia, o tucano classificou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como “uma lista de obras” e aproveitou para introduzir o assunto. Citou também a recuperação do Anel Rodoviário de BH – de responsabilidade do governo federal – e a duplicação da BR 381, no sentido Belo Horizonte-Vitória, até Governador Valadares.

“Tudo isso tem de ser feito. Se está no PAC, não está no PAC, foi anotado ou não foi anotado, o fato é que não se avançou para Minas se desenvolver mais. Minas tem a vocação, olha, vou falar aqui com todo o realismo, de ser o estado mais desenvolvido do Brasil”, disse. “Vamos ser realistas, a maior parte não foi feita. As obras a gente tem que definir, tocar e fazer acontecer.”

Com críticas ao que considera os investimentos insuficientes do governo federal, principalmente na área de logística e nas rodovias, Serra repetiu o compromisso no encontro com empresários na sede da federação das indústrias (Fiemg), onde classificou os gargalos no como “custo Minas”. Para os industriais, o pré-candidato tucano também destacou a necessidade de se agregar valor às exportações de commodities, principalmente o minério de ferro.

Em sintonia com uma reivindicação antiga de Aécio, cobrou a revisão das alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), espécie de royalties que as mineradoras pagam aos municípios, Estado e União pelo direito de explorar as riquezas minerais. Para Serra, Minas recebe uma “ninharia” de royalties pela exploração mineral em suas terras.

Bússola. Ao entregar o documento elaborado pelos PSDB-MG, que enumera projetos e obras consideradas prioritárias no Estado para que constem da plataforma de governo do presidenciável, Aécio disse que ele deveria servir como uma “bússola”. Serra pediu que o ex-governador de Minas fizesse dedicatória no livreto. “Vou estudar esse documento azul e mais ainda: nos outros Estados eu vou dizer, porque vocês não fazem uma coisa igual a Minas”, ressaltou.

Coro. O PSDB de Minas contabilizou a presença de pelo menos 200 prefeitos mineiros no encontro com lideranças políticas, ponto alto da visita de Serra, a Belo Horizonte. Foi recepcionado de forma calorosa. Ao entrar no teatro do Sesiminas, acompanhado de Aécio e do candidato tucano ao governo do Estado, o atual governador Antonio Anastasia, teve seu nome gritado pelo público, que lotou o teatro.

“Olê, olá, Serra, Serra”, cantou em coro parte da plateia. Militantes do PSDB, entoaram depois militantes vestidos com camisas do PPS. Com capacidade para 646 lugares, o auditório recebeu cerca de mil pessoas, segundo os organizadores. No lado de fora do teatro, pelo menos seis carros com placas oficiais de prefeituras do interior de Minas estavam estacionados. Militantes com bandeiras chegaram ao local em ônibus fretados.


19 de abril de 2010

Aécio prepara festa tucana, ato pró-Serra vai juntar 300 prefeitos de Minas e prevê encontro com empresários

No primeiro ato pró-Serra, ex-governador promete juntar 300 dos 856 prefeitos de Minas; tucano vai se encontrar com empresários
A recepção política ao candidato tucano a presidente, José Serra, que o ex-governador Aécio Neves comandará hoje em Belo Horizonte, na abertura oficial da pré-campanha do PSDB, é apenas um detalhe da estratégia para tentar dar vitória dupla ao partido, com Antonio Anastasia no governo local e Serra no Planalto.
Convencido de que o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “fecharam o cerco” para derrotá-lo, Aécio trabalha nos bastidores com uma meta: alcançar dois milhões de votos de frente sobre a adversária petista Dilma Rousseff em Minas Gerais.
Em uma disputa polarizada, que pode ser liquidada no primeiro turno de votação, a vantagem em Minas pode conferir a Aécio o título de portador da vitória nacional. Como a meta é ambiciosa, ele já deu o primeiro recado aos aliados: não vai admitir traição. Isto ficou claro no pito que passou em dois prefeitos de sua base de apoio que prestigiaram a visita de campanha da candidata Dilma a Ouro Preto, no dia 6.
“O governador quis dar uma sinalização que servisse de exemplo aos mineiros antes de a pré-campanha começar. Não vamos ter tolerância com dissidências”, diz o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro, que vai coordenar a campanha presidencial em Minas e no Espírito Santo. Segundo ele, haverá “integração total” entre as campanhas de Serra e Anastasia.
Vice dos sonhos da cúpula e da base do PSDB para fortalecer a chapa presidencial, Aécio quer mostrar que, disputando o Senado como deseja, pode fazer muito pela vitória de Serra no Estado. Por isto mesmo, fez questão de preparar um “ato grandioso” para marcar a abertura da pré-campanha, com a presença de cerca de 300 dos 856 prefeitos mineiros. Será o primeiro movimento concreto de Aécio em favor de Serra.
Antes do ato político, no entanto, Serra dará entrevistas a emissoras de rádio locais e fechará a programação da manhã com uma reunião seguida de um almoço com empresários na Federação das Indústrias de Minas. O contato com o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, ganha importância na medida em que ele já está escolhido para suceder o deputado Armando Monteiro (PTB-PE) na presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Exceção. A orientação de evitar reuniões político-partidárias nesta fase inicial e priorizar o contato de Serra com representantes da sociedade civil e populares Brasil afora, não vale para Minas. Lá, a ordem é mobilizar a base política de Aécio para superar a frustração com a desistência do mineiro na corrida sucessória.
“Temos que mostrar com muita clareza que tínhamos um plano “A”, que era o Aécio, e agora temos o plano “B”, que é o Serra”, explica o presidente do PSDB mineiro, deputado Nárcio Rodrigues, certo de que o ex-governador de Minas sairá desta eleição como “senador mais votado do Brasil e o grande líder da maior bancada estadual e federal do partido no Congresso”. Oficialmente, cinco legendas estarão homenageando Serra, mas o PSDB local trabalha para ampliar esta base, com aliados de outros partidos como o PP e o PDT.
Não por acaso, o presidente do PSDB mineiro, deputado Nárcio Rodrigues, preparou um banner para compor o cenário do encontro político com o seguinte dizer: “Aécio aponta o caminho. Minas é Serra e Anastasia”. Ele destaca que, assim como na chapa presidencial, a discussão em torno do vice de Anastasia é tema proibido por enquanto, e explica a razão. “Isto leva à divisão, antes de construirmos a união.”
O tucanato mineiro vai trabalhar para fazer deslanchar as duas candidaturas no Estado no prazo mais curto possível. Levantamentos do partido mostram que Serra já está à frente de Dilma em Minas. “Até o final de maio, vamos fazer a candidatura de Anastasia decolar”, afirma Nárcio. Uma das razões que Aécio alega para recusar a vice é exatamente a necessidade de “pegar Anastasia pela mão” e rodar o Estado para fazer o sucessor. Ao mesmo tempo, porém, ele destaca que pode ser mais útil a Serra percorrendo os 800 municípios mineiros e pedindo votos a ele, com a autoridade de governador mais popular da história de Minas, do que andando pelo Brasil, onde é pouco conhecido.
“Aécio à frente da campanha presidencial aqui no Estado é a garantia de um palanque sólido e da convergência das forças políticas em favor de Serra”, aposta o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB), para concluir: “Ele sabe exatamente o que está fazendo para o bem de Serra, ficando em Minas e garantindo a ele uma boa vantagem de votos sobre o PT.”
Fonte: Christiane Samarco de Brasília – O Estado de S.Paulo

16 de abril de 2010

Valor Econômico: Tancredo 25 anos depois é o fiel da balança contra os equivocos do PT, tão bem lembrados por Aécio Neves

Apoio a Tancredo volta à tona na campanha

Memória: Nos 25 anos da morte do fundador da Nova República, PSDB explora boicote petista ao Colégio Eleitoral

Arquivo/Fundação Presidente Tancredo Neves


João Batista
dos Mares
Guia, Lula,
Tancredo e
Airton Soares
em encontro
durante as
negociações
que marcaram
a transição
para a Nova
República
em 1984
Vinte e cinco
anos após sua morte, o presidente Tancredo Neves volta ao primeiro plano da sucessão presidencial. Após as flores em seu túmulo depositadas pela presidenciável petista Dilma Rousseff, o PSDB reagiu. O primeiro contra-ataque veio no encontro que lançou o ex-governador José Serra como pré-candidato tucano, no dia 11. Na ocasião, o ex-governador Aécio Neves lembrou que o PT negou voto a Tancredo na eleição indireta de 1985. Aécio e seu sucessor, Antonio Anastasia, começam a pré-campanha em Belo Horizonte com Serra. Os três devem viajar em seguida ao Rio, para exposição e lançamento de dois livros em homenagem ao ex-presidente. destacou a data como a da retomada do Estado de direito democrático. Na segunda-feira.
A busca da associação com Tancredo não foi associada a uma revisão petista sobre o boicote ao Colégio Eleitoral que o elegeu presidente. Mais do que rejeição a Tancredo, o PT insistia na tese da ilegitimidade insanável do Colégio Eleitoral. A oposição ao mineiro se fazia em terreno relativamente moderado: em 1981, quando deputado, Tancredo apareceu de surpresa na reunião do diretório estadual do partido. Perplexos, os petistas o convidaram para compor a mesa e lhe deram a palavra. O então deputado foi ouvido em silêncio e retirou-se rapidamente.

Um ano antes, sua neta, Andrea Neves Cunha, havia sido uma das fundadoras do PT fluminense. Em 1983, o PT propôs instalar CPI sobre o Credireal, um dos três bancos públicos que o governo mineiro controlava na ocasião. Tancredo chamou o único deputado estadual petista, João Batista dos Mares Guia, no Palácio das Mangabeiras e procurou convencê-lo que a CPI poderia enfraquecer o sistema de bancos públicos e favorecer a privatização. O petista não cedeu e o governador manobrou então para que a CPI fosse controlada pelo PMDB e neutralizada.

Tancredo e o PT trabalharam juntos na campanha das diretas, mas ainda na década de 90 o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou um juízo severo sobre Tancredo, conforme deixa claro o livro “História indiscreta da ditadura e da abertura”, de Ronaldo Costa Couto, que traz um depoimento de Lula dado em 1997.

“Nas diretas, tivemos um problema muito sério. É que Tancredo trabalhou o tempo inteiro contra elas. O Fernando Henrique Cardoso, na minha opinião era um dos mentores disso também”. Lula disse que Tancredo durante a mobilização popular já manobrava pelo Colégio Eleitoral. “Ele sabia que se tivesse eleições diretas naquele instante o presidente seria o Ulysses e não ele. O homem que dentro do PMDB tinha cacife pra se candidatar era Ulysses”. Lula relembra que, logo após a derrota diretas, o então senador Fernando Henrique fez um pronunciamento propondo a troca do lema de “diretas já” para “mudanças já”.

Relata em seguida suposta cena de mágoa de Ulysses em relação a Tancredo: “Quando terminou a campanha das diretas (…) fui na casa do Ulysses. O Ulysses estava deitado, eu entrei no quarto para acordar ele. Eu pensei que ele estava morto. Estava deitado com a barriga para cima e as mãos juntas. ´Doutor Ulysses´, ´Doutor Ulysses´. Aí ele acordou. Fiz um apelo para gente fazer um outro comício em Belo Horizonte pelas diretas já. Aí o Ulysses sentou do meu lado e falou assim. ´Lula, estou muito contrariado. E possivelmente eu esteja com a mesma revolta que você está. Sei quando sou derrotado. Tancredo me derrotou. Enquanto eu acreditava que a gente ia conquistar as diretas e fazer eleições, o Tancredo acreditava que, pelo Colégio Eleitoral, seria presidente da República”.

Ulysses morreu em 1992. Não há registro de críticas públicas suas a Tancredo. Costa Couto, que foi ministro do Interior escolhido por Tancredo, discorda da versão de Lula. ” Tudo indica que Tancredo não descartaria disputar eleições diretas, até porque havia uma divisão em São Paulo entre [Franco] Montoro e Ulysses. Ele se sentia preparado e sabia que aquela seria sua última chance”, comentou. Segundo o ex-ministro e historiador, “Tancredo apenas transpôs a mobilização das diretas para o Colégio Eleitoral, porque de modo realista sempre soube que a aprovação da emenda era praticamente impossível”, comentou.

A decisão de expulsar os deputados Airton Soares, Bete Mendes e José Eudes, que desobedeceram a cúpula petista, ainda é vista como momento definidor da sigla até mesmo por ex-integrantes do partido, como João Batista dos Mares Guia, ex-companheiro de luta armada de Dilma e do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que participou da fundação tanto do PT em 1980 quanto do PSDB em 1988. Irmão do ex-ministro das Relações Institucionais do governo Lula, Walfrido dos Mares Guia, João Batista hoje é consultor na área de educação.

“Pode ter sido uma decisão equivocada, mas era consistente. Foi a primeira vez em que parlamentares petistas foram excluídos em razão do voto no Legislativo. O episódio marcou a hegemonia da burocracia partidária sobre os detentores de mandato eletivo e teve caráter exemplar: se o partido era capaz de expulsar três de seus oito deputados federais, não dava qualquer margem a dubiedades”, comentou Mares Guia.


15 de abril de 2010

PSDB prepara recepção a Serra em Minas Gerais


O presidente do PSDB/MG Narcio Rodrigues, convocou nesta terça-feira, dia 13, uma reunião com os partidos aliados dos tucanos em Minas para tratar da recepção que estes partidos darão ao pré-candidato do PSDB José Serra, que virá a Belo Horizonte na próxima segunda, dia 19.

A vinda de Serra a Belo Horizonte foi definida após convite do ex-governador Aécio Neves para que o pré-candidato do PSDB desse início à sua campanha por Minas Gerais. Os tucanos mineiros estão preparando um grande evento chamado “Aécio Aponta o Caminho: Minas é Serra e Anastasia“. O objetivo desta mobilização é mostrar aos eleitores do Estado que as eleições de Serra e Anastasia também ajudam Aécio, que pode chegar ao Senado com força e liderança política fortalecidas.

Ficou claro na reunião que o PSDB e os partidos aliados presentes, DEM, PTB, PP, PPS e PSB, querem que o Estado, segundo maior colégio eleitoral do país, seja tratado com suas peculiaridades na campanha. É consenso entre eles que Minas Gerais pode ser o fiel da balança no resultado das eleições presidenciais. Apostando neste diferencial, eles irão apresentar a Serra um plano de ações para que ele possa incluí-lo em seu programa de governo. A elaboração do documento, que será entregue ao pré-candidato no dia 19, em Belo Horizonte, está sendo agilizada.


Museu Histórico Nacional faz mostra do 100 anos de Tancredo, Aécio Neves e toda a família vão estar presentes ao evento


TODA A FAMÍLIA Neves vai estar no Rio, dia 19, para a inauguração, no Museu Histórico Nacional, da grande mostra comemorativa do Centenário Tancredo Neves. Virão todos mesmo: as filhas do ex-presidente, Inês Maria e Maria do Carmo, o filho, Tancredo Augusto, a neta, Andréa, e inclusive o herdeiro político e neto, Aécio Neves, que na mesma segunda-feira terá compromisso político com José Serra, no Rio, pela manhã…

A INAUGURAÇÃO vai marcar, ainda, o lançamento do portal do centenário e de dois livros sobre Tancredo. Um deles, coordenado pelo jornalista Mauro Santayana, contendo as principais reflexões e discursos do estadista mineiro. O outro livro, coordenado pela neta, Andréa…

ESSE CONJUNTO de ações promete fazer de Tancredo Neves a grande figura política do ano. Só rivalizando, é claro, com os políticos em campanha…


Copasa na gestão Aécio Neves se consolida em saneamento e agora amplia modelo de negócios na distribuição de água mineral para fora de Minas


Água mineral vira cartão de visita para a Copasa

Estatal cria modelo de negócios para levar suas marcas da bebida a outros estados, preparando terreno para atuação em saneamento básico além das fronteiras mineiras

Pouco conhecida além das fronteiras mineiras, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) está investindo na exploração de águas minerais como forma de preparar terreno para futuras investidas fora de seu estado de origem. Adquiriu do governo estadual, em 2008, os direitos de lavra de quatro fontes, que até meados da década pertenciam ao Grupo Supergasbras, e pretende usá-las como cartão de visitas na busca por novos clientes. “Não é um negócio grande. Mas, além de rentável, servirá para divulgar a marca da companhia fora de Minas Gerais”, diz Ricardo Simões, presidente da Copasa.

A marca Caxambu foi relançada no mercado em 2008, pela Copasa Águas Minerais de Minas, subsidiária da companhia mineira de saneamento. E, até o final do ano, as outras três deverão se juntar a ela no portfólio da empresa. “A Araxá tinha problemas operacionais que foram solucionados. A Cambuquira está na reta final do licenciamento junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).A Lambari deve estar pronta para ir ao mercado até o fim de 2010″, diz o executivo. Todas serão vendidas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de Minas Gerais e do Distrito Federal. Não levarão a marca Copasa em destaque.

Mas, como um cartão de visitas, servirão de referência na apresentação da companhia a potenciais clientes que não conhecerem a companhia mineira.

Copasa

A Copasa é considerada uma das possíveis consolidadoras do mercado brasileiro de saneamentobásico. Segundo Felipe Rocha, analista da Link Corretora, ao contrário da paulista Sabesp, que tende a se concentrar mais no mercado estadual, no médio prazo a companhia mineira deverá buscar novosnegócios fora das fronteiras de Minas Gerais. Entre as três maiores companhias estaduais do setor, grupo que inclui ainda a Sanepar, do Paraná, ele acredita que a Copasa será a mais agressiva neste sentido.

As oportunidades para que isso aconteça, porém, só deverão começar a surgir a partir dofinal de 2011, depois que os governadores eleitos este ano tomarem pé da situação em seus estados e prepararem projetos de restruturação das empresas estaduais de saneamento.

Curto prazo

Até lá, segundo Simões, o foco de expansão estará nos cerca de 240 municípios do estado nãoabastecidos com água pela Copasa. “Vamos buscar 30 novos sistemas”, diz o executivo. No que se refere apenas ao tratamento de esgoto, o foco será mais amplo. No universo de 613 municípios mineiros nos quais a companhia atua hoje, é concessionária do sistema de esgoto em 199. Nos demais 414, a meta este ano é conquistar 150. A estratégia para isso passa por convencer as prefeituras a firmarem convênios de cooperação para a prestação do serviço coma Copasa. É um processo mais rápido que uma licitação e, de acordo com Paulo Dantas, do escritório Castro, Barros, Sobral, Gomes Advogados, especializado em infraestrutura, previsto pela legislação atual. “Basta não haver dúvida quantoà titularidade do direito de exploração do serviço”, diz.

POR TRÁS DOS CANOS

Companhia de Saneamento de Minas Gerais cresce no estado, de olho em mercados vizinhos

Receita operacional líquida – R$ 2,2 bilhões

Ebitda – R$ 934,7 milhões

Margem Ebitda – 39,60%

Investimentos – R$ 1,032 bilhão

Municípios atendidos em água – 603

Municípios atendidos em esgoto – 150

Municípios em Minas Gerais – 853

RITMO DE EXPANSÃO

- Analistas apostam que a Copasa poderá ser uma das consolidadoras do mercado nacional de água e esgoto.

- O crescimento em outros estados só deve ocorrer em 2011, quando novos governadores assumirem seus mandatos.


Ex-presidente da Rede Minas diz que, com Aécio Neves e Anastasia, Estado soube consolidar os caminhos da TV Pública


As TVs públicas, estaduais e federais, vivem um momento crucial para definições de sua razão de ser, antes que os próximos governantes as considerem brinquedos eletrônicos, como consequência da descontinuidade pós-eleitoral. A chegada da tecnologia digital trouxe também a convergência de mídias e a multiprogramação -, e vem aí, com a força de uma revolução, a interatividade. A relevância dessas emissoras passou a ser percebida e, por isto mesmo, são mais questionadas e têm de dar respostas.

É bom que seja assim. Espalhadas pelo Brasil, as emissoras estaduais e federais estão quase todas reunidas na Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec). Por quase cinco anos, presidi a TV Minas e, graças às nossas circunstâncias, fui escolhido pelos companheiros da Abepec para presidir a entidade. Creio que devo um depoimento a respeito, para ajudar na conspiração a favor de uma televisão verdadeiramente pública e necessária à sociedade. Na entidade, escancarei os espaços de debates em busca da definição de papéis e responsabilidades para essas emissoras. Procuramos o Congresso Nacional e iniciamos as negociações para estabelecer os princípios básicos do segmento, fundados no controle pela sociedade e na dedicação à cultura, à educação e à formação da cidadania.

O exemplo da TV Minas mostrou ser possível uma outra TV em cada estado, capaz de servir e refletir a sua aldeia. Ao longo das reflexões que promovemos no plano nacional, sempre defendi que a qualidade da televisão pública está vinculada à qualidade da democracia praticada no país. No Brasil, à medida que o ambiente político foi se oxigenando, a televisão também começou a respirar. Hoje, ainda precisamos aprofundar as conquistas democráticas, mas já é possível negociar com os governantes um outro conceito de TV pública, não mais a serviço das vaidades ou dos projetos pessoais.

Em nosso estado, o governador Aécio Neves entendeu o papel superior a ser desempenhado pela TV Minas, fez suas escolhas e respeitou o caráter da emissora. Durante toda a minha gestão, esse conceito inovador contou também com a proteção e o estímulo do secretário do Planejamento e Gestão e vice-governador Antônio Anastasia. Eles jamais fizeram qualquer interferência no conteúdo da TV. Pelo contrário, sempre encontrei respaldo do governador, do vice e dos secretários de Cultura para a preservação da emissora, especialmente diante de tentações políticas.

Fatos objetivos demonstram os resultados: alto índice de autonomia em programação própria (mais de 40 por cento) dedicada a Minas, ao meio ambiente, educação, cultura e informação; diversos programas adotados em rede nacional ou pontualmente por emissoras de outros estados; pesquisa Vox Populi constatou a aprovação dos telespectadores em todas as regiões de Minas, reconhecendo que a emissora é do estado, mas não é chapa-branca; prêmios estaduais, nacionais e internacionais; emissoras de 15 estados e a federal nos procuraram para estudar e aproveitar a nossa experiência.

Em Minas, não houve descontinuidade ao final da minha gestão. Meu sucessor, o jornalista José Eduardo Gonçalves e o novo secretário de Cultura, Washington Melo, são garantia de avanço e de preservação do nosso protagonismo no cenário nacional, mesmo embarcados em idéias próprias e inovadoras. O que falta fazer é a solidificação dessas práticas, por meio de instrumentos e parâmetros legais, uma vez que, até então, tudo ocorreu pela vontade e pelo discernimento dos atuais ocupantes do Palácio da Liberdade. A televisão pública brasileira está construindo essa institucionalização no Congresso Nacional e Minas Gerais, como já fez em outras situações, pode mostrar como se faz. Tais iniciativas hão de consagrar a subordinação da televisão pública à sociedade e inviabilizar a prática da TV chapa-branca em todo o país, inclusive no governo federal.

*Antônio Achilis Alves da Silva - Jornalista, ex-presidente da Rede Minas e da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).


Fonte: *Antônio Achilis Alves da Silva - artigo publicado em O Estado de Minas