30 de novembro de 2010

O PSDB precisa muito dos novos valores como Aécio Neves, Beto Richa e Geraldo Alkimin


A democracia brasileira deu mais uma vez mostras de sua vitalidade. Foi a sexta sucessão presidencial em ambiente de ampla liberdade. Abusos ocorreram. Mas podemos celebrar a consolidação de nossa democracia. Vinte e cinco anos de Nova República. Domamos a inflação; modernizamos a economia; avançamos no combate à pobreza e à miséria; construímos políticas públicas sociais inclusivas; conquistamos respeito internacional e inauguramos o mais profundo ciclo democrático de nossa história. Não foi obra de um só partido, de uma só pessoa, de um só segmento da sociedade.Foi uma vitória coletiva. Fechamos um ciclo. Inauguramos a era pós-Lula.

Nas eleições de 2010, Serra mostrou coragem política e patriotismo. Tinha uma reeleição razoavelmente tranquila em São Paulo. Preferiu o gesto ousado de disputar uma eleição que sabíamos difícil em nome do pluralismo e da afirmação de determinados valores e princípios. Representou, e bem, a opinião de 44% dos brasileiros.

Mostrou que o Brasil não tem donos, nem semideuses a manipular o seu destino.
Ganhou a candidata de Lula. Lula, Dilma e o PT venceram. “Aos vencedores, as batatas.” Cabe a Dilma se firmar como alguém mais que a sombra de um presidente carismático, popular e forte.
A nós do PSDB cabe interpretar corretamente os novos tempos, aprender com os erros, pacificar a relação com nosso próprio passado e construir uma oposição firme, moderna, consistente, propositiva, criativa e enraizada na sociedade. Desde 1994, PSDB e PT protagonizam a cena política brasileira ao lado de seus aliados. Só há democracia forte, com oposição forte.

Perdemos, mas demarcamos um campo importante e elegemos governadores em importantes estados brasileiros. Temos uma bancada parlamentar qualificada e aguerrida.

Nas democracias avançadas, a perda de uma eleição implica mudanças e renovação. Novas estratégias, novos métodos, novas formas de organização, novas lideranças. É assim no PSOE, no PSF, no PSD alemão. Foi assim no PCI. Recentemente, o Partido Trabalhista Inglês enfrentou o desafio da renovação diante de uma derrota eleitoral com os olhos postos no futuro.

É hora de repensarmos o PSDB após sua terceira derrota em eleições presidenciais. Se quisermos retomar a perspectiva de vitória em eleições nacionais e nos posicionarmos para 2012 e 2014, temos que desencadear uma série de iniciativas políticas marcadas pelo frescor da renovação e pela capacidade de inovação. O imobilismo pode ser confortável para adiarmos o enfrentamento de nossas contradições, mas poderá ser fatal. O ciclo pós-Lula exige a superação de fórmulas esgotadas e a construção de nova identidade.

Para tanto é fundamental: 1) encontrarmos formas orgânicas de articulação, agenda comum e estilo compatível para atuação conjunta com nossos aliados do DEM, do PPS e de parcela do PMDB;

2) clarear nossa posição propositiva e programática, criando consensos sobre temas essenciais como reforma política, reforma tributária e fiscal, financiamento da saúde, modernização das relações de trabalho, qualificação do sistema educacional, política econômica. Serra e Fernando Henrique terão papel essencial nesse processo;

3) abrir espaços de diálogo com outros atores como Marina e o PV, PSB e seus governadores, PP, PTB, PR e PDT;

4) enraizar o PSDB na sociedade e nas diversas regiões, numa perspectiva ativa, aberta e mobilizadora, procurando estabelecer vínculos sólidos e permanentes com segmentos diversos da sociedade;

5) renovar a vida partidária e criar uma imagem ancorada sim no nosso belo passado, mas principalmente espelhando a nossa visão de futuro. É preciso abrir alas e dar passagem para a geração de Aécio Neves, Beto Richa, Marconi Perilo, Geraldo Alckmin, entre outros.
Perdemos uma batalha. O futuro nos chama e desafia. Nosso papel será do tamanho da nossa ousadia e capacidade de inovar.


MARCUS PESTANA é deputado federal eleito (PSDB/MG), deputado estadual e presidente da Fundação Teotônio Vilela/MG.


Por Marcus Pestana - Jornal O Globo

O Choque de Gestão de Aécio Neves faz COPASA participar do Indice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa


Com seis estreantes, ISE passa a ter 38 empresas

Com o intuito de deixar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) mais atraente para o investidor, a BM&FBovespa decidiu alterar o período de vigência da carteira teórica para o ano fechado. A medida, conta o coordenador de índices de ações da bolsa, Rogério Marques, atende uma demanda dos próprios gestores de fundos, que terão mais tempo para ajustar seus investimentos que espelham o ISE. A iniciativa também deve facilitar a criação de novos produtos, como o ETF da sustentabilidade.

Com a mudança, a próxima carteira, anunciada ontem, vai vigorar do dia 3 de janeiro de 2011 a 29 de dezembro. Até então, o ISE entrava em vigor no primeiro dia útil de dezembro e ia até o último dia útil de novembro do ano seguinte.

O ISE também ganhou diversificação de empresas e setores. O fato de o índice ser composto por um número relativamente pequeno de companhias é apontado como um dos entraves para o sucesso entre os grande investidores, aponta estudo do International Finance Corporation (IFC), que avaliou os cinco anos do índice e será apresentado hoje no seminário internacional “Índices de Sustentabilidade, Análise e Perspectivas”, na sede da bolsa, em São Paulo.

A nova carteira será composta por 38 empresas – seis a mais -, que somam um valor de mercado de R$ 1,17 trilhão. Isso equivale a 46,1% do valor de mercado de todas as companhias com ações negociadas na bolsa e representa um aumento de 60% em relação à carteira anterior. São seis as companhias estreantes: Vale, Santander, BicBanco, Anhanguera, Copasa e Ultrapar. Na contramão, deixam o índice a Dasa e aUsiminas.

Em termos de setores, o número subiu de 16 para 18 na nova carteira. Ingressam no índice pela primeira vez os setores de mineração, serviços educacionais e o de holdings diversificadas, segundo a bolsa. Marques conta que foi colocado um limite de concentração setorial de 15%.
“É uma carteira que mostra estabilidade. Só duas empresas não permaneceram”, disse Sonia Favaretto, diretora de sustentabilidade da bolsa e presidente do conselho responsável pelo ISE. Os compromissos de confidencialidade assumidos com as empresas impedem a bolsa de justificar a saída da Usiminas e da Dasa, mas Sonia lembrou que um participante pode deixar o índice por dois motivos: não responder ao questionário usado como base na elaboração da carteira ou não alcançar a pontuação necessária.
Neste ano, questões relacionadas a iniciativas das empresas no campo das mudanças climáticas foram inseridas no questionário do ISE, enviado a 182 empresas com as 200 ações mais líquidas. No entanto, apenas 53 delas responderam ao questionário, incluindo dez no processo pela primeira vez.

Segundo o estudo do IFC, com a experiência adquirida, os requisitos para a adesão ao ISE foram dificultados e menos empresas têm se candidatado. O percentual de companhias que aceitam o convite para integrar o índice caiu de 52% em 2005 para 38% em 2009, enquanto o número de empresas convidadas se manteve relativamente constante ao redor de 130. Em 2010, esse número aumentou significativamente para 182, mas a taxa de resposta caiu para 29%.

“Em número absoluto, as empresas que aceitaram o convite aumentaram”, ressalta a coordenadora do Programa de Sustentabilidade Empresarial da FGV, Roberta Simonetti. O ISE também vem mostrando mais fôlego. Em cinco anos, o desempenho está abaixo da Ibovespa, mas nos últimos 12 meses o ISE sobe 10,93%, ante 2,13% do principal índice da bolsa.

25 de novembro de 2010

Trabalho iniciado no Governo Aécio Neves orienta municípios mineiros no combate ao desvio de verbas e prega ética e transparência nas contas públicas

Municípios mineiros lideram ranking de desvio de verbas

Cidades mineiras foram responsável por 10% das ações movidas no Judiciário por corrupçãoMinas Gerais é o estado campeão em número de ações na Justiça contra desvio de verba pública. Segundo levantamento da Advocacia Geral da União (AGU), no primeiro semestre do ano, o estado contabilizou 221 processos em tramitação, atrás da Bahia (190) e de São Paulo (178). Ao todo, são 2,3 mil ações.
Procurado pelo BRASIL ECONÔMICO, o governo mineiro informou que, para reduzir o número de casos na região, lançou em 2008 a Cartilha de Integridade Ética e Transparência, disponível no site da Advocacia Geral do Estado (AGE) – órgão que ganhou status de secretaria em 2003. A AGE recebe denúncias e apura as informações. Já no ano passado, assinou um termo de cooperação técnica com o Tribunal de Contas da União (TCU) para agilizar o combate. Em relação ao ano passado, Minas subiu duas posições. O governo recebeu 160 das 1,4 mil ações movidas em 2009.
Minas é o estado com o maior número de municípios do país: 853, o que explica, em parte, o problema de controle e fiscalização da região, segundo André Luiz Mendonça, diretor do Departamento de Patrimônio Público e Probidade Administrativa da AGU. São Paulo é o segundo maior em número de cidades, totalizando 645, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A maior parte dos casos nos municípios vem de improbidade (enriquecimento ilícito durante o exercício). A jurisprudência brasileira é muito mal resolvida nessa questão, pois pode envolver foro privilegiado e atrapalhar ainda mais um processo que já é muito lento”, analisa Eugênio Aragão, subprocurador geral da República. Para ele, o elevado índice de prefeitos e ex-prefeitos envolvidos nos casos de desvio de verba transcende a má fé. “Falta conhecimento de contabilidade pública por parte das prefeituras, principalmente nas de menor porte.”
A criação de mecanismos de controle, como o Sistema de Gestão de Convênios e Contrato de Repasse (Sincov), do Ministério da Fazenda, ampliam as ferramentas disponíveis de fiscalização da União e, consequentemente, o número de processos apurados.
“Hoje o poder público tem mais instrumentos, o que contribui para o desenvolvimento de uma cultura de gestão dos gastos mais eficiente, o que ainda é pouco latente no Brasil”, avalia Maria do Carmo Perpétuo, secretária-geral da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).
Outra ferramenta de controle é a Lei da Transparência, em vigor desde maio para municípios com mais de 100 mil habitantes – 237 cidades brasileiras. A lei exige que as prefeituras desenvolvam um site com as informações de execuções orçamentárias da cidade, em tempo real e de fácil acesso aos moradores. A prática, contudo, está aquém do esperado. “A adesão ainda é muito baixa. Menos da metade cumpre a Lei”, estima Eliana Magalhães Graça, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos. “Em um país de dimensões continentais como o Brasil, o governo não dá conta de supervisionar recursos repassados emtodos osmunicípios. O acompanhamento da população é imprescindível para a redução da corrupção.”
A segunda fase da Lei de Transparência, para municípios com menos de 100 mil habitantes, passa a valer a partir de 2011. Para isso, as prefeituras terão de resolver um entrave. De acordo com a última Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), do IBGE, 40% das cidades brasileiras não possuem página na internet.


Fonte: Brasil Econômico

Artigo revela como mentira é usada para incriminar Governo Aécio Neves sobre o emprego de recursos da saúde


A farsa contida na história de que “MP acusa o governo mineiro de desviar 4,3 bilhões da Saúde”

A distorção da informação é algo muito sério e que muitas vezes tira o foco da verdade. É preciso identificar as fontes que procuram por meio de inverdades manchar a imagem de instituições públicas, que nos últimos sete anos conseguiram impor um novo nível gerencial na gestão pública do Brasil. O Governo Aécio Neves foi reconhecido internacionalmente pelas ações de fortalecimento dos bens públicos. Hoje, o Choque de Gestão é empregado pelo Banco Mundial como referência para gestores de diversas partes do mundo.
Vale ressaltar que um Governo, que teve como meta a lisura e a transparência, não seria irresponsável a ponto de produzir peças contábeis com o propósito de criar factóides. A notícia recentemente divulgada no universo das mídias sociais dá a conta de como é possível utilizar a internet para produção de mentiras. Este é o caso dos fatos que envolvem uma ação do Ministério Público Federal contra a Copasa e o Governo de Minas com a finalidade de esclarecer investimentos executados em saúde e saneamento.
A ação reside em um questionamento do Ministério Público que já foi devidamente respondido pela Copasa e pelo Governo de Minas. O mal entendido está no fato de que na prestação de contas do Governo ao Tribunal de Contas do Estado está escrito que o Governo executou parte dos investimentos em saúde por meio da Copasa.
A Copasa, por sua vez, afirmou que não recebe recursos do Tesouro do Estado para investimento em saneamento. As duas informações somadas deram origem ao mal entendido e alimentaram a má fé de internautas petistas de plantão.
Qual das duas afirmações está certa? A do Governo ou da Copasa? Resposta: as duas!
É verdade que o governo executa as ações por meio da Copasa e é verdade que a Copasa não recebe recursos do Governo. A Copasa é uma empresa pública, pertence ao Governo do Estado e executa com recursos próprios a política do governo para o setor.
É a mesma coisa do Governo Federal dizer que construiu milhares de casas no Minha Casa Minha Vida. O Governo Federal não construiu nenhuma casa. Quem constrói é a Caixa Econômica Federal. Ou seja, o Governo Federal executa o programa com apoio da Caixa. Este é o mesmo caso do Luz Para Todos. O Governo Federal não faz o Luz para Todos. Ele executa o programa pela Eletrobrás e não por meio do Tesouro Federal.
Com a finalidade de induzir a opinião pública ao erro, o texto divulgado por blogs do PT não esclarece a verdade dos fatos. O Governo de Minas não faz transferência de recursos para a Copasa, a empresa caminha pelas próprias pernas e tem recursos próprios para implementar investimentos em saneamento básico. Por ser uma empresa pública estadual, ela obedece às orientações do Governo de Minas que define as ações prioritárias. Desta forma, não há transferência de recursos da saúde, via Tesouro Estadual, para a Copasa.
Para quem se interessa pela política de saneamento do Estado, resgistra-se que o Governo de Minas numa decisão histórica com o objetivo de pagar uma dívida histórica com os mineiros dos Vales do Jequitinhonha e Norte de Minas criou a Copanor, uma empresa pública que tem o objetivo de garantir saneamento para a população carente dessas regiões a custos subsidiados. A Copanor, ao contrário da Copasa, recebe recursos do Tesouro Estadual.
Hoje, Minas Gerais ocupa um lugar de destaque no ranking dos municípios que são atendidos por rede geral de esgoto. Apesar de o Estado possuir o maior número de cidades do país – 853 – e de conviver com grandes desigualdades regionais, os mineiros podem ter orgulho e comemorar a 3ª posição nacional conforme levantamento elaborado pelo IBGE. Este resultado fala por si e demonstra a eficiência do Estado na gestão do saneamento; fato que revela a importância da Copasa na execução e implementação eficiente desta ação.
O compromisso com a verdade sempre deve nortear as nossas ações. A internet é um instrumento de democratização da informação e com tal deve ser utilizada com responsabilidade. Disseminar inverdades não faz parte da boa política. O contraditório é sempre necessário e faz parte do jogo democrático. O que não podemos aceitar e a orquestração deliberada de ações que envolvam atos de calúnia e difamação. Este é o instrumento dos que querem fazer política pautada na mentira.

Fonte: Reinaldo Oliveira publicado no Blog do Reinaldinho

22 de novembro de 2010

Aécio e Serra querem manter Guerra na presidência do PSDB


Serra e Aécio querem manter Guerra na presidência do PSDBMarcela Rocha

O ex-presidenciável do PSDB José Serra e o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves já afirmaram a interlocutores que a melhor opção para tentar neutralizar a rixa entre as alas paulista e mineira do partido será manter o atual presidente da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), no cargo. As convenções começam em março e terminam em maio do ano que vem.

Após o processo eleitoral, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu líderes do partido e se disse disposto a contribuir na dissolução da rixa entre as duas alas do partido: Minas Gerais e São Paulo.

Assim que chegou ao Brasil (dia 15), Serra chamou Guerra a sua casa e se mostrou disposto a trabalhar pela organização do partido. O ex-presidenciável se inteirou das datas de convenções municipais, estaduais e nacionais, e transmitiu a Guerra seu desejo de vê-lo na presidência da sigla por mais um mandato. Mesmo antes do final da campanha, Serra já admitira isto a seus interlocutores mais próximos.

Aliados de Aécio vocalizam a intenção do ex-governador em manter Guerra no cargo. Aécio, que ainda não retornou de sua viagem à Europa, já defendeu a candidatura de Tasso Jereissati (CE), senador que perdeu a reeleição, ao posto. No entanto, os atritos entre Tasso e a ala paulista fizeram com que o tucano de Minas recuasse.

Nesta semana, o atual presidente da sigla se reuniu - reservadamente - com seus colegas de bancada, um a um. Entre eles, Marisa Serrano (MS), Cícero Lucena (PB) e Lúcia Vânia (GO). Guerra também tem mantido contato permanente com o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin. Entre todos há consenso sobre sua manutenção no posto.

Articulador hábil, Guerra tem sentado à mesa permanentemente com seus colegas de partido e com líderes dos principais partidos aliados. Jorge Bornhausen, presidente de honra do DEM e homem ligado ao prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, e o presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia, têm mantido diálogo permanente com Guerra por conta das últimas movimentações de Kassab em direção ao PMDB.

Guerra também reuniu a executiva nacional do partido nesta quinta-feira (18). Foram discutidas as agendas de convenções, comando do partido, nos estados e nacionalmente, política de filiação e o encontro que será promovido por Teotônio Vilela em Alagoas para reunir os governadores eleitos.

Governos Aécio e Anastasia mobilizaram investimentos privados para o Norte de Minas, Vale do Rio Doce e Zona da Mata

Novas fronteiras do investimento

Iniciativa privada ampliou aportes no Norte de Minas, Vale do Rio Doce e Zona da Mata nos últimos 14 meses
Regiões historicamente largadas ao segundo plano na geografia do desenvolvimento econômico de Minas Gerais, o Norte do estado e o Vale do Rio Doce despontaram nos últimos 14 meses no ranking dos destinos para onde mais cresceram os investimentos planejados pela iniciativa privada. Outra surpresa foi o aumento dos recursos anunciados na implantação e expansão de empresas na Zona da Mata, que passava por um processo de estagnação desde o primeiro ano de produção da fábrica da Mercedes Benz, em Juiz de Fora.
As cifras bilionárias anunciadas de 2003 a setembro nessas áreas foram até duas vezes e meia maiores na comparação com as intenções de investimentos medidas no mesmo período, até julho do ano passado, com base nos projetos acompanhados pelo Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas (Indi), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Na média do estado, a soma dos recursos previstos pelo setor privado cresceu 34,8%, ao sair de R$ 195,995 bilhões, de 2003 a julho de 2009, para R$ 264,321 bilhões, de 2003 a setembro último. Nesse balanço mais recente, estão listados 2.456 projetos e um universo de 470.833 empregos diretos.
O levantamento do Indi mostrou que mesmo na Região Central, incluindo a Grande Belo Horizonte, considerada a locomotiva que puxa os investimentos, a evolução foi bem mais modesta, de 36,6% de um período para o outro. Com a redistribuição do dinheiro favorecendo áreas mais pobres do estado, o Sul de Minas e o Triângulo acabaram amargando queda no volume de capital reservado pelas empresas para investir nesses locais, sinal claro de uma desconcentração no interior, boa notícia para a economia de Minas.
O bom desempenho do Norte e do Vale do Rio Doce, onde está inserido o chamado Vale do Aço mineiro, é avaliado como uma nova tendência pelo presidente do Indi, Adriano Magalhães, impulsionado pela descoberta de gás na Bacia do São Francisco, com a perfuração do primeiro poço para avaliar a qualidade e a viabilidade econômica da exploração, e a aposta das próprias indústrias de que o Norte mineiro se transformou numa fronteira da mineração de ferro. Na Zona da Mata, por sua vez, teria sido determinante o Regime Especial de Tributação adotado pelo governo mineiro no ano passado para conter o processo de evasão de investimentos de diferentes setores para estados como o Rio de Janeiro, com redução da base de cálculo e até a suspensão do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), além de prazos especiais para pagamento.
“Houve uma mudança de atitude dos nossos técnicos, que correram atrás das empresas, para mostrar o potencial de todas as regiões de Minas, com a preocupação de que os investimentos sejam distribuídos”, afirma o presidente do Indi. Essa distribuição significa mais empregos e renda gerados fora dos grandes centros de produção de bens e serviços no estado, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB).
No pacote de investimentos anunciados até setembro, o Norte de Minas entrou como destino de R$ 13,2 bilhões, recursos que representam aumento de 154% na comparação com a previsão contada de 2003 a meados de 2009. Para o industrial Lincoln Gonçalves Fernandes, diretor da Federação das Indústrias de Minas (Fiemg), não há dúvidas de que a região e o Vale do Rio Doce ganharam uma força que tende a se fortalecer no mapa dos investimentos, como reflexo da valorização das commodities – minério e aço – no mercado internacional. O mesmo ocorre com a boa perspectiva de exploração do gás. “São vocações da economia de Minas que nós não podemos negar. Diferentemente, o estado deve desenvolvê-las com a meta de estimular os elos seguintes dessas cadeias até a transformação dessas matérias-primas em Minas”, afirma Lincoln Gonçalves.
Crédito extra para regiões mais pobres
A ampliação do crédito para investimentos do setor produtivo nas regiões menos desenvolvidas de Minas estimula a desconcentração, no entanto, é longo o caminho que ainda tem de ser percorrido para que essas áreas tenham maior participação na economia. Somados, os desembolsos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para o Norte, o Vale do Rio Doce e a Zona da Mata alcançaram R$ 162 milhões de janeiro a setembro, ante R$ 66 milhões liberados em 2008, um acréscimo de 145,4%, informa Fernando Lage de Melo, diretor de negócios com o setor privado da instituição financeira.
O valor parece despretensioso, ante projeções do BDMG de liberar R$ 1,350 bilhão de empréstimos neste ano, montante que, uma vez confirmado, vai significar 76% de incremento. “Os grandes investimentos estão na Região Central de Minas e no Triângulo, mas as áreas menos desenvolvidas começam a mostrar uma dinâmica interessante, que nos permite aumentar os financiamentos e isso alimenta o desenvolvimento”, afirma Melo. (MV)
Entraves debatidos na Fiemg
A alta carga tributária no país e taxas de juros elevadas, o que atrapalha o escoamento da produção e prejudica as exportações da indústria brasileira, estão na pauta do seminário Risco da Desindustrialização no Brasil, que ocorre hoje, às 14h, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais(Fiemg), na capital.
Conforme o presidente da Fiemg, Olavo Machado Júnior, o objetivo é debater os diversos aspectos que ameaçam a competitividade da indústria nacional e levam à desindustrialização. Os empresários vão propor medidas para reverter o processo de desindustrialização no país e o documento será entregue à presidente eleita Dilma Rousseff.
A apresentação do tema do seminário será feita por Samuel Pessoa, chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasilieiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e André Sacconato, chefe da Tendências Consultoria Integrada. Do painel sobre a visão da indústria, participam os presidentes das associações brasileiras da Indústria de Máquinas (Abimaq), Luiz Albert Neto, e da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz Filho. Um dos indicadores que mostra a perda de competitividade da indústria é o encolhimento do comércio de manufaturados. O segmento saiu de um superávit em favor do Brasil de US$ 4 bilhões em 1992 para déficit de US$ 9 bilhões em 2007 e de US$ 30,5 bilhões de janeiro a junho.

Fonte: Marta Vieira – Estado de Minas

18 de novembro de 2010

Secretariado será exonerado, Anastasia e Aécio decidem que governo será de continuidade, mas não de continuísmo


O governador Antonio Anastasia ainda não definiu se o anúncio da nova equipe, pelo menos o secretariado, será feito antes da posse, em 1º de janeiro

Já está decidido. O governador reeleito Antonio Anastasia (PSDB) e o ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB) decidiram que o novo governo será de continuidade, como não poderia deixar de ser, mas não terá a marca do continuísmo. Por isso, haverá uma profunda mudança. Nas primeiras conversas entre Anastasia e Aécio sobre o processo de montagem da nova equipe de governo, eles consideraram que os atuais integrantes dos altos escalões do estado cumpririam com êxito a missão que lhes foi dada, mas que é preciso uma renovação, para dar um novo gás ao governo Anastasia. Foi definido, por exemplo, que todos os ocupantes dos cargos de secretários, adjuntos, subsecretários e dirigentes e assessores de empresas estatais, autarquias e fundações serão exonerados. Alguns poderão voltar, outros podem ser remanejados, mas a tendência é de uma ampla reformulação.
O governador Antonio Anastasia ainda não definiu se o anúncio da nova equipe, pelo menos o secretariado, será feito antes da posse, em 1º de janeiro. Vai depender das negociações políticas. É certo que ele procurará dar um estilo mais técnico, pelo menos em áreas vitais e na equipe econômica. Por outro lado, é possível que algumas demandas políticas sejam atendidas. Por exemplo, para que Bonifácio Andrada (PSDB-MG) possa assumir uma cadeira na Câmara dos Deputados no ano que vem, já que não se reelegeu, Anatasia teria que convocar pelo menos dois deputados federais que foram eleitos na coligação que tinha o PSDB e o DEM, entre outras legendas.
O sentimento no Palácio da Liberdade, no entanto, é que essas necessidades serão tratadas de forma pontual, já que o objetivo é dar uma injeção de ânimo no novo governo.

17 de novembro de 2010

Está no ar o novo blog das bancadas do PSDB na Câmara e no Senado


O novo blog das bancadas do PSDB na Câmara e no Senado está no ar desde terça-feira, dia 16. Sintonizado com modernas ferramentas de comunicação, o site funcionará como um portal de notícias que divulgará as ações dos tucanos no Congresso Nacional.
A cobertura jornalística da página, desenvolvida em parceria com a Assessoria de Informática da Liderança do partido na Câmara, abrange o acompanhamento da atividade parlamentar diária (como votações em plenário, projetos de lei apresentados e pronunciamentos) e a repercussão de temas de interesse da sociedade. Além de artigos, também serão publicadas entrevistas com os tucanos.
As matérias produzidas pelo blog alimentam dois instrumentos de comunicação do PSDB. O primeiro é o “Diário Tucano”, informativo criado em 2003 com circulação na versão impressa no Congresso e disponível em PDF para download neste novo site.
Já a Rádio PSDB leva a ouvintes de Norte a Sul do país os boletins com o noticiário do partido. Se você tem uma emissora, também pode se cadastrar para recebê-los diariamente. Ou pode, ainda, ouvir as reportagens diretamente no blog.
Pelo novo site, o leitor também poderá acompanhar as atualizações feitas no perfis do Twitter @Diario Tucano e @RadioPSDB. Uma seleção das postagens feitas por deputados e senadores alimentará a sessão “Direto do Twitter“. Já os discursos servirão como base para outra coluna fixa: “Direto do Plenário“.
Para entrar em contato, tirar qualquer dúvida, dar sugestões ou se cadastrar para receber a newsletter diária por e-mail, use o campo “Fale conosco“. Com o novo blog, o anterior, hospedado em www.diariotucano.blogspot.com, não será mais atualizado e sairá do ar em breve.

Exame: Os caminhos de Aécio Neves até a eleição de 2014

Os caminhos de Aécio Neves até a eleição de 2014

Desempenho nas urnas em 2010 garante ao senador papel de líder do PSDB
Nenhum outro tucano saiu das urnas tão vitorioso quanto Aécio Neves. Após oito anos à frente do governo de Minas Gerais, ele se elegeu senador com 7,6 milhões de votos e ainda empenhou seus 70% de aprovação no estado nas vitórias de Itamar Franco (PPS), também para o Senado, e de Antonio Anastasia, o antes desconhecido vice-governador que se transformou em seu sucessor.
Da popularidade de Aécio Neves, portanto, ninguém pode duvidar. A prova que se apresenta a ele agora é de outra natureza. Nos próximos quatro anos, o ex-governador mineiro precisa mostrar sua capacidade de liderança nacional para unir o PSDB e pavimentar o caminho até as eleições presidenciais de 2014.
Ao lado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, Aécio é hoje o principal nome do PSDB para a disputa. Alckmin, apesar da votação expressiva em São Paulo, já foi derrotado uma vez por Luiz Inácio Lula da Silva. Aécio é, no conteúdo e na forma, a grande novidade. Terá voltados para si todos os holofotes da oposição.
Para Marco Antonio Villa, historiador e professor de Ciência Política da Universidade de São Carlos, Aécio terá de evoluir para se firmar no cenário nacional. “A rotina de senador lhe exigirá outra postura. A cada dia ele precisa estar pronto a discutir uma pauta diferente”, analisa Villa. “Não basta ser conciliador, ter jogo de cintura. É preciso ter e defender ideias em um ambiente de tensão permanente.”
O voto de 44% dos brasileiros em José Serra no segundo turno das eleições de 2010 serve de recado para Aécio: há demanda por um discurso e uma proposta de oposição. “Aécio deve falar, antes de tudo, a esse eleitorado”, diz Villa.
O sociólogo Humberto Dantas, doutor em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo, lembra que, para construir a viabilidade de seu nome para 2014, Aécio precisa quebrar a centralização do PSDB em São Paulo. Seria a saída para suavizar a rixa entre tucanos mineiros e paulistas e seus reflexos negativos nas urnas – foi por causa dessa disputa interna que Serra se saiu mal em Minas, e se a questão não for resolvida, pode se voltar contra Aécio em São Paulo numa futura eleição nacional.
Para dar conta de tantas missões, bastaria a Aécio o cargo de senador? Ele jura que sim. Correligionários fazem eco. “Ele não procura títulos, é um líder nato. Aécio pode ser qualquer coisa, menos um qualquer”, afirma o fiel escudeiro Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB de Minas.
Apesar do discurso, circulam pelos bastidores pelo menos três possibilidades, complementares ao Senado, para 2011. Aécio poderia assumir a presidência do Senado, poderia ainda presidir o PSDB, ou abandonar o partido que ajudou a fundar.

Fonte: Carolina Freitas - Revista Exame

16 de novembro de 2010

Veja: Os caminhos de Aécio Neves até 2014, desempenho nas urnas garante ao senador papel de líder do PSDB


Oposição
Os caminhos de Aécio Neves até a eleição de 2014

Desempenho nas urnas em 2010 garante ao senador papel de líder do PSDB. E ele precisa provar que é capaz de unir o partido
Nenhum outro tucano saiu das urnas tão vitorioso quanto Aécio Neves. Após oito anos à frente do governo de Minas Gerais, ele se elegeu senador com 7,6 milhões de votos e ainda empenhou seus 70% de aprovação no estado nas vitórias de Itamar Franco (PPS), também para o Senado, e de Antonio Anastasia, o antes desconhecido vice-governador que se transformou em seu sucessor.
Da popularidade de Aécio Neves, portanto, ninguém pode duvidar. A prova que se apresenta a ele agora é de outra natureza. Nos próximos quatro anos, o ex-governador mineiro precisa mostrar sua capacidade de liderança nacional para unir o PSDB e pavimentar o caminho até as eleições presidenciais de 2014.
Ao lado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, Aécio é hoje o principal nome do PSDB para a disputa. Alckmin, apesar da votação expressiva em São Paulo, já foi derrotado uma vez por Luiz Inácio Lula da Silva. Aécio é, no conteúdo e na forma, a grande novidade. Terá voltados para si todos os holofotes da oposição.
Para Marco Antonio Villa, historiador e professor de Ciência Política da Universidade de São Carlos, Aécio terá de evoluir para se firmar no cenário nacional. “A rotina de senador lhe exigirá outra postura. A cada dia ele precisa estar pronto a discutir uma pauta diferente”, analisa Villa. “Não basta ser conciliador, ter jogo de cintura. É preciso ter e defender ideias em um ambiente de tensão permanente.”
O voto de 44% dos brasileiros em José Serra no segundo turno das eleições de 2010 serve de recado para Aécio: há demanda por um discurso e uma proposta de oposição. “Aécio deve falar, antes de tudo, a esse eleitorado”, diz Villa.
O sociólogo Humberto Dantas, doutor em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo, lembra que, para construir a viabilidade de seu nome para 2014, Aécio precisa quebrar a centralização do PSDB em São Paulo. Seria a saída para suavizar a rixa entre tucanos mineiros e paulistas e seus reflexos negativos nas urnas – foi por causa dessa disputa interna que Serra se saiu mal em Minas, e se a questão não for resolvida, pode se voltar contra Aécio em São Paulo numa futura eleição nacional.
Para dar conta de tantas missões, bastaria a Aécio o cargo de senador? Ele jura que sim. Correligionários fazem eco. “Ele não procura títulos, é um líder nato. Aécio pode ser qualquer coisa, menos um qualquer”, afirma o fiel escudeiro Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB de Minas.
Apesar do discurso, circulam pelos bastidores pelo menos três possibilidades, complementares ao Senado, para 2011. Aécio poderia assumir a presidência do Senado, poderia ainda presidir o PSDB, ou abandonar o partido que ajudou a fundar.
Presidência do Senado – O posto dos sonhos de Aécio é tão desejado quando improvável. E o mineiro dá sinais de que não pretende encampar essa guerra, ao assumir o discurso de que vai respeitar a proporcionalidade como critério de escolha do presidente da Casa. “Ele pode até sonhar com a presidência do Senado, mas não aposta em cavalo perdedor”, analisa Marco Antonio Villa. Para Humberto Dantas, assumir a tarefa seria “uma jogada de mestre”. “Ao mesmo tempo, porém, representaria um custo muito alto”, avalia.
A escolha preza pela representação proporcional dos partidos que compõe a Casa. Quem tem a maior bancada decide. No caso, o PMDB, com 20 cadeiras, e o PT, com 14, estão na frente do PSDB, que tem 11. “Há um acordo muito bem amarrado entre PMDB e PT para comandar o Senado. É uma posição com poder e visibilidade enormes. A base não entregaria isso a Aécio”, diz Villa.
Os galanteios do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), lançando Aécio ao posto, têm outra explicação. “São um recado ao PT, para que preste atenção ao PSB na partilha de espaço dentro do governo Dilma Rousseff”, diagnostica Dantas. “Aécio tem proximidade com Cid, Ciro Gomes e Eduardo Campos. Eles podem agir juntos, se quiserem.” PSDB e PSB firmaram alianças regionais em cinco estados nas eleições de 2010: Paraná, Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraíba. Em todos eles, os candidatos a governador apoiados saíram vitoriosos.
Presidência do PSDB – O PSDB decidiu esticar até maio de 2011 o mandato do presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, que terminaria em outubro. E não foi à toa. O objetivo é evitar o acirramento de ânimos entre apoiadores de José Serra e de Aécio Neves em um momento já delicado, após a derrota de Serra nas urnas. A disputa pela presidência do partido mobilizará os dois grupos, mas tende a terminar com uma decisão no melhor estilo tucano: um nome de convergência.
“Não seria bom para o PSDB ter Serra ou Aécio como presidente nacional, por conta das rusgas entre os grupos de cada um. Um deles assumir representaria que o outro foi derrotado, o que só aumentaria a cisão”, afirma Humberto Dantas.
Para Marco Antonio Villa, a tarefa de dirigir o partido exigiria de Aécio dedicação. “O PSDB é um condomínio de algumas lideranças regionais fortes. Precisa de alguém que o transforme em partido, com discurso, proposta e identidade”, diz o professor. “A tarefa envolve muito esforço interno. E Aécio precisa garantir visibilidade externa se quiser sair candidato a presidente em 2014.”
O caminho natural, portanto, será Aécio tentar colocar na presidência do partido um nome de sua confiança, avalia cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais. “Não interessa a Aécio que Serra assuma a presidência do partido. Isso daria ao adversário força para tentar mais uma candidatura à Presidência da República.” Um dos nomes de confiança de Aécio cotados para o cargo é o do senador em fim de mandato Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Por hora, tanto serristas quanto aecistas são só elogios a Sérgio Guerra. “Ele tem ido muito bem na condução do partido, mostra muita tranqüilidade e uma paciência incrível para acomodar correntes”, afirma a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), uma das apoiadoras mais fieis do ex-governador paulista. “O partido está muito bem conduzido na mão de Guerra”, afirma o deputado federal Nárcio Rodrigues (PSDB-MG).
Fora do PSDB – Possibilidade remota, mas que ainda será muito ventilada nos próximos meses. Os boatos a respeito da saída de Aécio Neves do PSDB facilitam barganhas do mineiro dentro do partido e negociações de líderes do PSB e do PMDB com o PT. “Se houver alguma mudança de partido, so acontecerá depois das eleições municipais de 2012, quando o cenário eleitoral estiver mais claro”, acredita Villa. “Até lá surgirão muitos balões de ensaio.”
Sair de verdade só se a situação dentro do partido ficar insustentável, avalia Fábio Wanderley. “Aécio só sai se o partido estiver se desintegrando, que não é o que se vê agora.” Para Humberto Dantas, o perfil de Aécio deve garantir sua permanência entre os tucanos. “Sair seria difícil e arriscado. Aécio teve paciência para esperar o melhor momento para se candidatar, cedeu a vez a Serra. Além disso, tem uma boa relação com Alckmin. Juntos os dois darão identidade ao novo PSDB.”


Fonte: Carolina Freitas – Veja

11 de novembro de 2010

Aécio se desponta como líder da Social Democracia, diz a imprensa internacional

La oposición brasileña se renueva tras la derrota electoral
Aécio Neves surge como líder de la socialdemocracia
JUAN ARIAS - Río de Janeiro - 10/11/2010 EL PAIS

Vota Resultado 26 votos . .La oposición brasileña ya tiene un nuevo líder: Aécio Neves, de 50 años, flamante senador y ex gobernador del Estado de Minas Gerais, el segundo mayor del país. La nueva cabeza del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB) hará frente a la futura presidenta, Dilma Rousseff, del Partido de los Trabajadores (PT) y ex mano derecha del mandatario saliente, Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasil

A FUNDO
Capital: Brasilia.Gobierno:República Federal.Población:191,908,598 (2008)La noticia en otros webs
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Neves es nieto de Tancredo Neves, el primer presidente electo de la democracia brasileña tras el fin de la dictadura en 1985. Tancredo Neves no asumió el cargo porque cayó gravemente enfermo y falleció poco antes de asumir el poder. Para Aécio, la figura de su abuelo materno y su frustrada presidencia suponen la asignatura pendiente de una familia de larga trayectoria política. Tras pasar siete años al frente de Minas Gerais, Neves da por fin el salto al liderazgo del PSDB tras la derrota electoral de José Serra en las generales del 31 de octubre.

La jugada de Neves para mantener sus opciones políticas fue sagaz. Desistió primero de concurrir a elecciones internas con Serra por la candidatura a la presidencia y más tarde declinó la oferta de acompañar a aquel como vicepresidente. Se apartó y conservó su tirón electoral, algo que le fue muy útil para conseguir que su principal colaborador en la gobernación de Minas Gerais, Antonio Anastasia, se alzara como su sucesor en el cargo a pesar de su falta de experiencia política y de la dura campaña de Lula, que intentó aupar a su propio candidato.

Según el senador, el PSDB deberá comenzar su refundación en mayo próximo, con ocasión de su convención nacional. Propone que un triunvirato formado por el ex presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2002), Serra y el histórico dirigente del partido Tasso Gereussati preparen las bases de dicha transformación.

También Sergio Guerra, actual presidente del PSDB, ha pedido que para 2012 el partido defina al candidato que deberá disputar las presidenciales de 2014. Alguien que puede hacerle sombra a Neves en su lucha por la candidatura es el nuevo gobernador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que se impuso al candidato de Lula, Aloisio Mercandante.

El nuevo líder de la oposición pretende también fortalecer al PSDB con una fusión con los partidos que se unieron a la lista de Serra en las elecciones: Demócratas (DEM) y el Partido Popular Socialista (PPS). Neves ha asegurado que el PSDB hará a la sucesora de Lula una oposición "vigorosa" y, a la vez, "con propuestas". Según él, la oposición ha salido reforzada de las elecciones y le exigirá a Rousseff todas sus promesas.

Na Minas de Aécio cresceu de forma significativa as fontes alternativas de energia


Balanço energético de Minas Gerais revela crescimento das fontes alternativas

Um aumento significativo da participação das chamadas fontes alternativas de energia ocorreu na matriz energética mineira nos últimos anos e a perspectiva é de ampliação em virtude da utilização crescente do gás natural e dos biocombustíveis, com destaque para o etanol, bagaço, carvão vegetal e a geração a partir da incineração de resíduos sólidos urbanos. Do total da demanda estadual de energia, 53,1% referem-se às fontes renováveis de energia.

A informação consta do 24º Balanço Energético do Estado de Minas Gerais - 2009, ano base 2008, elaborado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), através da Superintendência de Tecnologia e Alternativas Energéticas, no âmbito do Conselho Estadual de Energia (Coner), coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede). O documento, que acaba de ser divulgado, atualiza a série histórica da matriz estadual, incorporando os dados do período de 1978 a 2008.

A demanda total de energia em Minas Gerais, em 2008, alcançou 34,4 milhões de toneladas equivalente de petróleo (tEP), valor equivalente a 13,5% da demanda total de energia no Brasil. No período 1978-2008, a demanda cresceu, no Estado, a uma taxa média de 2,65% ao ano, e a variação ocorrida no Brasil foi de 2,97% para o mesmo período.

Os números revelam ainda que do total das fontes renováveis, a lenha e seus derivados possui significativa participação: 48,8%. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sergio Barroso, “é fundamental para o Estado garantir a sustentabilidade do uso desses energéticos, através de políticas de incentivo ao plantio de florestas comerciais, combate ao desmatamento e restrição à importação de lenha nativa”.

O secretário acrescentou que com a adoção do planejamento energético e ambiental através da criação do Plano Estadual de Energia 2030, o Estado vem trabalhando para promover o desenvolvimento socioeconômico lastreado em uma matriz energética mais limpa, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. Observou que desde 2008 foi estabelecida a política para racionalizar a demanda de energia através de agressiva estratégia de eficiência energética e substituição de fontes fósseis por fontes renováveis.

Balanço

O balanço energético é um documento técnico essencial para o tratamento das questões relacionadas à energia, pois apresenta dados importantes para diversos estudos, tais como planejamento e eficiência energética, gestão tecnológica, estudos e ações de natureza socioeconômica e desenvolvimento sustentável, dentre outros. Além disto, informa a evolução da oferta e da demanda de cada um dos energéticos utilizados nos seus diferentes setores e contribui para o desenvolvimento econômico e social do Estado. A metodologia utilizada baseia-se no Balanço Energético Nacional, editado pelo Ministério de Minas e Energia.

O BEEMG está estruturado em seis capítulos. No primeiro, está a introdução ao estudo. O capítulo 2 apresenta a estrutura estadual da demanda de energia (consumo final e dos centros de transformação, e perdas), por fonte e por setor econômico, bem como a evolução da participação mineira na demanda nacional total. Além disso, mostra a análise do intercâmbio externo de energia do Estado e os montantes produzidos, importados, exportados, transformados e consumidos internamente.

O capítulo 3 apresenta, na forma de tabelas e gráficos, a evolução da oferta e do consumo de cada fonte de energia primária e secundária, bem como a evolução do consumo em cada setor econômico.

Nos capítulos 4 e 5 encontram-se os balanços dos centros de transformação de energia e os dados de produção e consumo de gases siderúrgicos, fonte energética que apresenta importante potencial de utilização em Minas Gerais.

O capítulo 6 apresenta informações sobre os energéticos, em suas unidades físicas, e detalhes da metodologia utilizada. Nos anexos, são apresentados os fatores de conversão para tonelada equivalente de petróleo (tEP) e as massas específicas dos diversos energéticos, além das matrizes dos balanços energéticos consolidados de Minas Gerais, de 1978 a 2008.

Matriz Energética

O balanço energético revela que em 2008 ocorreu produção de 57.814 GWh (4.972 mil tEP) de energia hidráulica, o que representa queda de 5,4%, em relação a 2007. A exportação líquida de eletricidade foi de 254 mil tEP. Já a produção de álcool etílico foi de 2.167 mil m³ (1.119 mil tEP), crescendo 22,4% em relação a 2007. Dado confirma tendência de expansão, uma vez que o crescimento médio desde 2001 é de 22,7%.

A participação dos derivados de cana de açúcar na demanda estadual, de 11,5%, atingiu seu maior valor, o que contribuiu para aumentar a parcela de energéticos renováveis na matriz estadual. Em 2008, o consumo de álcool etílico do setor de transporte rodoviário cresceu 13,1%, em relação a 2007. Foram produzidas 11.050 mil t (2.354 mil tEP) de bagaço de cana, consumidos, principalmente, na produção de vapor de processo e para geração de eletricidade, 8.682 mil t (1.849 mil tEP), no setor sucroalcooleiro.

Em 2008, ocorreu queda de 12,6% do consumo de carvão vegetal e finos, em relação a 2007 (de 3.760 mil tEP para 3.287 mil tEP) devido, principalmente, à redução das atividades do setor siderúrgico. Tal redução, juntamente com uma leve expansão da produção de carvão (de 2.575 mil tEP para 2.598 mil tEP) contribuiu para a queda nas importações, de 39,1% em relação a 2007. O consumo de gás natural automotivo passou de 87 mil tEP em 2007, para 70 mil tEP em 2008, tendo queda de 11,8%.

Demanda

O setor industrial apresenta a maior demanda de energia do Estado, 21.424 mil tEP, que representa 62,4% do total, com crescimento de 2,4% em relação a 2007. A demanda de lenha e derivados representa 31,4% do total da indústria, seguida pelo carvão mineral e seus derivados com 22,1%, petróleo, derivados e gás natural, 17,8%, derivados de cana de açúcar 13,8%, e energia hidráulica e outras fontes, com respectivamente, 12,0% e 2,9%.4 Lenha, carvão mineral e derivados representam 53,5% da demanda total do setor industrial do Estado. Isso se deve, principalmente, à representatividade das siderurgias, no cenário mineiro, grandes consumidoras de carvão vegetal e coque de carvão mineral.

O setor transportes ocupa a segunda posição na energia demandada do Estado, sendo que, em 2008, a sua demanda, de 7.094 mil tEP, representa 20,6% da demanda total.

O setor residencial possui a terceira maior demanda de energia, 3.553 mil tEP, que representa 10,3% do total, mantendo-se aproximadamente constante em relação a 2007. O principal energético demandado é a lenha e seus derivados com 57,0% do total, seguido pelo petróleo e derivados com 23,7% e energia hidráulica, 18,3%.

O setor agropecuário, em 2008, apresentou demanda de 832 mil tEP, representando 2,4% do total, com crescimento de 10,2% em relação a 2007. Nesse setor, as fontes energéticas mais importantes foram petróleo, derivados e gás natural, com 69,9%, seguidos por energia hidráulica com 24,9%, lenha e derivados com 5,2%.

10 de novembro de 2010

Aécio diz que não quer ser Presidente do Senado!

Aécio: 'Não postulo e não serei presidente do Senado'

Aécio Neves: não postulo, não articulo, não disputo e não serei presidente do Congresso
Aécio negou que tenha articulado com os partidos aliados e até mesmo da base governista o apoio à sua candidatura à presidência do Congresso

Belo Horizonte - Sob o argumento de que sempre respeitou a proporcionalidade na distribuição do poder no Parlamento, o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) disse ao jornal O Estado de S. Paulo que em momento algum articulou com os partidos aliados e até mesmo da base governista o apoio à sua candidatura à presidência do Congresso.

No sábado, o jornal revelou que foi deflagrada uma ampla articulação política para que Aécio conquiste o comando do Senado, em operação bancada por PSDB e DEM, com o apoio informal de setores do PSB e do PP. A articulação contaria com a possível adesão de PDT e PC do B, que ajudaram a eleger Dilma Rousseff (PT) presidente. Em troca, o senador apoiaria esses parceiros na briga pelo controle da Câmara.

"Não postulo, não articulo, não disputo e não serei presidente do Congresso. É natural que a presidência do Senado caiba às forças majoritárias, o que não é o nosso caso. Quem pensa que estou articulando isto, ou não me conhece, ou não conhece o Congresso. Fui parlamentar por 16 anos e sempre defendi, e continuo defendendo, o respeito à proporcionalidade na ocupação dos espaços no Parlamento", afirmou Aécio.

Um dos que já defenderam publicamente o nome do ex-governador para o lugar do senador José Sarney foi o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). Apesar desse movimento, o tucano insiste em que nunca conversou com nenhum senador sobre o assunto, nem mesmo para articular a presidência do PSDB ou a liderança do partido no Senado.

"Minha participação nisso é zero, zero, zero. Não estou conversando com ninguém e não falei com um único senador sequer sobre presidência do Senado. Não postulo nada e não quero cargo algum." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


PSDB | 08/11/2010 09:28
Agência Estado
Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL

Aécio é o candidato natural do PSDB a Presidente do Brasil


Para cientista político, atitude de diálogo credencia tucano a buscar a Presidência
O senador eleito Aécio Neves não travará uma “luta frontal” com os paulistas pela candidatura do PSDB à Presidência em 2014, mas tampouco ficará “quieto e passivo”, avalia o mineiro Rubem Barboza Filho, da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).

Segundo o cientista político, evitar o choque direto obedece ao “estilo” do ex-governador de Minas Gerais e ao seu cálculo de evitar vetos do grupo de São Paulo, que hoje domina o partido.

“Se considerarmos Aécio e os paulistas como dois jogadores, ambos sabem que podem vetar as pretensões do adversário, mas também que isso é a morte de ambos. O interessante será ver como cada lado consegue “seduzir” o outro num jogo mais inclusivo”, disse, por e-mail.

Para Barboza, a eleição mostrou que a “despaulistização” do PSDB é inevitável “num futuro próximo”.

Ele acha que os paulistas dificilmente conseguirão repetir a “manobra” deste ano, quando José Serra “impôs” sua candidatura. Mas não aceitarão “passivamente” o “deslocamento de sua hegemonia”. Daí a estratégia do ex-governador mineiro:

“Aécio tem capacidade de interlocução com outros partidos e lideranças, o que provavelmente nenhum outro líder tucano tem hoje. Por outro lado, aglutinará o sentimento de que o jogo interno de SP não pode determinar a dinâmica da disputa nacional. [O ex-presidente] Itamar Franco será seu fiel escudeiro nessa campanha.”

O cientista político não concorda com a percepção de que Aécio não se esforçou no segundo turno -Dilma Rousseff venceu com vantagem de 17 pontos em Minas.

Barboza lembra que a votação de Serra no Estado aumentou 35% em relação ao primeiro turno (30,76% para 41,55%), e a da petista subiu 24% (46,98% para 58,45%). Na capital, o tucano venceu por 51% a 49%.

“Para um analista maldoso, Aécio teria feito uma operação cirúrgica: mostrado sua capacidade de mudar na capital e enviado o recado de que esse era o limite que se impôs, para abrir o futuro. Não creio que nenhum político tenha essa capacidade de dispor do eleitorado.”

Segundo Barboza, há três razões para a derrota de Serra em Minas: a popularidade de Lula no Estado, a resistência dos mineiros a São Paulo, acirrada pelo “bloqueio” à candidatura de Aécio, e a incapacidade de Serra de “seduzir e comover” eleitores.

Ele avalia, no entanto, que Aécio só poderá viabilizar sua pretensão à Presidência se articular uma proposta diferente da do PT -mas não se trata de rumar à direita, diz.

“É preciso aprofundar uma política de direitos sem transformá-los em “dádiva” de um enredo político particular, mas como parte do romance republicano do país.”


Fonte: Claudia Antunes

8 de novembro de 2010

Em entrevista à Folha, Aécio Neves defende refundação do PSDB e uma discussão aguerrida na defesa da ética e a democracia


Aécio defende refundação do PSDB e oposição propositiva

Senador eleito afirma que partido não pode se envergonhar de privatizações
Ex-governador diz que PSDB precisa refazer seu programa e propõe que FHC, Serra e Tasso se encarreguem disso

Ex-governador de Minas e senador eleito, Aécio Neves defende a “refundação do PSDB” para recuperar sua “identidade”. Para isso, propõe refazer o programa partidário até maio de 2011.

O novo texto defenderia sem “constrangimentos” as privatizações de FHC e, ao mesmo tempo, fugiria de armadilhas eleitorais fixando que empresas como Banco do Brasil e Petrobras devem ser mantidas como estatais.

Ele promete uma “oposição generosa” a Dilma nas discussões sobre reformas e “aguerrida” na defesa da democracia e da ética. Aécio diz que o presidente Lula “atropelou” algumas instituições na campanha, mas Dilma “foi eleita legitimamente”.

Folha – Qual será o papel do PSDB no governo Dilma?
Aécio Neves - Existiu um pensador inglês que deixa um ensinamento tanto para o governo que assume como para a oposição. Benjamin Disraeli, primeiro-ministro da Inglaterra (1804-1881), dizia que para haver um governo forte é preciso haver oposição forte. É esse papel que temos de desempenhar.

O PSDB precisa de mudanças após as últimas três derrotas?
Estamos no momento de refundar o PSDB para recuperar nossa identidade partidária. Por isso estarei propondo ao partido que, daqui até maio, quando teremos nossa convenção partidária, possamos refazer e atualizar o nosso programa partidário.
Vou sugerir um grupo de três notáveis do partido para coordenar essa refundação.

Quem seriam os notáveis?
O presidente Fernando Henrique, o candidato José Serra e o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati.

Qual a linha da refundação?
Que fale da nossa visão sobre privatização sem constrangimentos. Temos de mostrar como foi importante para o país a privatização das telecomunicações, Embraer, Vale. Ao mesmo tempo assegurar, de forma clara, que existem empresas estratégicas do Estado que não estarão sujeitas a qualquer discussão nessa direção, como o Banco do Brasil, a Petrobras.

O sr. quer acabar com as armadilhas eleitorais em que o partido caiu nas eleições?
Temos de falar disso com altivez, reconhecendo e assumindo o nosso legado. Não existiria o governo Lula com seus resultados se não tivesse havido os governos Itamar Franco e FHC.

FHC disse que não mais apoiará um PSDB que não defenda seu passado.
Eu compreendo a angústia do presidente, mas não vou, numa hora dessas, olhar para trás. Vou olhar para a frente. O governador Serra defendeu com extrema altivez e coragem pessoal as teses que achava que deveria defender. Foi um guerreiro nesta campanha, defendeu valores extremamente importantes.

E sobre lançar daqui a dois anos o candidato do PSDB a presidente em 2014?
Não sei se é hora de pensar nisso. A vida é feita por etapas. Não podemos é correr o risco de ter um processo atropelado no final.

O momento é mais de a “luta continua”, fala de Serra após a derrota, ou de estender a mão, de Dilma Rousseff?
Temos como exercer uma oposição aguerrida na defesa das nossas instituições, da própria democracia e na fiscalização permanente das ações do governo, colocando limites em eventuais excessos. E, ao mesmo tempo, exercermos uma oposição propositiva, que apresente propostas em torno de uma agenda de Estado, e não de governo. Aí entra na pauta a agenda das grandes reformas. Devemos estar dispostos a sentar à mesa na busca de construção de consensos em torno dessas reformas.

Quais?
Começo pela política, que reorganize nosso sistema político-partidário. A tributária, que aponte na direção da redução da carga tributária. Reforma do Estado, que fortaleça Estados e municípios; a construção de uma política industrial racional, que nos tire da armadilha em que entramos, que nos transforma em exportadores de produtos primários e importadores de manufaturados. Na discussão desses temas a próxima presidente encontrará uma oposição generosa e ao mesmo tempo firme na defesa das instituições democráticas, nos limites éticos.

O presidente Lula pediu à oposição que não seja raivosa em relação ao governo Dilma.
Não vamos fazer a oposição raivosa exercida pelo PT ao governo FHC, votando contra tudo. O próprio PT deve ter aprendido com isso. O Brasil está maduro para ter outro tipo de oposição.

Na eleição, sua relação com Lula ficou desgastada?
Temos de compreender isso como parte do processo eleitoral. Passado o calor eleitoral, todos temos de ter a disposição para conversar. Só uma oposição frágil e insegura se negaria a discutir com o governo temas essenciais à vida nacional.

Lula extrapolou na eleição?
A eleição está passada. Quem tem de fazer esse juízo é a sociedade. A presidente foi eleita legitimamente.

A fila andou no PSDB? O sr. é o candidato a presidente?

[rindo] O PSDB nunca teve dificuldades de quadros. Continua não tendo. Só alguém neófito em política se lança candidato de si próprio. Eu estarei à disposição do partido para cumprir o papel que me designar.

Quem foi o personagem da eleição de 2010?

O presidente Lula. Construiu uma candidatura à revelia do seu partido e venceu. Essa é a marca que fica. Atropelando em determinados momentos algumas das nossas instituições, mas venceu as eleições e temos de reconhecer essa vitória, não nos fragilizarmos a partir dela.

O sr. pode sair do PSDB?
Meu destino é no PSDB.

Defende a abertura de uma janela partidária para troca de partidos no próximo ano?
Não acho que seja o essencial. Deveríamos discutir a cláusula de desempenho.


Fonte: Valdo Cruz – Folha de S. Paulo

3 de novembro de 2010

Analista político diz que Aécio evitará confronto com PSDB paulista e que perfil conciliador deve prevalecer


Aécio evitará “luta frontal” com paulistas, diz analista mineiro


Para cientista político, atitude de diálogo credencia tucano a buscar a Presidência

O senador eleito Aécio Neves não travará uma “luta frontal” com os paulistas pela candidatura do PSDB à Presidência em 2014, mas tampouco ficará “quieto e passivo”, avalia o mineiro Rubem Barboza Filho, da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
Segundo o cientista político, evitar o choque direto obedece ao “estilo” do ex-governador de Minas Gerais e ao seu cálculo de evitar vetos do grupo de São Paulo, que hoje domina o partido.
“Se considerarmos Aécio e os paulistas como dois jogadores, ambos sabem que podem vetar as pretensões do adversário, mas também que isso é a morte de ambos. O interessante será ver como cada lado consegue “seduzir” o outro num jogo mais inclusivo”, disse, por e-mail.
Para Barboza, a eleição mostrou que a “despaulistização” do PSDB é inevitável “num futuro próximo”.
Ele acha que os paulistas dificilmente conseguirão repetir a “manobra” deste ano, quando José Serra “impôs” sua candidatura. Mas não aceitarão “passivamente” o “deslocamento de sua hegemonia”. Daí a estratégia do ex-governador mineiro:
“Aécio tem capacidade de interlocução com outros partidos e lideranças, o que provavelmente nenhum outro líder tucano tem hoje. Por outro lado, aglutinará o sentimento de que o jogo interno de SP não pode determinar a dinâmica da disputa nacional. [O ex-presidente] Itamar Franco será seu fiel escudeiro nessa campanha.”
O cientista político não concorda com a percepção de que Aécio não se esforçou no segundo turno -Dilma Rousseff venceu com vantagem de 17 pontos em Minas.
Barboza lembra que a votação de Serra no Estado aumentou 35% em relação ao primeiro turno (30,76% para 41,55%), e a da petista subiu 24% (46,98% para 58,45%). Na capital, o tucano venceu por 51% a 49%.
“Para um analista maldoso, Aécio teria feito uma operação cirúrgica: mostrado sua capacidade de mudar na capital e enviado o recado de que esse era o limite que se impôs, para abrir o futuro. Não creio que nenhum político tenha essa capacidade de dispor do eleitorado.”
Segundo Barboza, há três razões para a derrota de Serra em Minas: a popularidade de Lula no Estado, a resistência dos mineiros a São Paulo, acirrada pelo “bloqueio” à candidatura de Aécio, e a incapacidade de Serra de “seduzir e comover” eleitores.
Ele avalia, no entanto, que Aécio só poderá viabilizar sua pretensão à Presidência se articular uma proposta diferente da do PT -mas não se trata de rumar à direita, diz.
“É preciso aprofundar uma política de direitos sem transformá-los em “dádiva” de um enredo político particular, mas como parte do romance republicano do país.”

Fonte: Claudia Antunes

Presidente do DEM diz que Aécio se empenhou. Para ele, eleitor optou pela continuidade e oposição a Dilma deve começar já


‘Oposição tem de cobrar desde já’


Para Maia, PSDB, DEM e PPS precisam entender que 2011 não será o 1º ano do governo Dilma, mas sim o ’9º ano de Lula’

ENTREVISTA
Rodrigo Maia, presidente do DEM
Presidente nacional do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ) defende que a oposição se una desde o primeiro dia do governo de Dilma Rousseff para cobrar promessas de campanha e questionar sua eficiência. Para Maia, PSDB, DEM e PPS precisam ver 2011 não como primeiro ano da gestão Dilma, mas sim o “nono ano do governo Lula”. “Ela foi gestora no atual governo dos programas que prometeu realizar como presidente”, diz. Maia exime o mineiro Aécio Neves (PSDB) pela vantagem obtida por Dilma em Minas. Para ele, o problema foi o partido não ser atrativo às classes D e E.

A oposição perdeu pela terceira vez seguida a eleição. Dessa vez, não foi para Lula, mas para uma candidata praticamente inventada por ele. Qual é sua avaliação sobre esse processo?

Serra fez o que estava ao seu alcance. Na reta final, o eleitor decidiu pela continuidade do governo Lula e Dilma recebeu a migração de indecisos e de eleitores das classes D e E que havia perdido no primeiro turno por conta da questão religiosa.
Por que não foi possível conter essa migração?
Governos têm ciclos de 8, 12 anos. Esse ciclo ainda é o mesmo, até porque ela foi gestora no atual governo dos programas que prometeu realizar como presidente. Dilma se propôs a continuar o governo Lula e as pessoas concordaram.
Como impedir que isso se repita na próxima eleição?
A oposição precisa compreender que a mensagem dos eleitores é que esse não será o primeiro ano do governo Dilma, mas sim o nono ano do governo Lula. Devemos cobrar desde já as promessas como a construção de 2 milhões de casas no Minha Casa, Minha Vida. É isso que devemos falar e cobrar desde já.
O senhor fala em nono ano de governo, mas Lula e Dilma são muito diferentes um do outro…
Mas ela centrou toda a campanha na continuidade. A oposição aposta que vai haver um choque entre os dois modelos. Lula era palanqueiro. Rodava o Brasil transformando compromissos de presidente em palanque. A outra é gestora. Vai passar muito tempo no gabinete.
A oposição é criticada por ter sido dócil no governo Lula. Isso pesou no resultado de agora?
Não acho que a oposição foi macia demais. Foi um erro recuar no pedido do processo de impedimento do presidente Lula durante o mensalão. Não significa que o presidente fosse cair, porque ele usaria a popularidade e influência política para se segurar. Mas teria sofrido um desgaste maior. Mas tivemos grandes acertos também. Nossa reação impediu que prosperasse a tese de se aprovar a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente. Conseguimos derrubar a cobrança da CPMF. No saldo, a oposição teve papel positivo. Mesmo com Lula tendo mais de 80% de aprovação, tivemos nosso melhor resultado nas três últimas eleições e vamos governar dez Estados.
Serra foi derrotado por Dilma em Minas no segundo turno. O ex-governador Aécio Neves poderia ter ajudado mais?
Nenhum dos Estados, nem Minas, nem São Paulo, individualmente, resolveriam a nosso favor. Aécio se empenhou como podia, comandou nosso melhor evento no segundo turno, em Copacabana. Geraldo Alckmin e Alberto Goldman fizeram o que podiam em São Paulo. O eleitor entendeu que o governo deveria continuar. Especialmente os mais pobres.
Regionalmente, Dilma venceu com facilidade no Nordeste e no Norte. A vantagem de 500 mil votos obtida em Manaus foi maior, por exemplo, que a conseguida por Serra na capital paulista. Não é preciso haver um trabalho específico nessas regiões?
Nenhum de nossos candidatos vai ganhar a eleição com o desequilíbrio que está havendo não apenas por serem regiões específicas como Norte e Nordeste. Existe uma concentração de eleitores mais pobres nessas áreas e esses, sim, votaram de novo no PT. Se pegarmos cidades do Sudeste que concentram eleitores de menor renda, sempre perdemos por mais de 30 pontos. Isso anula qualquer vantagem em outros lugares. Precisamos de uma mensagem eficiente para esses eleitores.
A oposição é vista como elitista por esses eleitores?
Não se trata disso. É uma questão de acertar a comunicação que Lula faz muito bem. Demonstramos nossa preocupação com os eleitores mais pobres no governo Fernando Henrique, lançando programas que foram base para a maioria das iniciativas do atual governo. Foi um erro nosso? Não. Lula é que foi competente ao passar sua mensagem.
O DEM lançará candidato próprio em 2014?
A princípio, digo que sim. Talvez seja importante para a oposição ter mais de uma candidatura para garantir segundo turno. Depois da eleição municipal, a proposta é que PSDB, DEM e PPS apresentem nomes para correr o Brasil e debater ideias. Talvez façamos prévias entre esses nomes para escolher o candidato.


Fonte: Marcelo de Moraes – O Estado de S.Paulo