A democracia brasileira deu mais uma vez mostras de sua vitalidade. Foi a sexta sucessão presidencial em ambiente de ampla liberdade. Abusos ocorreram. Mas podemos celebrar a consolidação de nossa democracia. Vinte e cinco anos de Nova República. Domamos a inflação; modernizamos a economia; avançamos no combate à pobreza e à miséria; construímos políticas públicas sociais inclusivas; conquistamos respeito internacional e inauguramos o mais profundo ciclo democrático de nossa história. Não foi obra de um só partido, de uma só pessoa, de um só segmento da sociedade.Foi uma vitória coletiva. Fechamos um ciclo. Inauguramos a era pós-Lula.
Nas eleições de 2010, Serra mostrou coragem política e patriotismo. Tinha uma reeleição razoavelmente tranquila em São Paulo. Preferiu o gesto ousado de disputar uma eleição que sabíamos difícil em nome do pluralismo e da afirmação de determinados valores e princípios. Representou, e bem, a opinião de 44% dos brasileiros.
Mostrou que o Brasil não tem donos, nem semideuses a manipular o seu destino.
Ganhou a candidata de Lula. Lula, Dilma e o PT venceram. “Aos vencedores, as batatas.” Cabe a Dilma se firmar como alguém mais que a sombra de um presidente carismático, popular e forte.
A nós do PSDB cabe interpretar corretamente os novos tempos, aprender com os erros, pacificar a relação com nosso próprio passado e construir uma oposição firme, moderna, consistente, propositiva, criativa e enraizada na sociedade. Desde 1994, PSDB e PT protagonizam a cena política brasileira ao lado de seus aliados. Só há democracia forte, com oposição forte.
Perdemos, mas demarcamos um campo importante e elegemos governadores em importantes estados brasileiros. Temos uma bancada parlamentar qualificada e aguerrida.
Nas democracias avançadas, a perda de uma eleição implica mudanças e renovação. Novas estratégias, novos métodos, novas formas de organização, novas lideranças. É assim no PSOE, no PSF, no PSD alemão. Foi assim no PCI. Recentemente, o Partido Trabalhista Inglês enfrentou o desafio da renovação diante de uma derrota eleitoral com os olhos postos no futuro.
É hora de repensarmos o PSDB após sua terceira derrota em eleições presidenciais. Se quisermos retomar a perspectiva de vitória em eleições nacionais e nos posicionarmos para 2012 e 2014, temos que desencadear uma série de iniciativas políticas marcadas pelo frescor da renovação e pela capacidade de inovação. O imobilismo pode ser confortável para adiarmos o enfrentamento de nossas contradições, mas poderá ser fatal. O ciclo pós-Lula exige a superação de fórmulas esgotadas e a construção de nova identidade.
Para tanto é fundamental: 1) encontrarmos formas orgânicas de articulação, agenda comum e estilo compatível para atuação conjunta com nossos aliados do DEM, do PPS e de parcela do PMDB;
2) clarear nossa posição propositiva e programática, criando consensos sobre temas essenciais como reforma política, reforma tributária e fiscal, financiamento da saúde, modernização das relações de trabalho, qualificação do sistema educacional, política econômica. Serra e Fernando Henrique terão papel essencial nesse processo;
3) abrir espaços de diálogo com outros atores como Marina e o PV, PSB e seus governadores, PP, PTB, PR e PDT;
4) enraizar o PSDB na sociedade e nas diversas regiões, numa perspectiva ativa, aberta e mobilizadora, procurando estabelecer vínculos sólidos e permanentes com segmentos diversos da sociedade;
5) renovar a vida partidária e criar uma imagem ancorada sim no nosso belo passado, mas principalmente espelhando a nossa visão de futuro. É preciso abrir alas e dar passagem para a geração de Aécio Neves, Beto Richa, Marconi Perilo, Geraldo Alckmin, entre outros.
Perdemos uma batalha. O futuro nos chama e desafia. Nosso papel será do tamanho da nossa ousadia e capacidade de inovar.
MARCUS PESTANA é deputado federal eleito (PSDB/MG), deputado estadual e presidente da Fundação Teotônio Vilela/MG.
Nas eleições de 2010, Serra mostrou coragem política e patriotismo. Tinha uma reeleição razoavelmente tranquila em São Paulo. Preferiu o gesto ousado de disputar uma eleição que sabíamos difícil em nome do pluralismo e da afirmação de determinados valores e princípios. Representou, e bem, a opinião de 44% dos brasileiros.
Mostrou que o Brasil não tem donos, nem semideuses a manipular o seu destino.
Ganhou a candidata de Lula. Lula, Dilma e o PT venceram. “Aos vencedores, as batatas.” Cabe a Dilma se firmar como alguém mais que a sombra de um presidente carismático, popular e forte.
A nós do PSDB cabe interpretar corretamente os novos tempos, aprender com os erros, pacificar a relação com nosso próprio passado e construir uma oposição firme, moderna, consistente, propositiva, criativa e enraizada na sociedade. Desde 1994, PSDB e PT protagonizam a cena política brasileira ao lado de seus aliados. Só há democracia forte, com oposição forte.
Perdemos, mas demarcamos um campo importante e elegemos governadores em importantes estados brasileiros. Temos uma bancada parlamentar qualificada e aguerrida.
Nas democracias avançadas, a perda de uma eleição implica mudanças e renovação. Novas estratégias, novos métodos, novas formas de organização, novas lideranças. É assim no PSOE, no PSF, no PSD alemão. Foi assim no PCI. Recentemente, o Partido Trabalhista Inglês enfrentou o desafio da renovação diante de uma derrota eleitoral com os olhos postos no futuro.
É hora de repensarmos o PSDB após sua terceira derrota em eleições presidenciais. Se quisermos retomar a perspectiva de vitória em eleições nacionais e nos posicionarmos para 2012 e 2014, temos que desencadear uma série de iniciativas políticas marcadas pelo frescor da renovação e pela capacidade de inovação. O imobilismo pode ser confortável para adiarmos o enfrentamento de nossas contradições, mas poderá ser fatal. O ciclo pós-Lula exige a superação de fórmulas esgotadas e a construção de nova identidade.
Para tanto é fundamental: 1) encontrarmos formas orgânicas de articulação, agenda comum e estilo compatível para atuação conjunta com nossos aliados do DEM, do PPS e de parcela do PMDB;
2) clarear nossa posição propositiva e programática, criando consensos sobre temas essenciais como reforma política, reforma tributária e fiscal, financiamento da saúde, modernização das relações de trabalho, qualificação do sistema educacional, política econômica. Serra e Fernando Henrique terão papel essencial nesse processo;
3) abrir espaços de diálogo com outros atores como Marina e o PV, PSB e seus governadores, PP, PTB, PR e PDT;
4) enraizar o PSDB na sociedade e nas diversas regiões, numa perspectiva ativa, aberta e mobilizadora, procurando estabelecer vínculos sólidos e permanentes com segmentos diversos da sociedade;
5) renovar a vida partidária e criar uma imagem ancorada sim no nosso belo passado, mas principalmente espelhando a nossa visão de futuro. É preciso abrir alas e dar passagem para a geração de Aécio Neves, Beto Richa, Marconi Perilo, Geraldo Alckmin, entre outros.
Perdemos uma batalha. O futuro nos chama e desafia. Nosso papel será do tamanho da nossa ousadia e capacidade de inovar.
MARCUS PESTANA é deputado federal eleito (PSDB/MG), deputado estadual e presidente da Fundação Teotônio Vilela/MG.
Por Marcus Pestana - Jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário