Balanço energético de Minas Gerais revela crescimento das fontes alternativas
Um aumento significativo da participação das chamadas fontes alternativas de energia ocorreu na matriz energética mineira nos últimos anos e a perspectiva é de ampliação em virtude da utilização crescente do gás natural e dos biocombustíveis, com destaque para o etanol, bagaço, carvão vegetal e a geração a partir da incineração de resíduos sólidos urbanos. Do total da demanda estadual de energia, 53,1% referem-se às fontes renováveis de energia.
A informação consta do 24º Balanço Energético do Estado de Minas Gerais - 2009, ano base 2008, elaborado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), através da Superintendência de Tecnologia e Alternativas Energéticas, no âmbito do Conselho Estadual de Energia (Coner), coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede). O documento, que acaba de ser divulgado, atualiza a série histórica da matriz estadual, incorporando os dados do período de 1978 a 2008.
A demanda total de energia em Minas Gerais, em 2008, alcançou 34,4 milhões de toneladas equivalente de petróleo (tEP), valor equivalente a 13,5% da demanda total de energia no Brasil. No período 1978-2008, a demanda cresceu, no Estado, a uma taxa média de 2,65% ao ano, e a variação ocorrida no Brasil foi de 2,97% para o mesmo período.
Os números revelam ainda que do total das fontes renováveis, a lenha e seus derivados possui significativa participação: 48,8%. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sergio Barroso, “é fundamental para o Estado garantir a sustentabilidade do uso desses energéticos, através de políticas de incentivo ao plantio de florestas comerciais, combate ao desmatamento e restrição à importação de lenha nativa”.
O secretário acrescentou que com a adoção do planejamento energético e ambiental através da criação do Plano Estadual de Energia 2030, o Estado vem trabalhando para promover o desenvolvimento socioeconômico lastreado em uma matriz energética mais limpa, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. Observou que desde 2008 foi estabelecida a política para racionalizar a demanda de energia através de agressiva estratégia de eficiência energética e substituição de fontes fósseis por fontes renováveis.
Balanço
O balanço energético é um documento técnico essencial para o tratamento das questões relacionadas à energia, pois apresenta dados importantes para diversos estudos, tais como planejamento e eficiência energética, gestão tecnológica, estudos e ações de natureza socioeconômica e desenvolvimento sustentável, dentre outros. Além disto, informa a evolução da oferta e da demanda de cada um dos energéticos utilizados nos seus diferentes setores e contribui para o desenvolvimento econômico e social do Estado. A metodologia utilizada baseia-se no Balanço Energético Nacional, editado pelo Ministério de Minas e Energia.
O BEEMG está estruturado em seis capítulos. No primeiro, está a introdução ao estudo. O capítulo 2 apresenta a estrutura estadual da demanda de energia (consumo final e dos centros de transformação, e perdas), por fonte e por setor econômico, bem como a evolução da participação mineira na demanda nacional total. Além disso, mostra a análise do intercâmbio externo de energia do Estado e os montantes produzidos, importados, exportados, transformados e consumidos internamente.
O capítulo 3 apresenta, na forma de tabelas e gráficos, a evolução da oferta e do consumo de cada fonte de energia primária e secundária, bem como a evolução do consumo em cada setor econômico.
Nos capítulos 4 e 5 encontram-se os balanços dos centros de transformação de energia e os dados de produção e consumo de gases siderúrgicos, fonte energética que apresenta importante potencial de utilização em Minas Gerais.
O capítulo 6 apresenta informações sobre os energéticos, em suas unidades físicas, e detalhes da metodologia utilizada. Nos anexos, são apresentados os fatores de conversão para tonelada equivalente de petróleo (tEP) e as massas específicas dos diversos energéticos, além das matrizes dos balanços energéticos consolidados de Minas Gerais, de 1978 a 2008.
Matriz Energética
O balanço energético revela que em 2008 ocorreu produção de 57.814 GWh (4.972 mil tEP) de energia hidráulica, o que representa queda de 5,4%, em relação a 2007. A exportação líquida de eletricidade foi de 254 mil tEP. Já a produção de álcool etílico foi de 2.167 mil m³ (1.119 mil tEP), crescendo 22,4% em relação a 2007. Dado confirma tendência de expansão, uma vez que o crescimento médio desde 2001 é de 22,7%.
A participação dos derivados de cana de açúcar na demanda estadual, de 11,5%, atingiu seu maior valor, o que contribuiu para aumentar a parcela de energéticos renováveis na matriz estadual. Em 2008, o consumo de álcool etílico do setor de transporte rodoviário cresceu 13,1%, em relação a 2007. Foram produzidas 11.050 mil t (2.354 mil tEP) de bagaço de cana, consumidos, principalmente, na produção de vapor de processo e para geração de eletricidade, 8.682 mil t (1.849 mil tEP), no setor sucroalcooleiro.
Em 2008, ocorreu queda de 12,6% do consumo de carvão vegetal e finos, em relação a 2007 (de 3.760 mil tEP para 3.287 mil tEP) devido, principalmente, à redução das atividades do setor siderúrgico. Tal redução, juntamente com uma leve expansão da produção de carvão (de 2.575 mil tEP para 2.598 mil tEP) contribuiu para a queda nas importações, de 39,1% em relação a 2007. O consumo de gás natural automotivo passou de 87 mil tEP em 2007, para 70 mil tEP em 2008, tendo queda de 11,8%.
Demanda
O setor industrial apresenta a maior demanda de energia do Estado, 21.424 mil tEP, que representa 62,4% do total, com crescimento de 2,4% em relação a 2007. A demanda de lenha e derivados representa 31,4% do total da indústria, seguida pelo carvão mineral e seus derivados com 22,1%, petróleo, derivados e gás natural, 17,8%, derivados de cana de açúcar 13,8%, e energia hidráulica e outras fontes, com respectivamente, 12,0% e 2,9%.4 Lenha, carvão mineral e derivados representam 53,5% da demanda total do setor industrial do Estado. Isso se deve, principalmente, à representatividade das siderurgias, no cenário mineiro, grandes consumidoras de carvão vegetal e coque de carvão mineral.
O setor transportes ocupa a segunda posição na energia demandada do Estado, sendo que, em 2008, a sua demanda, de 7.094 mil tEP, representa 20,6% da demanda total.
O setor residencial possui a terceira maior demanda de energia, 3.553 mil tEP, que representa 10,3% do total, mantendo-se aproximadamente constante em relação a 2007. O principal energético demandado é a lenha e seus derivados com 57,0% do total, seguido pelo petróleo e derivados com 23,7% e energia hidráulica, 18,3%.
O setor agropecuário, em 2008, apresentou demanda de 832 mil tEP, representando 2,4% do total, com crescimento de 10,2% em relação a 2007. Nesse setor, as fontes energéticas mais importantes foram petróleo, derivados e gás natural, com 69,9%, seguidos por energia hidráulica com 24,9%, lenha e derivados com 5,2%.
Um aumento significativo da participação das chamadas fontes alternativas de energia ocorreu na matriz energética mineira nos últimos anos e a perspectiva é de ampliação em virtude da utilização crescente do gás natural e dos biocombustíveis, com destaque para o etanol, bagaço, carvão vegetal e a geração a partir da incineração de resíduos sólidos urbanos. Do total da demanda estadual de energia, 53,1% referem-se às fontes renováveis de energia.
A informação consta do 24º Balanço Energético do Estado de Minas Gerais - 2009, ano base 2008, elaborado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), através da Superintendência de Tecnologia e Alternativas Energéticas, no âmbito do Conselho Estadual de Energia (Coner), coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede). O documento, que acaba de ser divulgado, atualiza a série histórica da matriz estadual, incorporando os dados do período de 1978 a 2008.
A demanda total de energia em Minas Gerais, em 2008, alcançou 34,4 milhões de toneladas equivalente de petróleo (tEP), valor equivalente a 13,5% da demanda total de energia no Brasil. No período 1978-2008, a demanda cresceu, no Estado, a uma taxa média de 2,65% ao ano, e a variação ocorrida no Brasil foi de 2,97% para o mesmo período.
Os números revelam ainda que do total das fontes renováveis, a lenha e seus derivados possui significativa participação: 48,8%. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sergio Barroso, “é fundamental para o Estado garantir a sustentabilidade do uso desses energéticos, através de políticas de incentivo ao plantio de florestas comerciais, combate ao desmatamento e restrição à importação de lenha nativa”.
O secretário acrescentou que com a adoção do planejamento energético e ambiental através da criação do Plano Estadual de Energia 2030, o Estado vem trabalhando para promover o desenvolvimento socioeconômico lastreado em uma matriz energética mais limpa, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. Observou que desde 2008 foi estabelecida a política para racionalizar a demanda de energia através de agressiva estratégia de eficiência energética e substituição de fontes fósseis por fontes renováveis.
Balanço
O balanço energético é um documento técnico essencial para o tratamento das questões relacionadas à energia, pois apresenta dados importantes para diversos estudos, tais como planejamento e eficiência energética, gestão tecnológica, estudos e ações de natureza socioeconômica e desenvolvimento sustentável, dentre outros. Além disto, informa a evolução da oferta e da demanda de cada um dos energéticos utilizados nos seus diferentes setores e contribui para o desenvolvimento econômico e social do Estado. A metodologia utilizada baseia-se no Balanço Energético Nacional, editado pelo Ministério de Minas e Energia.
O BEEMG está estruturado em seis capítulos. No primeiro, está a introdução ao estudo. O capítulo 2 apresenta a estrutura estadual da demanda de energia (consumo final e dos centros de transformação, e perdas), por fonte e por setor econômico, bem como a evolução da participação mineira na demanda nacional total. Além disso, mostra a análise do intercâmbio externo de energia do Estado e os montantes produzidos, importados, exportados, transformados e consumidos internamente.
O capítulo 3 apresenta, na forma de tabelas e gráficos, a evolução da oferta e do consumo de cada fonte de energia primária e secundária, bem como a evolução do consumo em cada setor econômico.
Nos capítulos 4 e 5 encontram-se os balanços dos centros de transformação de energia e os dados de produção e consumo de gases siderúrgicos, fonte energética que apresenta importante potencial de utilização em Minas Gerais.
O capítulo 6 apresenta informações sobre os energéticos, em suas unidades físicas, e detalhes da metodologia utilizada. Nos anexos, são apresentados os fatores de conversão para tonelada equivalente de petróleo (tEP) e as massas específicas dos diversos energéticos, além das matrizes dos balanços energéticos consolidados de Minas Gerais, de 1978 a 2008.
Matriz Energética
O balanço energético revela que em 2008 ocorreu produção de 57.814 GWh (4.972 mil tEP) de energia hidráulica, o que representa queda de 5,4%, em relação a 2007. A exportação líquida de eletricidade foi de 254 mil tEP. Já a produção de álcool etílico foi de 2.167 mil m³ (1.119 mil tEP), crescendo 22,4% em relação a 2007. Dado confirma tendência de expansão, uma vez que o crescimento médio desde 2001 é de 22,7%.
A participação dos derivados de cana de açúcar na demanda estadual, de 11,5%, atingiu seu maior valor, o que contribuiu para aumentar a parcela de energéticos renováveis na matriz estadual. Em 2008, o consumo de álcool etílico do setor de transporte rodoviário cresceu 13,1%, em relação a 2007. Foram produzidas 11.050 mil t (2.354 mil tEP) de bagaço de cana, consumidos, principalmente, na produção de vapor de processo e para geração de eletricidade, 8.682 mil t (1.849 mil tEP), no setor sucroalcooleiro.
Em 2008, ocorreu queda de 12,6% do consumo de carvão vegetal e finos, em relação a 2007 (de 3.760 mil tEP para 3.287 mil tEP) devido, principalmente, à redução das atividades do setor siderúrgico. Tal redução, juntamente com uma leve expansão da produção de carvão (de 2.575 mil tEP para 2.598 mil tEP) contribuiu para a queda nas importações, de 39,1% em relação a 2007. O consumo de gás natural automotivo passou de 87 mil tEP em 2007, para 70 mil tEP em 2008, tendo queda de 11,8%.
Demanda
O setor industrial apresenta a maior demanda de energia do Estado, 21.424 mil tEP, que representa 62,4% do total, com crescimento de 2,4% em relação a 2007. A demanda de lenha e derivados representa 31,4% do total da indústria, seguida pelo carvão mineral e seus derivados com 22,1%, petróleo, derivados e gás natural, 17,8%, derivados de cana de açúcar 13,8%, e energia hidráulica e outras fontes, com respectivamente, 12,0% e 2,9%.4 Lenha, carvão mineral e derivados representam 53,5% da demanda total do setor industrial do Estado. Isso se deve, principalmente, à representatividade das siderurgias, no cenário mineiro, grandes consumidoras de carvão vegetal e coque de carvão mineral.
O setor transportes ocupa a segunda posição na energia demandada do Estado, sendo que, em 2008, a sua demanda, de 7.094 mil tEP, representa 20,6% da demanda total.
O setor residencial possui a terceira maior demanda de energia, 3.553 mil tEP, que representa 10,3% do total, mantendo-se aproximadamente constante em relação a 2007. O principal energético demandado é a lenha e seus derivados com 57,0% do total, seguido pelo petróleo e derivados com 23,7% e energia hidráulica, 18,3%.
O setor agropecuário, em 2008, apresentou demanda de 832 mil tEP, representando 2,4% do total, com crescimento de 10,2% em relação a 2007. Nesse setor, as fontes energéticas mais importantes foram petróleo, derivados e gás natural, com 69,9%, seguidos por energia hidráulica com 24,9%, lenha e derivados com 5,2%.
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