Confins prepara primeiro aeroporto-indústria do país
Área de 46 mil metros quadrados está sendo preparada para abrigar, de início, nove empresas em regime aduaneiro especial
Ao deixar o governo mineiro, no final de março, Aécio Neves (PSDB) deixou encaminhado o projeto de ampliar a economia do estado para além de Belo Horizonte e do agronegócio. Alinhavado nos sete anos de sua gestão, o programa inclui medidas como a transferência do aeroporto internacional de Belo Horizonte para Confins, em 2005, e a criação da Cidade Administrativa, que levou a sede do governo do centro da capital para uma área mais afastada da região metropolitana.
O próximo passo, já em fase final de obras, é a criação do primeiro aeroporto-indústria do país em Confins- um projeto avaliado há dez anos pela Infraero, cujo conceito já é conhecido em diversos países. Trata-se de uma espécie de zona franca, anexa ao aeroporto, onde as empresas exportadoras ficam isentas do imposto de importação de seus insumos. Aárea, admnistrada por uma parceria entre governo estadual e a Infraero, será voltada para empresas da área de tecnologia, como fabricantes de eletroetrônicos e equipamentos médicos.
Foram investidos R$ 10 milhões para a preparação de um espaço de 46 milmetros quadrados, onde serão instaladas as nove primeiras indústrias. “As obras ficam prontas no final de maio, e pretendemos licitar os lotes ainda este semestre”, diz Luiz Antônio Athayde, subsecretário de Assuntos Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do de Minas Gerais. Este trecho, explica Athayde, é apenas a primeira etapa do projeto. Já há mapeada uma outra área, 16 vezes maior que a atual, para abrigar novas empresas no aeroporto-indústria numa segunda etapa.
Outros estados
Se o polo mineiro demostrar poder para atrair empresas e o conceito se provar vitorioso no incentivo à produção, será uma chance de reativar o interesse em outros estados. Aeroportos como Galeão (RJ), São José dos Campos (SP), Viracopos (SP) e Petrolina (PE) chegaram a ser apontados pela Infraero como áreas de potencial para este tipo de indústria, masnunca decolaram.
“Chegamos a fazer diversas reuniões, tivemos vários interessados, mas a Infraero acabou recuando”, conta o diretor do Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Saturnino Sérgio, que há três anos participou das negociações para aplicar o modelo em Viracopos, Campinas. “É ummodelo que mistura a presença privada com a gestão pública, já que a administração dos aeroportos pertence à Infraero; e por isso ficou tanta indefinição.”
“Foram realizados estudos que sinalizaram a necessidade de análises mais aprofundadas, ainda em andamento, das características socioeconômicas dessas regiões. Só após esse trabalho é que a Infraero definirá os potenciais aeroportos da rede capazes de adotar o conceito”, informou a Infraero.
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