Água mineral vira cartão de visita para a Copasa
Estatal cria modelo de negócios para levar suas marcas da bebida a outros estados, preparando terreno para atuação em saneamento básico além das fronteiras mineiras
Pouco conhecida além das fronteiras mineiras, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) está investindo na exploração de águas minerais como forma de preparar terreno para futuras investidas fora de seu estado de origem. Adquiriu do governo estadual, em 2008, os direitos de lavra de quatro fontes, que até meados da década pertenciam ao Grupo Supergasbras, e pretende usá-las como cartão de visitas na busca por novos clientes. “Não é um negócio grande. Mas, além de rentável, servirá para divulgar a marca da companhia fora de Minas Gerais”, diz Ricardo Simões, presidente da Copasa.
A marca Caxambu foi relançada no mercado em 2008, pela Copasa Águas Minerais de Minas, subsidiária da companhia mineira de saneamento. E, até o final do ano, as outras três deverão se juntar a ela no portfólio da empresa. “A Araxá tinha problemas operacionais que foram solucionados. A Cambuquira está na reta final do licenciamento junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).A Lambari deve estar pronta para ir ao mercado até o fim de 2010″, diz o executivo. Todas serão vendidas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de Minas Gerais e do Distrito Federal. Não levarão a marca Copasa em destaque.
Mas, como um cartão de visitas, servirão de referência na apresentação da companhia a potenciais clientes que não conhecerem a companhia mineira.
Copasa
A Copasa é considerada uma das possíveis consolidadoras do mercado brasileiro de saneamentobásico. Segundo Felipe Rocha, analista da Link Corretora, ao contrário da paulista Sabesp, que tende a se concentrar mais no mercado estadual, no médio prazo a companhia mineira deverá buscar novosnegócios fora das fronteiras de Minas Gerais. Entre as três maiores companhias estaduais do setor, grupo que inclui ainda a Sanepar, do Paraná, ele acredita que a Copasa será a mais agressiva neste sentido.
As oportunidades para que isso aconteça, porém, só deverão começar a surgir a partir dofinal de 2011, depois que os governadores eleitos este ano tomarem pé da situação em seus estados e prepararem projetos de restruturação das empresas estaduais de saneamento.
Curto prazo
Até lá, segundo Simões, o foco de expansão estará nos cerca de 240 municípios do estado nãoabastecidos com água pela Copasa. “Vamos buscar 30 novos sistemas”, diz o executivo. No que se refere apenas ao tratamento de esgoto, o foco será mais amplo. No universo de 613 municípios mineiros nos quais a companhia atua hoje, é concessionária do sistema de esgoto em 199. Nos demais 414, a meta este ano é conquistar 150. A estratégia para isso passa por convencer as prefeituras a firmarem convênios de cooperação para a prestação do serviço coma Copasa. É um processo mais rápido que uma licitação e, de acordo com Paulo Dantas, do escritório Castro, Barros, Sobral, Gomes Advogados, especializado em infraestrutura, previsto pela legislação atual. “Basta não haver dúvida quantoà titularidade do direito de exploração do serviço”, diz.
POR TRÁS DOS CANOS
Companhia de Saneamento de Minas Gerais cresce no estado, de olho em mercados vizinhos
Receita operacional líquida – R$ 2,2 bilhões
Ebitda – R$ 934,7 milhões
Margem Ebitda – 39,60%
Investimentos – R$ 1,032 bilhão
Municípios atendidos em água – 603
Municípios atendidos em esgoto – 150
Municípios em Minas Gerais – 853
RITMO DE EXPANSÃO
- Analistas apostam que a Copasa poderá ser uma das consolidadoras do mercado nacional de água e esgoto.
- O crescimento em outros estados só deve ocorrer em 2011, quando novos governadores assumirem seus mandatos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário