25 de fevereiro de 2015

Leonardo Picciani , aliado de Aécio, é o novo líder do PMDB na Câmara

Leonardo Piccianani  anunciou que terá como prioridade dois temas difíceis para o governo Dilma: CPI da Petrobras e reforma política.


Junto com seu pai, Jorge Picciani, o deputado articulou a campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) no Rio, com o movimento “Aezão”.


Fonte: O Globo 



Leonardo Picciani é o novo líder do PMDB na Câmara


Ele venceu por apenas um voto o deputado Lucio Vieira Lima (BA)


Em uma eleição decidida com apenas um voto de diferença, o PMDB elegeu ontem o deputado Leonardo Picciani (RJ) como líder do partido neste ano. Foram 34 votos a favor dele contra 33 obtidos por Lúcio Vieira Lima (BA). O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não votou.


Num primeiro momento, Picciani não quis se indispor publicamente com o Planalto, mas depois anunciou que terá como prioridade dois temas difíceis para o governo Dilma Rousseff: a tramitação da CPI da Petrobras e a reforma política.


Deputado no quarto mandato seguido, Leonardo Picciani foi eleito pela primeira vez em 2002. Treinado pelo pai e cacique do PMDB fluminense, Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), para ser um braço da família no Congresso, o novo líder chegou à Câmara aos 22 anos, depois de ter atuado na Juventude do PMDB. Assim como o pai, Picciani possui forte ligação com Eduardo Cunha. Católico, consegue transitar bem entre o eleitorado evangélico.


Cartada de Paes


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Luiz Fernando Pezão trabalharam ativamente para eleger Picciani, já de olho nas eleições municipais do ano que vem. Nos últimos dias, os dois fizeram nomeações em seus governos buscando elevar de oito para dez o número de deputados fluminense aptos a votar a favor de Picciani.


Toda essa movimentação tem como objetivo fazer um agrado ao novo líder, na tentativa de fazê-lo desistir da candidatura à prefeitura do Rio no ano que vem e, com isso, abrir caminho para que o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), preferido de Paes, na disputa.


Depois de confirmado no cargo, Picciani não hesitou em dizer que seu partido não impedirá qualquer investigação da CPI da Petrobras, mesmo que elas apontem na direção de parlamentares da legenda envolvidos na Operação Lava-Jato.


— Cada um responde por suas atitudes. O PMDB não tem atuação partidária na Lava-Jato.


A sigla havia pensado em indicar Lúcio Vieira Lima para ocupar o cargo de presidente ou relator da CPI, mas ele não deve aceitar. Tanto Picciani quanto Lúcio fizeram campanha para Aécio Neves (PSDB) à presidência.


Apesar do resultado apertado, Picciani disse que a legenda seguirá unida e que atuará com responsabilidade. Ele não quis adiantar, no entanto, se a postura do partido será de mais independência em relação ao Planalto, como decidiram os senadores peemedebistas. O novo líder afirmou ainda que o partido definirá que posição terá em relação às propostas do governo que reduzem direitos trabalhistas.


— Todos os projetos serão estudados e debatidos. Teremos uma postura de responsabilidade, de não apoiar medidas que causem impacto financeiro.


Picciani também disse que conversará com os líderes e ministros responsáveis pela articulação política do governo:


— O PMDB sempre foi garantidor da governabilidade, mas a medida exata só definiremos após a reunião da bancada.


Campanha de Aécio Neves


As duas primeiras semanas de trabalho da Câmara foram marcadas pela ascensão de integrantes da bancada do Rio de Janeiro a cargos importantes. Nesta quarta-feira, Leonardo Picciani (RJ) foi eleito líder do PMDB. Junto com seu pai, Jorge Picciani, o deputado articulou a campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) no Rio, com o movimento “Aezão”. Nele, pedia-se voto para o governador Luiz Fernando Pezão e o tucano, em detrimento de Dilma Rousseff.


Na semana passada, o também fluminense Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara e, para completar, o Rio ainda passou a ocupar um lugar de destaque na comissão que fará uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a reforma política. Num acordo com Cunha, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também participou do “Aezão”, presidirá um grupo de 34 parlamentares e deve ter destaque. Ao PT, que tem a maior bancada da Câmara, coube apenas uma das vice-presidências.


Nas eleições estaduais, Dilma manteve quatro palanques no Rio, sem marcar forte presença em nenhum deles. Verbalmente, apoiou tanto PezãoMarcelo Crivella (PRB), Anthony Garotinho (PR) e Lindbergh Farias (PT).


Agora, o PMDB-RJ quer empurrar o PT para a periferia do quadro eleitoral de 2016.

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