8 de julho de 2013

Discurso de Aécio sobre manifestações ganha destaque na mídia

Discurso:  Há tempos que se cobrava de Aécio Neves um pronunciamento amplo e profundo, de candidato para valer.



Protestos: o discurso de Aécio Neves


Fonte: Blog Queremos Aécio Neves Presidente

Aécio Neves recebe elogios por discurso em nome da oposição


Para o jornalista Carlos Chagas, Aécio Neves demonstrou todo seu potencial para enfrentar as eleições de 2014, durante o discurso que fez na última terça-feira (25). Em nome da oposição, o senador apresentou propostas à presidente Dilma Rousseff para atender as demandas do povo que está nas ruas e ainda criticou a postura da petista diante das manifestações.

“Seu discurso na tarde de terça-feira, em nome das oposições, preencheu com folga as expectativas de quantos aguardavam a presença, no ringue, de um contendor capaz de enfrentar Dilma Rousseff e a reeleição”, afirmou Chagas em seu artigo.

Leia o texto na íntegra:

FALOU COMO CANDIDATO

Por Carlos Chagas*

Há tempos que se cobrava de Aécio Neves um pronunciamento amplo e profundo, de candidato para valer, capaz de mostrar-se como tal, abordando problemas e soluções nacionais de curto e de longo prazo. Apesar de haver assumido a presidência do PSDB e destacando-se como o futuro indicado pelos tucanos à presidência da República, o senador mantinha-se numa zona de cautela. Fazia críticas ao governo, duras e respeitosas, mas continuava devendo um plano de vôo para maiores alturas.

Não deve mais. Seu discurso na tarde de terça-feira, em nome das oposições, preencheu com folga as expectativas de quantos aguardavam a presença, no ringue, de um contendor capaz de enfrentar Dilma Rousseff e a reeleição. Falou por conta da crise gerada pelas manifestações de rua e a necessidade de o Congresso e os partidos responderem aos clamores, reclamos e protestos da população.

Foi duro ao comentar a fala da presidente da República, feita na véspera. Para ele, o país ouviu o mesmo monólogo de sempre: “assistimos o Brasil Velho tentando ser ouvido pelo Brasil Novo, com o governo buscando terceirizar as dificuldades que ele mesmo criou”.

Aécio lembrou que até pouco nenhum governo havia disposto de tanto apoio popular e parlamentar. Por isso, ficou frustrado com as propostas de Dilma para superar a crise. Num momento como o atual, julgava impensável que as oposições não tivessem sido convocadas. Sua voz teria que ser ouvida antes da apresentação das medidas unilaterais do governo. “Não tivemos o privilégio de ser convocados”, queixou-se sem fechar as portas ao chamamento que veio depois, estando marcada para segunda-feira a ida dos tucanos ao Planalto. Citou Ulysses Guimarães para reclamar um novo pacto federativo: “Ninguém mora na União, nem no Estado. Mora-se no Município.”

Seguiu-se a apresentação de um elenco de iniciativas que o PSDB teria levado pessoalmente a Dilma, mas seria naquele momento divulgado pela tribuna do Senado.

Obrigatoriedade de ficha-limpa para a ocupação de qualquer cargo no serviço público. Extinção dos cartões corporativos para funcionários públicos. Apuração de todos os gastos do governo com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Explicações da presidente Dilma sobre ter inaugurado tantos estádios, se agora afirma terem sido todos apenas financiados pelo BNDES, mas que os empréstimos serão pagos. Saber, também, quais os gastos de empresas brasileiras no exterior, a começar pela aquisição, pela Petrobrás, de uma refinaria falida em Passadena, Estados Unidos, a preços muito superiores aos do mercado.

“Para acreditarmos nas boas intenções da presidente – continuou Aécio – seria necessário um gesto simbólico por parte dela. Por que não reduzir pela metade o número de ministérios? Por que não cortar parte dos 22 mil cargos comissionados do Executivo, preenchidos pelo PT? A revisão das dívidas dos Estados é imprescindível, bem como a participação dos Estados na aplicação de pelo menos 50% daquilo que pagam à União. Tolerância zero com a inflação. Nível mínimo para as despesas públicas. Conclusão de todas as obras viárias ligadas à Copa do Mundo. Arquivamento do plano mirabolante do trem-bala e utilização de seus recursos na recuperação da malha ferroviária nacional. Revisão do investimento mínimo na saúde pública, com sua ampliação através de recursos dos royalties do petróleo, c om a óbvia prevalência para a educação. Recuperação das Santas Casas da Misericórdia, em estado falimentar em todo o país. Desoneração das empresas dedicadas ao saneamento básico.”

Entre essas, outras propostas foram alinhadas pelo ex-governador de Minas, numa espécie de pré-plano de governo, ainda que oferecido como colaboração com a presidente Dilma Rousseff. No encerramento, clamou pela rejeição da PEC-37, sepultada no dia seguinte pela Câmara, assim como rotulou de vocação para o suicídio a proposta também depois abandonada, da Assembléia Constituinte exclusiva.

Em suma, o senador Aécio Neves discursou pela primeira vez como candidato assumido, recebendo apoio dos correligionários e elogios de adversários.

Carlos Chagas é jornalista

Coluna Aécio Neves Folha

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