18 de setembro de 2014

Eleições 2014: Aécio lança conjunto de propostas para as mulheres brasileiras

Em entrevista, Aécio falou suas propostas em defesa das mulheres, além do plano de governo, segurança pública e a última pesquisa Ibope.


Eleições 2014


Fonte: Jogo do Poder



Entrevista do candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves


São Paulo (SP) – 17-09-14


Assuntos: eleições 2014; propostas para as mulheres; programa de governo; economia; segurança pública


Sobre propostas para as mulheres.


Estamos hoje aqui lançando um conjunto de propostas para as mulheres brasileiras. Que passa, em primeiro lugar, pela ampliação do número de creches, aquilo que o atual governo prometeu e não fez, políticas de saúde da mulher, políticas preventivas. Vamos levar o programa que já existe em São Paulo, que previne o câncer de mama para todo o Brasil. Políticas no campo da habitação, vamos priorizar as faixas de até três salários mínimos sempre focado nas mulheres, que hoje são responsáveis por mais de 40% dos lares brasileiros. Na área de segurança, políticas que vão enfrentar a inaceitável violência contra as mulheres que persiste hoje, infelizmente, no Brasil. O governo federal não vai se omitir em relação a essa questão e vai ter um programa que vai apoiar os Estados a ampliar o número de delegacias das mulheres e vai cobrar a punição, e a punição efetiva, daqueles que promovem este tipo de violência. Há um conjunto de propostas construído em debates pelo Brasil afora que nenhuma outra candidatura apresentou até aqui. Propostas que vão permitir uma inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, inclusive com qualificações específicas para as mulheres, para que elas possam empreender. Hoje foi o momento de afinarmos essas propostas que serão lançadas nos próximos dias.


Sobre a diminuição da idade de 50 para 40 anos para as mulheres fazerem o exame de mamografia.


Vamos criar 500 clínicas de especialidade no Brasil com os recursos da proposta, que está sendo aprovada pelo Senado Federal, que garante 10% das receitas brutas da União para a saúde. Vamos focar nas mulheres. E o programa de São Paulo é exemplo de um programa que pode ser apoiado pelo governo federal. Será algo feito em parceria. É possível sim diminuir a idade e levar através, inclusive de carretas, de um equipamento móvel, às regiões mais distantes do Brasil essa ação preventiva. E essa ação preventiva é que vai impedir que continuemos a ter um índice hoje assustador, de dez mil mortes anualmente no Brasil, apenas por causa do câncer de mama.


Sobre o programa de governo.


O meu programa é coerente com o que eu fiz a minha vida inteira. O meu programa não tem colagens, não tem improvisos, não terá erratas. O meu programa não muda de posição em relação à compressão da questão econômica, em relação a valores, em relação à descentralização. É a política de saúde. Temos um número tão grande de contribuições que estamos dando a elas o formato adequado. Vou lançar no momento em que ele estiver pronto.


Sobre economia e investimentos.


Economia é confiança. Economia é expectativa. Se temos recrudescimento da inflação, é porque há uma expectativa que ela vai aumentar lá na frente. Se temos uma diminuição dos investimentos, é porque há uma expectativa de que o Brasil não cumpre contratos e de que o Brasil não respeita as regras. A nossa candidatura, e a nossa eleição, é a única que tem condições de sinalizar para retomar os investimentos no Brasil, a partir de uma política fiscal transparente, a partir da previsibilidade das nossas ações, do resgate das agencias reguladoras.


A atual candidata, a presidente da República, do PT, perdeu todas as condições de sinalizar de forma positiva para os mercados e para o retorno da geração de empregos no Brasil. E a outra candidata não adquiriu essas condições. O Brasil tem nas suas mãos três alternativas absolutamente distintas. E a nossa é aquela que, com gente qualificada, com um projeto coerente com a nossa historia, com a experiência adquirida em inúmeras gestões Brasil afora, é aquela que sinaliza para a mudança segura, para a mudança real que o Brasil precisa viver. Não se trata mais de uma opção sequer partidária.


Trata-se de optar entre aquilo que fracassou, que é o governo do PT, que não tem mais condições de sinalizar para um futuro de crescimento, de melhores dos indicadores sociais no Brasil, e uma outra candidatura que não se construiu a tempo, que não apresenta uma proposta exequível, até porque não se sabe com quem governará. A nossa, que, obviamente, enfrentará também dificuldades lá adiante, é a única proposta que nos levará a um crescimento seguro, retorno dos empregos e a melhoria dos nossos indicadores sociais.


Sobre segurança pública.


O Brasil tem um numero grande de parcerias com esses países e não cobra, em contrapartida, nenhuma ação efetiva desses países para coibir a produção de drogas, que atravessa as nossas fronteiras de forma absolutamente livre e vem matar vidas aqui no Brasil. Vem esfacelar famílias aqui no Brasil. Temos que tratar a questão da segurança pública em um plano mais amplo, que começa pela garantia que os recursos aprovados cheguem aos Estados, cheguem à ponta, cheguem ao cidadão, o que não vem acontecendo hoje. Passa pela reforma do nosso código penal e do nosso código de processo penal, para acabar com a sensação de impunidade que existe aí. Passa por um controle mais efetivo das nossas fronteiras, numa parceria com a Polícia Federal, revigorada, e com as forças armadas e, também, numa relação diferenciada com os países produtores de drogas. Não herdaremos no nosso governo financiamentos, nem estabeleceremos parcerias com países que não tiverem internamente um programa confiável de diminuição, de inibição do combate às drogas ou da produção de drogas nesses países. Isso para mim é absolutamente claro.


Isso seria a partir do início do governo?


Isso é até antes do governo, estou sinalizando de forma muito clara. Vamos ter uma conversa em um nível diferenciado com os países que aceitam a produção ou de droga ou de matéria prima de drogas no seu território sem qualquer tipo de ação governamental. Chega de fazermos vista grossa a isso, porque, senão, todo o esforço e recurso gasto aqui vai ser insuficiente para diminuirmos esse genocídio que acontece no Brasil.


São 56 mil mortes apenas no ano passado, 30 mil de jovens, e de jovens negros na periferia das grandes cidades, boa parte deles. E o que está em torno disso é a droga, agora essa epidemia do crack, já se fala em um milhão de pessoas dependentes do crack hoje, e a matéria prima disso tudo não é feita no Brasil. Ou cuidamos disso com a autoridade de quem vai conduzir, no meu caso, uma política externa não para ser gostado pelos países vizinhos, como fez o PT, pelo menos em relação a alguns deles, mas para ser respeitado por esses países.


Eu conduzirei uma Política Nacional de Segurança Pública como presidente da República. Não irei terceirizar responsabilidades, porque essa é uma questão afeita a todos os brasileiros, não apenas aos governos estaduais. O atual governo assiste ao crescimento da criminalidade, da violência, terceirizando responsabilidades, não executando orçamento desegurança publica. Isso no meu governo vai ser diferente.


Sobre pesquisa Ibope.


Percebo de forma muito clara nas minhas viagens, nas minhas conversas, nos encontros que faço, mas percebo nas nossas pesquisas também. Começa a haver um sentimento claro hoje de que não basta a mudança. A mudança é essencial. Espero que ela possa acontecer. Mas vai ficando claro que quem tem as melhores condições de vencer as eleições no segundo turno e fazer essas mudanças somos nós, pela consistência das nossas propostas, pelo que representamos. Cada vez mais acredito que quem vencerá o PT no segundo turno seremos nós. E mais do que isso, que tem condições de implementar uma nova ação de governo que rompa com tudo isso, seja em relação à questão ética, seja em relação à ineficiência, ao aparelhamento da máquina pública, essa visão distorcida de mundo, que orienta a política externa do PT, somos nós. Cada vez vai ficando mais claro que temos não apenas condições de vencer as eleições melhores do que a outra candidata, mas condições de fazer a mudança segurança que o Brasil merece.

Nenhum comentário: