15 de abril de 2014

Firjan: Aécio conversa com empresários no Rio

Brasil vive com equação extremamente perversa, de crescimento baixo, inflação alta, com uma perda crescente e veloz de credibilidade.


Brasil em gestão


Fonte: Jogo do Poder

Sobre a palestra na Firjan

É uma troca de informações. A Firjan acompanha ativamente a vida não só do estado do Rio, mas do país. O diagnóstico é muito claro, hoje, para todos nós. O Brasil vive com uma equação extremamente perversa, de crescimento baixo, inflação alta, com uma perda crescente e veloz da nossa credibilidade, e a emoldurar isso um processo grave de desindustrialização, de perda de competitividade das nossas empresas, no setor industrial, em especial. Voltamos a ser aquilo que éramos na década de 1950. Hoje, apenas 13% do nosso PIB são constituídos pela atividade industrial. E o Brasil, que hoje é a sétima economia do mundo, é apenas a 25ª maior economia exportadora, o que mostra uma grande defasagem.

É preciso que encontremos um caminho. Primeiro, o resgate da credibilidade do país, através de uma política fiscal transparente, uma política fiscal que inspire confiança. É um instrumento vital para a retomada dos investimentos no país. O Brasil apostou, ao longo desse último período, no crescimento da economia via praticamente apenas o consumo, através da oferta de crédito farto. Isso foi importante, mas isso era uma medida anticíclica, tinha um prazo de maturação. Era preciso que, na outra ponta, estivéssemos criando um ambiente favorável ao estímulo dos investimentos. E aconteceu o inverso.

Sobre algumas medidas necessárias

O que precisamos, vou dizer isso daqui a pouco, é iniciar, e esse é um compromisso nosso, se vencermos as eleições, a partir do início do próximo ano, uma guerra ao Custo Investir em infraestrutura de forma planejada, eficaz, com prazo determinado para que as coisas aconteçam, com os custos dos projetos sendo efetivamente cumpridos durante todo o empreendimento, é algo que está distante da realidade brasileira de hoje. O que vamos buscar é criar um novo ambiente econômico. Queremos ser um país que gera empregos de maior qualidade, e para isso o papel da indústria é absolutamente fundamental.

E vamos falar um pouco do setor de petróleo, e das questões que não necessariamente dizem respeito à pauta da indústria, mas dizem respeito à pauta da cidadania, e a indústria está inserida nela. Como por exemplo, o fortalecimento da Federação, como vamos enfrentar essa gravíssima crise de segurança pública que vem crescendo, sem que haja no Brasil até hoje uma política nacional de segurança, a calamidade da saúde pública, com a omissão crescente do governo federal. Há 10 anos, eram 56% os recursos do governo federal no conjunto dos investimentos na saúde. Passaram-se 11 anos do governo do PT, e 45% apenas. Quem paga essa conta? Os municípios, que são os que menos têm.

Essa reorganização, a refundação da Federação, é um pano de fundo para outras medidas pontuais que, obviamente, um governo que preze a eficiência e a ética terão que assumir.

Sobre o PMDB-RJ

Acredito muito nas coisas naturais na política. O que tenho percebido é que há, não apenas na oposição, mas na sociedade brasileira e isso se reflete em setores da base governista, um cansaço em relação a isso tudo que está acontecendo no Brasil. Acho que não há mais estomago para tanta propaganda e tão pouco resultado. Pode escolher a área, a grande realidade é que o governo da presidente Dilma falhou na condução da economia, falhou na condução da infraestrutura. O Brasil é um cemitério de obras inacabadas, mal planejadas. O PT demonizou durante 10 anos as privatizações e as concessões, portanto, é um tempo que não volta mais. O mais valioso ativo da política é o tempo. Tempo perdido você não recupera. Você pode encontrar em outro tempo, outra velocidade, outras prioridades, mas aquele foi. Durante 10 anos nós perdemos em várias áreas de investimento.

O setor do petróleo, por exemplo. Os cinco anos de alteração do processo de concessões do Brasil, entre aspas, não esteve no mercado, não abriu licitações, significou que US$ 300 bilhões da indústria do Petróleo andaram pelo mundo e nenhum real veio para o Brasil. É essa uma questão que tem que ser efetivamente discutida. E quero aqui ouvir também, quero subsídios de quem vive efetivamente esse

Sobre declaração da presidente Dilma

Chegava há pouco da Bahia e ouvi uma declaração dada agora pouco pela senhora presidente da República em Pernambuco falando, acusando, vejam só a oposição de alguma forma ferir, sujar a imagem da Petrobras. Quem está ferindo, sujando a imagem da Petrobras, é o aparelhamento que o PT estabeleceu já há vários anos na empresa e, a partir desse aparelhamento absurdo, estamos vendo todo tipo de irresponsabilidades, para usar um termo brando.Diretores da empresa presos, a Polícia Federal fazendo o que jamais havia feito na história, tendo que entrar dentro da empresa. É isso que fere, que suja a imagem da empresa. O caminho correto nesse instante seria a presidente da República pedir desculpas. Desculpas aos brasileiros, desculpas aos servidores da Petrobras, que construíram durante 60 anos essa extraordinária empresa, desculpas em especial aos trabalhadores, que colocaram ali recursos do seu Fundo de Garantia.

Quem, em 2009, colocou R$100 na Petrobras, hoje tem R$ 35. Perdeu 65% daquele investimento. Está na hora da presidente da República devolver limpo o macacão da Petrobras.

Sobre Petrobras

Se ela considera irrelevante o fato de uma empresa do porte da Petrobras ter uma governança que permita a aquisição de um ativo por S$ 1,2 bilhões que valiam US$ 45 milhões, se considera adequado que um diretor da empresa tido e reconhecido como muito poderoso, hoje preso, tivesse todas essas relações estabelecidas, sociedades com doleiros, arrecadação junto a empresas fornecedoras de recursos sabe-se lá para quem. Por isso que defendemos e vamos continuar defendendo a Petrobras. Isso não é pouco. A Petrobras é um patrimônio dos brasileiros.

Tenho dito que demonizaram muito a ação do PSDB nos anos passados em relação à Petrobras, com a acusação leviana de que o PSDB privatizaria a Petrobras. Queremos reestatizar a Petrobras, queremos tirá-la das garras de um grupo político e entregá-la aos interesses da sociedade brasileira. Petrobras é um instrumento vital, fundamental ao crescimento da economia brasileira. Talvez, o maior alavanque ao crescimento da economia brasileira. Foi submetida a instrumento hoje de política econômica para controlar a inflação.

A empresa está descapitalizada e, infelizmente, tentam desmoralizá-la. Mas não é a oposição. A oposição não tem essa capacidade e essa força. O que a oposição quer é impedir que ela continue sendo conduzida da forma que vem sendo, infelizmente, até aqui.

Sobre inflação e Custo Brasil

Há muito tempo não focamos no centro da meta. O teto da meta tem sido o objetivo do governo, a referência principal. Precisamos vencer etapas. Entre elas, adequar, por exemplo, os gastos públicos, os gastos correntes ao limite do crescimento do PIB. Não fechará jamais uma equação em que os gastos correntes crescem mais do que cresce a própria economia. Isso é um pressuposto para que possamos abrir um espaço fiscal que leve, inclusive, a médio prazo, ao início da redução horizontal da carga tributária. Não deu certo para o Brasil essa política das desonerações pontuais, patrocinadas até agora pelo governo, atendendo determinados setores, mas não significou nenhum estímulo claro, palpável, mensurável em relação ao crescimento da economia. No momento em que tivermos uma política fiscal transparente e focarmos objetivamente no centro da meta, acho que nós criamos um ambiente adequado para a retomada de investimentos e, aí sim, para estabilidade necessária à retomada desse crescimento.

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