Aécio: antecipar nome do PSDB é ‘tática suicida’
Senador eleito por Minas diz que proposta defendida por FH é também ‘amadora’ e propõe ‘refundação’ do partido
O senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que a proposta defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que o próximo candidato tucano à Presidência seja escolhido em 2012 é uma “tática suicida e amadora”. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Aéciorepetiu que o PSDB precisa passar por uma “refundação”, outro ponto de discordância entre os dois.
O senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que a proposta defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que o próximo candidato tucano à Presidência seja escolhido em 2012 é uma “tática suicida e amadora”. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Aéciorepetiu que o PSDB precisa passar por uma “refundação”, outro ponto de discordância entre os dois.
- Eu acho que nós não podemos nos precipitar. Em 2012 talvez até já tenha um encaminhamento natural, e as coisas, quando caem naturalmente, caminham melhor. Mas você antecipar muito a indicação de um candidato é uma tática suicida e amadora. Eu não tenho vocação para a primeira e não tenho mais o direito de exercer a segunda. Então, é dar tempo ao tempo – afirmou Aécio.
Logo após o término da eleição, Fernando Henrique defendeu, pela primeira vez, a tese de antecipação para 2012 da escolha do presidenciável de 2014.
- O PSDB não pode ficar enrolando até o final se é A, B, C ou D. Dentro de dois anos, temos de decidir quem é esse ‘é’ e tem de ser de todo mundo, tem de ser coletivo – argumentou.
- O PSDB não pode ficar enrolando até o final se é A, B, C ou D. Dentro de dois anos, temos de decidir quem é esse ‘é’ e tem de ser de todo mundo, tem de ser coletivo – argumentou.
Aécio defendeu ontem que a indicação do nome do partido para a Presidência da República ocorra após as eleições municipais e ao término do processo de reestruturação do partido:
- Focarmos agora em candidatura presidencial é uma bobagem. Você pode achar que hoje eu sou uma alternativa, mas, daqui a dois anos, pode ter uma melhor. Vamos cuidar de construir um projeto para o país.
O senador mineiro admitiu que vai insistir no termo “refundação” do PSDB. O termo causou polêmica quando dito pela primeira vez, após a eleição. A ala paulista do partido vê a expressão como um primeiro passo dos tucanos mineiros para tentar assumir o comando da legenda. FH chegou a dizer que ela era “muito forte”:
- Alguns colocam algum obstáculo ou um pé atrás nessa coisa da refundação. Eu vou insistir nesse termo porque tem que ser algo profundo.
Depois de uma temporada de férias no exterior, o mineiro desembarcou em São Paulo pela manhã para um almoço com o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) em busca de apoio para essa “refundação”. À noite, ele se encontraria com FH.
Aécio propõe um novo programa partidário para o PSDB – o atual é de 1988 -, mudança no comando da legenda nos estados onde os tucanos tiveram desempenho pífio e a criação de um núcleo de inteligência vinculado à direção nacional, composto por técnicos, para abastecer o partido de informações sobre o governo, orientando, assim, a atuação na oposição. Alckmin mostrou-se favorável.
- Estamos juntos para ajudar a reorganizar o partido. O partido foi fundado no final da década de 80. É importante atualizar o seu programa – disse o governador eleitor de São Paulo.
Aécio afirmou que o partido, equivocadamente, se aproximou de setores conservadores da sociedade nas eleições deste ano durante a discussão sobre temas polêmicos, como a legalização do aborto, e, segundo ele, é preciso voltar a ser um partido social-democrata e de centro-esquerda:
- Eu confesso que foi um retrocesso – disse.
Fonte: Silvia Amorim – O Globo
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