Senador mineiro vai apresentar proposta de reformas política e tributária. Serra defende colaboração entre governos
Político mais aplaudido na celebração da posse do governador Antonio Anastasia (PSDB), o ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB) prometeu fazer uma oposição “atenta e vigilante” ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), mas disse que espera o apoio de senadores da base do governo para construir uma agenda de reformas de interesse do país.
- Como brasileiro, desejo a ela sorte em sua gestão, mas repito: não há governo forte sem oposição forte. Faremos uma oposição leal ao Brasil e aos brasileiros, mas vigorosa em relação às ações do governo – disse Aécio, acrescentando que deve concluir, em até dois meses, um esboço de uma agenda de reforma política etributária do país, além de medidas que julga necessárias ao fortalecimento de estados e municípios.
Aécio afirmou já ter mantido conversas com senadores da base da presidente e estar otimista em relação à construção das reformas, para que o Congresso não seja “caudatário de uma agenda de interesse exclusivo do Poder Executivo”.
- Isso apequena o Congresso e é o que tem acontecido ao longo dos últimos anos – afirmou.
Perguntado a respeito da ascendência do presidente Lula sobre Dilma e a influência do petista no novo governo, Aécio disse esperar que o ex-presidente cumpra a promessa de ter um comportamento exemplar:
- O presidente Lula disse algumas vezes que demonstrará na prática como deve agir um ex-presidente da República. Vamos aguardar e observar qual é a forma que ele compreende que seja a mais adequada.
Aécio disse esperar que Minas não sofra discriminação por parte do governo federal. O tucano criticou a escolha do primeiro escalão do governo Dilma, por contar com apenas um representante de Minas Gerais, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT).
- Como ele entra numa cota pessoal, vejo que do ponto de vista político Minas ficou excluída do atual governo – disse. O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) afirmou, durante a posse do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que a população quer a cooperação entre os governos federal, estadual e as prefeituras:
- O que a população sempre espera é cooperação entre governos. Nós governamos assim em São Paulo. O Covas governou assim, o Alckmin também, eu governei assim e o Alckmin vai continuar governando assim.
Em rápida conversa com jornalistas, Serra se limitou a dizer que, daqui para a frente, vai “ganhar a vida” já que “não tem renda”, mas não abandonará a atividade política:
- Na atividade política, eu sempre estive e vou continuar.
Já em Brasília, num plenário dominado por aliados que gritavam palavras de ordem elogiosas, alguns integrantes da oposição marcaram presença na cerimônia de posse de Dilma, no Congresso. O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) chegou a ficar inquieto com a ausência de colegas da oposição:
- Fiquei sozinho no ninho! Aos poucos, outros foram chegando, e o deputado Antônio Carlos Magalhães (DEMBA) sentou-se ao lado de Dilma, porque é integrante da Mesa Diretora. Questionados, os parlamentares respondiam que cumpriam uma obrigação constitucional.
- Estou cumprindo meu dever constitucional – defendeu José Carlos Aleluia (DEM-GO). Já o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) não perdeu a chance de criticar o longo discurso de Dilma.
- Ela fez um discurso horroroso, para agradar todo mundo. Ela estendeu a mão para a oposição, e nós também lhe estendemos a mão. Mas não bastam só palavras – disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário