31 de janeiro de 2012

Choque de Gestão de Aécio e Anastasia lançado em Minas será adotado por Dilma


Em busca da Gestão Eficiente

DILMA COPIA CHOQUE DE GESTÃO DE AÉCIO E ANASTASIA EM MINAS

Presidente pretende construir uma bandeira depois da ‘faxina’ que marcou seu primeiro ano de governo e pediu à sua equipe foco na gestão do Estado
BRASÍLIA – O governo de Dilma Rousseff terá como bandeira a reforma do Estado. Foi o que ela explicou em detalhes à sua equipe ministerial, reunida na última segunda-feira. Não se trata, porém, de discutir o tamanho da máquina pública, como se fez no passado recente, quando ganharam força teses sobre o enxugamento estatal. O que Dilma quer é foco na gestão.
“Não tem essa história de Estado mínimo. Isso é uma tese falida, usada pelos tupiniquins. O Estado tem de ser eficiente”, costuma dizer a presidente.
A reforma que Dilma tem em mente é gerencial. É fazer com que a máquina administrativa funcione e devolva ao cidadão os serviços pelos quais ele paga. “Isso é revolucionário”, definiu. É com essa estratégia que a presidente quer construir uma “marca” de governo depois da “faxina” que derrubou sete ministros no ano passado, seis deles alvejados por denúncias de corrupção.
Dilma está convencida de que o surgimento da nova classe média vai demandar cada vez mais serviços públicos de qualidade.
No diagnóstico da presidente, esse grupo de pessoas saídas da pobreza não fará como a classe média tradicional, que praticamente prescindiu do Estado, recorrendo a escolas particulares, planos de saúde e previdência privada. “Não se iludam! Essas pessoas não vão deixar de procurar escolas públicas nem o SUS e o INSS”, argumentou ela.
Na primeira reunião ministerial do ano, Dilma expôs o que espera da equipe para não tropeçar na gestão, como ocorreu no primeiro ano de governo, marcado por crises políticas e pela queda no volume de investimentos do setor público, em grande parte por causa de problemas gerenciais. Obcecada por metas, ela cobrou desempenho dos auxiliares e avisou que, de agora em diante, todos serão avaliados pelos resultados apresentados a cada seis meses.

30 de janeiro de 2012

Artigo: Aécio Neves fala do déficit de qualidade na Educação e lembra a luta do escritor Bartolomeu Campos de Queirós pela democratização do ensino


Gestão da Educação de Qualidade
Fonte: Artigo Aécio Neves – Folha de S.PAulo

Educar

Vamos deixar de lado, por um instante, aquilo que a educação no Brasil tem de números, numa matemática cruel que pouco soma e muito subtrai – um dos piores cenários da exclusão social no âmbito da nossa sociedade. E falar de outro tipo de deficit educacional: o deficit da qualidade.
Não existe, sabemos, a menor possibilidade de uma nação figurar entre as grandes do mundo – e esta é uma justa e viável aspiração do povo brasileiro – se os bancos escolares não servirem de ponto de partida para o nascimento de cidadãos plenos, bem informados e academicamente preparados. Mas também cidadãos donos de suas próprias ideias e convicções, resultado de um esforço coletivo aluno-professor-instituição que vá muito além das demandas do mercado de trabalho.
Trato desse tema hoje e escolho essas palavras para fazer uma homenagem ao escritor Bartolomeu Campos de Queirós, falecido neste mês.
Reconhecido internacionalmente, reverenciado em Minas Gerais e respeitado por tantos autores nacionais, Bartô – permitam-me o afeto da amizade – dedicou sua inteligência apurada e sua militância sensível às causas da educação e da literatura.
“O homem é feito de real e de ideal”, dizia ele, no depoimento que acompanhou o manifesto fundador do Instituto Brasil Literário, organização não governamental cuja causa ele abraçou com dedicação. Sendo assim, prosseguia, a educação não pode se contentar em informar o que já foi feito e, sim, abrir a porta para a imaginação e a fantasia.
Se a escola é o lugar da transformação, e não somente o da informação, não há como aceitar a redução dos currículos à acumulação estatística de saberes específicos.
Ao liberar o direito de todos de criar, recriar, imaginar e romper o limite do provável – dizia ele – a educação estará exercendo o imprescindível dom da democratização.
Em lugar de impor dogmas, cabe fermentar, no cultivo da dúvida e da inquietação, o direito cidadão de firmar sua trajetória cultural e intelectual. Refletir deixa de ser, assim, um privilégio de classe.
Aprendemos muito com pessoas como Bartolomeu. Ele estava convencido de que a literatura poderia ser o grau zero para o profícuo estímulo da imaginação criadora.
Dirão os céticos: tudo isso é romântico demais quando se trata de reparar, já, agora, deficiências bem pragmáticas no ensino brasileiro.
As prioridades cobram atitudes imediatas, é verdade. Mas que qualquer iniciativa se assente em base humanista, sem desprezar a dimensão que a educação encerra de valores fundamentais ao ser humano.
Como disse nosso escritor: “A gente só suporta o dia de hoje porque tem uma perspectiva do amanhã”.
AÉCIO NEVES escreve às segundas nesta coluna.

1963: PARLAMENTARISMO X PRESIDENCIALISMO

Minha formação profissional é na área de comunicação. Antes mesmo de terminar a faculdade, já havia trabalhado em algumas campanhas eleitorais. Por circunstâncias e vontade, acabei me especializando em trabalhos nas áreas eleitoral e pública.

Envolvida há tanto tempo nessas áreas, é difícil encontrar uma peça de publicidade, que realmente me surpreenda ou sensibilize.

Digo isso para introduzir a peça de propaganda abaixo. Trata-se de um jingle de 1962, no formato de programa de rádio, em defesa da volta do presidencialismo no Brasil.

Acredito que toda peça publicitária precisa ser entendida dentro do contexto em que foi produzida. Essa ilustra uma época em que o rádio tinha imensa importância na vida nacional.

História

Em 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, o país se viu diante de um impasse. De um lado, defensores da ordem democrática lutavam para que fosse garantida a posse do vice presidente João Goulart. De outro, articulavam-se os setores que viam na posse de Jango uma ameaça a seus interesses.

Veja o manifesto divulgado por Tancredo Neves na época.

Parlamentarismo

Diante da ameaça de uma ruptura democrática, foi construída a solução parlamentarista. Com ela, setores democráticos acreditavam ganhar tempo ou para que o Brasil se adaptasse à nova forma de governo ou para que o Presidente Goulart se fortalecesse à frente do pais e conseguisse retornar ao sistema presidencialista sem o risco de um golpe militar.

Implantada em 1961, a experiência parlamentarista durou pouco. Em 1963, foi realizado um plebiscito para que a população escolhesse entre a manutenção do novo sistema de governo ou a volta ao presidencialismo, defendida pelo Presidente.

Venceu a volta ao presidencialismo com cerca de 80% dos votos.

Em 1964, o golpe militar interrompeu a trajetória democrática do país. O golpe ameaçado em 1961 se concretizou em 1964.

Você pode ouvir aqui a gravação do jingle que defendia a volta ao presidencialismo. Veja se não é uma delícia!

28 de janeiro de 2012

Aécio Neves propõe lei que vai garantir dedução de imposto para quem doar a instituições filantrópicas que cuidem de crianças e adolescentes


Fonte: Agência Senado

Aécio Neves apresenta proposta que permite que as doações a abrigos sejam deduzidas do Imposto de Renda

As doações feitas por empresas a entidades sem fins lucrativos que prestem serviços de atendimento institucional a crianças e adolescentes poderão ser deduzidas do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). É o que pretende o senador Aécio Neves (PSDB-MG) com o Projeto de Lei do Senado (PLS) 754/2011.
O projeto altera a legislação do IRPJ (Lei 9.249/95) para permitir a dedução das doações a entidades civis legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços de acolhimento de crianças e adolescentes, até o limite de 2% do lucro operacional da empresa.
A ideia do senador é estimular o investimento nos abrigos que atendem crianças e adolescentes que tiveram direitos ameaçados ou violados – pela família, pela sociedade ou pelo Estado – e se encontram sob medida de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Ao justificar o projeto, Aécio lembra que é nessas instituições que as crianças encontram espaço de cuidado e proteção. Entretanto, ressalta o senador, a situação da maioria dos abrigos é crítica. Segundo ele, faltam recursos para reformas, compra de móveis, contratação de pessoal, entre outros problemas, e nestas condições torna-se quase impossível oferecer um serviço de qualidade aos institucionalizados.
“Os abrigos são responsáveis por prover às crianças e aos adolescentes acolhidos todos os seus direitos fundamentais, utilizando todos os recursos oferecidos pelas políticas públicas para zelar por sua integridade física e emocional”, destaca Aécio Neves.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mencionados pelo senador, cerca de 80 mil crianças e adolescentes viviam em abrigos em 2003.
O projeto, apresentado em dezembro de 2011, será examinado inicialmente pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Depois, seguirá para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde receberá decisão terminativa. Decisão terminativa é aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado.
Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário: dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou arquivado. Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for apresentado à Mesa.
Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do Senado é de cinco dias úteis.

Ricardo Setti critica Câmara por protelar votação de PEC do senador Aécio Neves que restringe trâmites das MPs


Fonte: Ricardo Setti – Ricardo Setti

Para o Legislativo voltar a legislar

Num de seus últimos discursos antes do recesso parlamentar que termina agora no começo de fevereiro, no dia 13 de dezembro passado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a protestar contra a demora na tramitação na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda Constitucional nº 11/2011, que restringe o uso de Medidas Provisórias (MPs) pelo governo federal.
A PEC foi apresentada em março do ano passado por um grupo de senadores, tendo à frente o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e Aécio, como relator, apresentou um texto substitutivo que, no dia 17 de agosto, foi aprovado pela unanimidade dos 74 senadores presentes.
A PEC, que melhora a democracia que temos, desde então, permanece paralisada na Câmara dos Deputados
É interessante para os amigos do blog ler a reportagem que VEJA publicou em sua edição de 24 de agosto a respeito dos avanços da medida e das maracutaias que o atual rito de tramitação das MPs propicia. O texto é do jornalista Fábio Portela. O título original segue abaixo, em negrito. A reportagem também mostra que, diferentemente do que dizem muitos de seus críticos, Aécio desempenha um trabalho relavante como senador.
Urgente e relevante
Uma proposta do senador Aécio Neves quer acabar com um dos grandes males da política brasileira: o hábito de governar por medidas provisórias
Já que a palavra da moda em Brasília é “faxina”, a presidente Dilma Rousseff poderia aproveitar o momento para higienizar também as poluídas relações entre o Executivo e o Legislativo. A oportunidade para isso está posta.
O Senado acaba de aprovar uma proposta de emenda  constitucional (PEC) que disciplina o uso de um instrumento legal que há muito vem sendo deturpado: a medida provisória (MP). Por esse mecanismo, o governo pode pôr em vigor uma lei antes mesmo que ela seja analisada pelo Congresso. O recurso foi criado para ser usado em casos extremos e urgentes, como a ameaça de invasão do país por outra nação, por exemplo. Mas sua aplicação foi banalizada – e, de instrumento para uso excepcional, as MPs viraram um atalho rotineiro para o governo aprovar seus projetos sem levar em conta o Legislativo.
Abusos e “contrabandos”
Hoje, o Palácio do Planalto faz praticamente tudo o que precisa por meio de MPs. Desde a redemocratização, foram publicadas 1 129 delas. Só neste ano já são 21. A maioria não tem nada de urgente ou relevante, como a que dispõe sobre alterações no Parque Nacional da Mapinguari ou a que disciplina a atuação dos médicos-residentes.
Além de terem perdido seu caráter original, as MPs causam outros problemas. Em excesso, atravancam a pauta do Congresso, já que os textos precisam ser votados pelos parlamentares para vigorar de forma definitiva. E, na mão de deputados espertalhões, correm o risco de virar instrumentos para contrabando, como se diz na gíria brasiliense.
Isso porque, algumas vezes, parlamentares adicionam ao documento parágrafos inteiros que tratam de assuntos sem nenhuma relação com o tema original. Assim, uma MP sobre saúde pode acabar liberando recursos para a Copa do Mundo.
A MP 517, por exemplo, que dispunha sobre impostos em operações bancárias, recebeu trinta “contrabandos” no Congresso.
“Desde que tomei posse no Senado, não discutimos um único projeto de lei, porque a pauta de votação está tomada pelas MPs”, diz o senador Aécio Neves (PSDB-MG), relator da PEC que pretende pôr um freio nesse abuso. “Na prática, o governo impõe sua agenda ao Congresso”, afirma.
Como é a proposta que o Senado aprovou
A proposta é simples e efetiva: Câmara e Senado terão poder para analisar se as medidas provisórias cumprem as exigências da Constituição, ou seja, se elas são, de fato, urgentes e relevantes.
As que não passarem pelo crivo do Congresso ficarão de fora.
A proposta também proíbe os “contrabandos”. Só poderão ser acrescentadas às MPs proposições relacionadas ao tema original.
A ideia já foi aprovada por unanimidade no Senado; agora, falta a Câmara. Ao seguirem o exemplo dos senadores, os deputados estarão dando ao Brasil uma prova de maturidade e independência. E o Legislativo poderá finalmente cumprir sua função primordial: a de legislar.

26 de janeiro de 2012

A nova blogueira

Está no ar o blog da jornalista e presidente do Serviço Voluntário Social de Assistência Social(Servas), Andrea Neves. Nos primeiros posts, impressões sobre o projeto Secrets, de Frank Warrem, vídeos da marcha pelos direitos civis em Washington e projetos do terceiro setor tocados pelo Servas.
Junto com o blog, Andrea Neves está estreando também no Facebook, no Twitter e noYouTube. Para quem quiser conferir, seguem os links:
Abaixo, o texto de apresentação em que ela conta a motivação de fazer o blog.
Há muito tempo escuto de diversos amigos a mesma sugestão: por que você não faz um blog?
Para quem demorou muito até para ter e-mail, a sugestão sempre me pareceu um pouco descabida.
Pertenço àquela pequena parte da minha geração para quem, por mais que nos esforcemos, o mundo virtual ainda não oferece a intimidade e o conforto do velho papel.
Somos visitas nesse novo mundo, não moradores, por isso quando disse a alguns amigos que pretendia fazer um blog , houve muita surpresa.
Sobre política? Perguntaram alguns.
Não necessariamente, eu respondi.
Sobre comunicação? Perguntaram outros.
Não necessariamente.
Sobre o terceiro setor? Arriscaram outros.
Não necessariamente, continuei a responder.
Sobre o que você vai escrever? Era a pergunta que eu entreouvia no silêncio curioso de cada um.
Sou uma pessoa privilegiada no sentido de que as minhas circunstâncias tem me permitido fazer o que eu gosto. Acredito no que faço e faço com paixão.
Tornou-se comum citar Ortega e Gasset em “eu sou eu e as minhas circunstâncias”.
A política, a formação profissional e o trabalho em comunicação, assim como o trabalho na área social são minhas circunstâncias.
Aqui gostaria de ir além delas.
Por que então, agora, fazer um blog que não é exclusivamente de trabalho ou opinião?
Não sei exatamente.
Mas penso que para organizar e guardar pensamentos, memórias e lembranças. Ideias para mim e para os outros. Para partilhar.
E, quem sabe, para confirmar a antiga teoria que diz que a gente lê para provar que nunca esteve sozinho.
Vai ver a gente escreve também para isso.
Contei à minha filha e ao meu marido sobre a idéia do blog.
Meu marido perguntou apenas: onde você vai achar tempo para escrever?
Minha filha observou: mas se você não vai falar de política, de comunicação nem do seu trabalho na área social, ninguém vai querer ler…
Como diria o Ancelmo: faz sentido…

Alberto Pinto Coelho apoia senador Aécio Neves e denuncia descaso da União com a saúde


Fonte: Artigo do vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho - publicado em O Globo

Mobilização pela saúde

O Brasil teve papel fundamental na criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1946, pois a delegação brasileira então presente no ato fundador da Organização das Nações Unidas (ONU) foi autora da proposição visando a estabelecer um “organismo internacional de saúde pública de alcance mundial”, com plena aprovação da assembleia geral daquela organização.
Recordando esse fato histórico, saudamos e parabenizamos a articulação dos presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, e da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino de Araújo Cardoso, conforme noticiou este prestigioso jornal, para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular propondo fixar percentual mínimo do governo federal com o setor, medida prevista na Emenda 29 e derrotada no Senado.
Esta iniciativa da OAB e da AMB, buscando alcançar o mínimo de 1 milhão de assinaturas em todo o país, representa, pois, uma saudável reação da sociedade civil à aprovação e regulamentação da Lei Complementar número 141, de 13 de janeiro de 2012. Ela fixa pisos mínimos para aplicação em saúde de 12% e 15%, respectivamente, para estados e municípios, desobrigando, porém, a União de cumprir com um índice determinado de investimentos em saúde.
Nesses termos, o financiamento da saúde ficou relegado a um plano secundário na esfera federal, em aberta contradição com a palavra de ordem do governo da União de combater a miséria em todas as suas formas. Cabe lembrar que o representante do Brasil afirmou solenemente na Assembleia Geral da ONU, em 2003, que “a fome e a doença são irmãs gêmeas”.
No entanto, o contraste entre o discurso e a prática tem levado a própria OMS a cobrar maior participação do governo federal no financiamento à saúde pública no Brasil. O seu último relatório anual, de 2011, classifica o nosso país no 72º lugar no ranking internacional de 193 países no quesito “investimento em saúde por habitante”, atrás mesmo de nossos vizinhos Argentina, Uruguai e Chile. Na mesma classificação, o Brasil situa-se 40% abaixo da média mundial de investimentos no setor, ou seja, gasta US$317 contra US$517 do gasto médio internacional.
No momento em que a economia brasileira é celebrada como a 6ª maior do mundo, mais grave se torna esse descompromisso da União com uma área essencial do bem-estar social, pois o Sistema Único de Saúde (SUS), com seus dramas crônicos de atendimento, está longe de responder aos ditames da Carta Magna, que, em seu artigo 198, proclama ser a saúde “direito de todos e dever do Estado”.
Na luta por um novo pacto da saúde no Brasil será também preciso levantar o veto do Planalto ao dispositivo da lei que determinava que os investimentos em saúde fossem acrescidos, anualmente, sempre que houvesse revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB).
Uma alternativa para enfrentar esse urgente desafio nacional já foi apresentada ao governo federal pelos estados e membros do Confaz: a troca do indexador de correção das dívidas dos estados, o draconiano Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) -, ora vigente, pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com limitação dos juros em 2% e a redução do comprometimento da Receita Líquida Real (RLR) dos estados com a União em 9%. Os recursos assim liberados seriam, compulsoriamente, destinados à saúde pública, nos termos da Emenda 29, recentemente regulamentada.
Caso contrário, o governo federal continuará de olhos vendados para a saúde, repassando a responsabilidade aos estados e municípios que detêm restritos 30% do bolo tributário, enquanto a União tem na caneta a gorda conta de 70% da arrecadação nacional.

25 de janeiro de 2012

Eleições 2014: Aécio Neves agradece citação de Fernando Henrique e diz que ex-presidente tem perfil agregador


Eleições 2014, The Economist, Aécio oposição
Fonte: Christiane Samarco – Estado de S.Paulo

Aécio agradece a FH, e Serra discorda do ‘amigo’

Senador, apontado pelo ex-presidente como nome ‘óbvio’ para 2014, se diz honrado, enquanto Serra diverge ‘sem polemizar’ 
Após ter sido citado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o “candidato óbvio” do PSDB à Presidência em 2014, o senador Aécio Neves (MG) divulgou nota ontem em que agradece pelos elogios e valoriza o próprio perfil “agregador”. ”Temos que trabalhar agora pelo fortalecimento partidário e para ampliar o alcance do nosso discurso”, afirmou. Já José Serra, que não desistiu da disputa ao Planalto, preferiu evitar a polêmica com o ex-presidente: “São opiniões dele. Não estou de acordo com algumas delas, mas não vou polemizar com um amigo”.
Na mesma entrevista, publicacada na seção Americas view do site da revista britânica The Economist, FHC criticou “erros enormes” da campanha de Serra a presidente em 2010 e disse que o ex-governador paulista poderá abrir caminhos para novas lideranças daqui pra frente. Para FHC, Serra “não formou alianças e ficou isolado mesmo internamente” durante a campanha.
O g0vernador Geraldo Alckmin optou pela neutralidade diante da polêmica. “Temos grandes nomes no PSDB preparados para essa responsabilidade. É um tema a ser amadurecido. Mas está longe ainda”, afirmou ontem.
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), admitiu ontem, “com muita serenidade”, que fora de São Paulo, onde, segundo ele, Serra é o presidenciável natural, “há uma preferência neste momento por um nome novo, em função das derrotas de 2006 e 2010″. E concluiu: “Esse nome novo é o do Aécio.” Duarte Nogueira observou apenas que a política é dinâmica e amanhã o cenário pode mudar.
Mas na avaliação do presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, o futuro já tem nome na percepção hegemônica do partido: “Nove entre dez tucanos que olham para 2014 hoje veem a cara doAécio”. Ele entende que FHC apenas “jogou luzes sobre o cenário futuro com um diagnóstico preciso dos erros do passado” e tem autoridade política e intelectual para fazê-lo.
Aécio fez questão de destacar que o momento para definir o “melhor nome, entre os vários de que dispõe o partido” será depois das disputas municipais de outubro deste ano. “No momento certo, independentemente de quem será o nome, o PSDB estará em condições de apresentar um projeto ao País que faça o contraponto ao modelo de governança representado hoje pelo PT”, disse na nota de oito linhas.
Paulistas. Vice de Serra no governo de São Paulo, Alberto Goldman contestou FHC, afirmando que “o importante na escolha do próximo presidente não é só a capacidade de fazer alianças, mas de enfrentar os grandes problemas que o País ainda tem e de dar ao desenvolvimento um ritmo compatível com o potencial do Brasil”. / COLABORARAM LUCAS DE ABREU MAIA e FELIPE FRAZÃO

Aécio Neves agradece Fernando Henrique e diz que PSDB precisa trabalhar para fortalecer os diversos segmentos do partido


Aécio oposição, eleição 2014
Fonte: Silvia Amorim e Thiago Herdy – O Globo

Serra discorda da opinião de FH sobre Aécio

Ex-presidente declarou que o senador mineiro é o candidato natural do PSDB à Presidência; tucanos se dividem
SÃO PAULO e BELO HORIZONTE. O ex-governador de São Paulo, José Serra, disse ontem discordar das opiniões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista à revista britânica “The Economist”, mas que, por se tratar de um amigo, não comentaria as declarações. O trecho de maior repercussão foi aquele em que Fernando Henrique apontou o senador Aécio Neves (MG) como o “candidato óbvio” do PSDB para a eleição presidencial de 2014. Ele também falou em “erros enormes” na campanha de Serra em 2010 e disse que o mineiro tem hoje mais chances de vitória em 2014 do que Serra.
- São opiniões dele (FH). Não estou de acordo com algumas delas, mas não vou polemizar com um amigo – afirmou o ex-governador Serra, sem dar detalhes sobre os pontos em que discorda do ex-presidente.

À revista, FH disse ainda que Aécio tem mais condições de fazer alianças políticas.
- Aécio é de uma cultura brasileira mais tradicional, mais disposta a estabelecer alianças. Ele tem apoio em Minas Gerais. São Paulo não é assim, é sempre dividido, é muito grande.
O senador Aécio Neves agradeceu ontem ao ex-presidente Fernando Henrique pela referência a seu nome como “candidato natural” do PSDB à Presidência em 2014. Em viagem particular, o senador divulgou uma declaração por meio de sua assessoria, em que afirma considerar o período após as eleições municipais como o momento certo para a definição de um nome, “entre os vários de que dispõe”.
- Agradeço a referência do presidente Fernando Henrique. Temos que trabalhar agora pelo fortalecimento partidário e de suas estruturas, a juventude, as mulheres, os sindicatos, além do esforço para ampliar o alcance do nosso discurso – disse Aécio, sem citar o seu principal adversário na luta interna dentro do partido pela indicação nacional, o ex-governador José Serra.
As declarações de Fernando Henrique provocaram reações diferentes no partido. O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), em viagem a Miami, endossou as afirmações:
- Aécio tem muito apoio no partido. Isso é a verdade .
Mas ele ponderou que essa discussão deve ser feita somente após as eleições municipais:
- Agora é hora de o partido se preparar para enfrentar a próxima eleição.
Já aliados de Serra contestaram Fernando Henrique. Alguns classificaram as declarações como “fora de hora”.
- É muito difícil discordar do Fernando Henrique, mas não é bem isso. Aécio é um possível candidato forte, mas não é o único, nem natural – disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP). Para ele, manifestações como as de FH neste momento mais atrapalham do que ajudam.
- Acho que manter a isonomia nesse processo é fundamental para a construção da unidade do partido – disse.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, preferiu não entrar na polêmica. Ele disse que o partido tem grandes nomes, mas que o tema precisa ser “amadurecido”.
O fato é que as declarações de FH pautaram conversas no PSDB nos últimos dois dias. Alguns tucanos viram nas palavras do ex-presidente uma espécie de apoio para que Aécio intensifique suas articulações políticas para 2014.
Ala do PSDB ligada a Aécio defende que o partido comece a trabalhar, mesmo que sutilmente, o nome domineiro já nas eleições municipais. Em São Paulo, tucanos interpretaram as palavras do ex-presidente como um alerta a Serra.
- Acho que ele está tentando mostrar ao Serra que o candidato natural é o Aécio e que, se ele quer brigar por 2014, tem que se recolocar no cenário político desde já, aceitando ser candidato a prefeito em São Paulo – disse um tucano.
A cúpula do PSDB em São Paulo ainda não descarta o nome de Serra para disputar a prefeitura.