15 de janeiro de 2014

Aécio: veto de Marina prejudica PSB

Eleições 2014: “Se houver veto, obviamente altera o quadro, mas acredito que seja em prejuízo do próprio PSB”, afirmou Aécio.


Eleições 2014


Fonte: Valor Econômico

Veto à aliança com PSDB prejudica PSB, diz Aécio


Com o veto da ex-senadora Marina Silva (PSB) à coligação de PSB e PSDB nos Estados, o presidente nacional dos tucanos, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem que respeita o posicionamento que o aliado vier a adotar, mas que o principal prejudicado do rompimento seria o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência.

“Em pelo menos 15 Estados, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, PSDB e PSB já tinham afinidade, eram aliados naturais. Se houver veto, obviamente altera o quadro, mas acredito que seja em prejuízo do próprio PSB“, afirmou Aécio, principal nome no partido para disputar à Presidência. ”Desfazer uma aliança de tantos anos agora pode incorrer em prejuízo de quem saia, de quem não está com a posição de maior força nessa aliança”, pontuou.

Marina Silva, que fracassou ao tentar fundar seu próprio partido, o Rede Sustentabilidade, para as eleições de 2014, filiou-se ao PSB em outubro e agora pressiona para que a legenda rompa os acordos regionais com os tucanos para lançar candidatos próprios nos Estados. O alvo é São Paulo, onde o PSB apoia o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e discutia indicar o vice do tucano para a próxima eleição. O acordo esfriou com o veto de Marina e com a vontade de Campos de ter a ex-ministra como sua vice.

Segundo Aécio, a negociação em São Paulo será conduzida por Alckmin, mas, para a candidatura nacional, o PSB não estar aliado aos tucanos no Estado não faz diferença. “Não há palanque duplo. Os candidatos do PSDB farão campanha para o candidato nacional do PSDB, e os do PSB para o candidato do PSB“, disse. O senador comentou, contudo, que seria um “prazer” estar ao lado de Campos também em São Paulo.

Já em seu próprio Estado, Aécio prevê que a aliança continue. ”O prefeito da capital [Marcio Lacerda] foi eleito com nosso apoio, toda a base do PSB no Estado foi estruturada junto com o PSDB. A aliança é um caminho natural, não é invenção, e as pessoas não entenderão o distanciamento entre nós. E o governador Eduardo Campos também pensa assim”, afirmou.

A avaliação foi feita em entrevista à imprensa convocada por Aécio para falar sobre as ações contra o encerramento de 525.527 contas de caderneta de poupança pela Caixa Econômica Federal em 2012 que, segundo o banco, estavam com o CPF irregular. O montante depositado nestas contas foi usado para aumentar o lucro líquido da empresa em R$ 420 milhões.

“Mais uma vez o Brasil é surpreendido por uma irresponsabilidade do governo que traz enorme apreensão aos brasileiros, com o confisco dos valores da caderneta de poupança de milhares de brasileiros, em uma ação considerada irregular pelos próprios órgãos de controle do governo”, afirmou Aécio. A decisão da Caixa foi questionada pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Banco Central (BC), que ordenou que compensação no balanço de 2013.

Para Aécio, as explicações do banco foram insuficientes e é preciso saber quem ordenou a transação. O PSDB protocolou ontem representação para que o Ministério Público Federal (MPF) analise se houve crime de gestão temerária e fraudulenta na instituição e para que os promotores entrem com ação pública para “assegurar a defesa dos poupadores atingidos”.

Os tucanos vão tentar convocar no Congresso Nacional os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da CGUJorge Hage, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, além de convidar o presidente da Caixa, Jorge Hereda, para dar explicações sobre o caso. Também foi protocolado pedido de informações à Fazenda requisitando documentos da Caixa.

Conforme o Valor revelou ontem, bancos privados também incorporaram a seus resultados valores de contas irregulares. Executivos de dois bancos de varejo disseram, em anonimato, que as instituições em que trabalham adotam procedimento parecido ao da Caixa depois de esgotadas as tentativas de encontrar os clientes.

Aécio disse que o partido não vai incluir os bancos privados na representação ao MPF, mas cobrou posição do BC sobre o tema.

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