Sistema mineiro mescla metas com competência
Com financiamento do Banco Mundial, Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) desenvolve metodologia de gestão que integra avaliação com formação dos servidores
Os servidores públicos de Minas Gerais estão acostumados a trabalhar de olho em metas institucionais e a serem recompensados com prêmios de produtividade quando atingem os objetivos – o que faz parte dos chamados acordos de resultados criados em 2003. Também não é novidade, para eles, passar por avaliações de desempenho. Iniciadas em 2004, elas atingiram perto de 300 mil funcionários estaduais no ano passado. Mas, daqui para frente, novos procedimentos passarão a ser agregados à sua rotina.
O Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) já está incorporando aspectos como a avaliação e a educação dos servidores tendo em vista as competências no seu dia a dia. Para dar conta de enxergar, de forma conjunta, as habilidades dos funcionários e a formação necessária para suprir eventuais lacunas, o órgão mineiro obteve financiamento do Banco Mundial para adquirir o que foi apelidado de Sistema Unificado de Gestão e Desenvolvimento de Capital Humano.
O software está apto a gerir toda a cadeia de informações sobre os servidores. De um lado, entram os dados relativos às metas institucionais estabelecidas para os órgãos do Sisema, que engloba setores como a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Fundação do Meio Ambiente, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas e o Conselho de Política Ambiental. Do outro,vemos competências que os funcionários de cada área precisam ter para dar conta dos objetivos. “Percebemos que alguns objetivos dos acordos de resultados não eram atingidos justamente porque os servidores não possuíam as competências necessárias”, lembra Thiago Grego, ex-subsecretário de Inovação e Logística do Sisema (hoje subsecretário do Sistema de Defesa Social) e idealizadordoprojeto. O sistema, desenvolvido pelas consultorias Mentor e Saba, também vai compilar os resultados de avaliações dos servidores e as capacitações (em especial, cursos a distância) que eles devemrealizar.
Fases
Num primeiro momento, os recursos do Banco Mundial serviram para a aquisição do sistema e o desenvolvimento de três cursos a distância, já disponíveis em um portal de internet chamado de Estação do Saber. Outras formações estão no forno. “A ideia é termos uma verdadeira universidade corporativa focada em desempenho”, explica a analista ambiental Fabrícia Burgarelli, uma das gerentes do projeto. O mapeamento das competências dos servidores-que está sendo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Administrativa da Universidade Federal de Minas Gerais-deve ficar pronto até dezembro e as primeiras avaliações baseadas nesses critérios sairão entre 2011 e 2012. “Os cursos a distância começaram a ser aplicados neste ano e pelo menos 150 servidores já os fizeram”, destaca a diretora de Desenvolvimentos de Recursos Humanos do Sisema, Denise Comarela.
ENTENDA
O que são os acordos de resultados?
Criados em 2003, quando começou o movimento conhecido como “choque de gestão” mineiro, os acordos de resultados são instrumento pelos quais os órgãos do Poder Executivo do estado se comprometem a entregar determinados resultados, estabelecidos por meio do cumprimento de indicadores e metas. Em contrapartida, caso os objetivos sejam alcançados, os servidores recebem um prêmio de produtividade (14º salário) como incentivo. As informações sobre cada acordo de resultados assinado são publicadas no Diário Oficial do estado. O conteúdo do documento, as metas e o detalhamento da metodologia de avaliação ficam disponíveis na internet. O primeiro acordo, entre o governador e o Instituto Estadual de Florestas, foi assinado em 2004, ano em que também foi pago o primeiro prêmio por produtividade.
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