2 de fevereiro de 2011

De acordo com cientistas políticos Aécio Neves, Aloysio Nunes e Itamar são nomes fortes da oposição

Batalha para ser destaque

Fonte: Renata Mariz – Estado de Minas

Congresso
Especialistas elegem nomes de parlamentares que devem ganhar projeção na legislatura iniciada ontem. Apostas convergem para tucanos, como os senadores Aécio e Aloysio Nunes.

edilson rodrigues/cb/d.a press

Cientistas políticos apostam que novatos, como Aécio Itamar e Romário, farão bom trabalho
Com a legislatura que começou ontem no Congresso Nacional, iniciaram-se também os esforços de cada parlamentar para ganhar projeção política e respeito entre os colegas. A briga por cargos de destaque, como a presidência da Câmara e as secretarias das mesas diretoras das duas casas, foi o primeiro passo. Passada essa disputa, começará a luta pelas indicações em comissões expressivas ou relatorias de matérias importantes. Embora nem todos os postos de destaque na Câmara e no Senado estejam definidos, alguns nomes chegam ao Parlamento com grandes chances de ganhar notoriedade. Do lado da oposição, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) são nomes fortes na cotação de cientistas políticos. Na base governista, as apostas recaem sobre as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Marta Suplicy (PT-SP), além dos deputados Eduardo Braga (PMDB-AM) e Marco Maia (PT-RS), eleito ontem presidente da Casa.

“O Maia, que sempre foi um deputado de bastidor, ganha agora um posto de destaque. Mas Aécio Neves e Itamar Franco (PPS-MG), independentemente dos postos que ocuparão, trazem para o Congresso uma reputação e uma legitimidade que os colocam em destaque. Eles lideram grupos importantes em seus estados, são conselheiros e formadores de opinião”, explica Antonio Augusto de Queiroz, analista político e diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). O especialista considera também que determinados parlamentares com votações expressivas e boas relações com os governos estaduais chegam fortes. “É o caso de Eunício Oliveira (PMDB-CE), que se recupera com boa perspectiva de projeção. Note que a presidente da República não tem o carisma de Lula, que usava esta característica para pressionar o Congresso de fora para dentro. Agora, Dilma terá de negociar muito, estreitar relações com parlamentares e governadores.”

Para Leonardo Barreto, cientista político da Universidade de Brasília (UnB), a senadora Gleisi Hoffman deverá se projetar muito, tanto pelas qualificações técnicas na área de orçamento quanto pelo papel de aliada do governo no Congresso. “É possível que ela ocupe um espaço importante deixado pela senadora Ideli Salvatti”, afirma Barreto. De acordo com ele, vale a pena prestar atenção também na performance de Aloysio Nunes Ferreira, senador mais votado em São Paulo, com 30% da preferência do eleitorado. ”Ele é um dos aliados próximos do José Serra, ou seja, será a voz do candidato que perdeu a disputa presidencial dentro do Senado. É um parlamentar que merece ser observado, assim como Aécio Neves, cuja pergunta é se, de fato, conseguirá se tornar uma liderança nacional”, diz o cientista político.

Apostas Além dos nomes consensuais, Barreto aponta parlamentares que podem se destacar mais por questões contextuais do que por experiência política ou cargos institucionais de destaque. “Por incrível que pareça, o Romário é um deputado que vale a pena ser acompanhado. Como a Copa do Mundo entrará na pauta do Congresso, quem sabe ele não se projetará atuando em alguma comissão”, sugere o especialista. Em virtude da proximidade com Brasília, o deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), mais conhecido pelo último sobrenome, é outro nome que talvez ganhe notoriedade. “A questão é verificar se ele conseguirá levantar a bandeira da redução de gastos na Casa, da ética, entre outras promessas de campanha, ou se será engolido pelos outros”, ressalta.


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