1 de fevereiro de 2011

Segundo Aécio, governo não pode ficar fazendo bondades com o chapéu alheio. Ele defende uma agenda de interesse do país



Congresso
Aécio Neves diz que oposição, embora em menor número, será vigilante e fiscalizará com profundidade o governo da presidente Dilma. Senador paulista repete o discurso
Mesmo reduzida, a oposição no Senado, que deu dor de cabeça e impôs derrotas importantes ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, promete dar trabalho à presidente Dilma Rousseff. Ontem, a bancada do PSDB se reuniu em Brasília para afinar o discurso que será adotado a partir de hoje, quando o novo Congresso será empossado. Apontado como possível candidato do PSDB à sucessão, em 2014, o senador AécioNeves disse que, apesar de ser mais frágil “quantitativamente”, a oposição no Senado será “vigilante” , “vigorosa” e “qualificada”.
“Apesar de, quantitativamente, estarmos mais frágeis do que estávamos na legislatura anterior, eu acho que temos plenas condições de qualificar a nossa oposição. O papel da oposição tem que ser propositivo, além de fiscalizador, o que faremos em profundidade”, disse o ex-governador, referindo-se ao encolhimento da bancada de oposição no Senado. Na legislatura que toma posse hoje, a oposição terá 11 senadores a menos do que durante o governo Lula. Serão 21 parlamentares de oposição, contra 50 senadores governistas.
De acordo com Aécio, o PSDB, ao lado de outros partidos de oposição, vai apresentar uma agenda de interesse do país, para ser tratada durante este mandato para tentar pautar as discussões do congresso. Entre os temas, segundo ele, devem estar a reforma política e o financiamento dos estados e municípios. ”O governo não pode ficar fazendo bondades com o chapéu alheio”, reclamou o senador, referindo-se às isenções de impostos que afetam a arrecadação dos estados. Segundo ele, esses temas serão discutidos não só no Congresso Nacional, mas também nas assembleias legislativas e nos municípios.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) disse que a oposição no Congresso vai agir como fiscalizadora do governo federal, cobrando e denunciando quando preciso. “A oposição tem um dever de ser a voz que cobra, que denuncia quando é o caso, que fiscaliza, que exprime o ponto de vista daqueles que discordam do governo, do seu rumo”, afirmou.
Reeleição Aécio minimizou as divergências do PSDB em torno do apoio à reeleição do senador Sérgio Guerra (PSDB-CE) ao comando nacional do partido. A provável recondução de Guerra desagradou parte dos aliados do ex-governador José Serra, que articulam para colocar no comando do partido o candidato derrotado do PSDB à Presidência da República.
Para Aécio, essas questões são naturais e o nome de Serra, caso seja mesmo colocado na disputa pelo comando do partido, será analisado. “É legítimo que seu nome (José Serra) seja colocado e analisado”. As divergências, segundo ele, “serão resolvidas em maio, na convenção nacional do partido”. “O que temos de compreender é que a nossa unidade é o mais vigoroso instrumento que temos para apresentar ao Brasil um projeto alternativo. Essa unidade não será abalada.”
Na semana passada, 53 dos 55 deputados da bancada federal do PSDB na Câmara assinaram uma moção de apoio à reeleição de Guerra, o que abriu divergências dentro do partido, colocando em lados opostos os apoiadores de Serra e Aécio dentro do PSDB. A permanência de Guerra no cargo foi vista pelos serristas como uma tentativa de isolar o ex-governador de Sâo Paulo e reduzir sua influência dentro do partido. O abaixo-assinado de deputados tucanos em favor de Guerra foi articulado com aval do ex-governador de Minas e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Fonte: Alessandra Mello -Estado de Minas

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