Depois de ter dificuldades de angariar sindicalistas em seu início, o núcleo sindical do PSDB conseguiu fincar o pé em mais uma central: a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), quarta maior do país, com quase mil sindicatos filiados. Os tucanos já estão fortemente presentes na União Geral dos Trabalhadores (UGT) e na Força Sindical, onde tomaram o lugar do PDT em muitos Estados – segunda e terceira maior centrais, respectivamente.
Com a filiação, o PSDB dá mais um passo para enfrentar o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior das centrais, no movimento sindical. Os tucanos farão um congresso em São Paulo no dia 27 de abril para definir a pauta sindical do partido, que incluirá a redução da jornada de trabalho, de 44 horas para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e do trabalho escravo – temas que nunca estiveram entre as prioridades da legenda.
O presidente do núcleo sindical do PSDB, Antônio de Souza Ramalho, admite que, mesmo com a filiação de vários sindicalistas e um programa partidário para o movimento dos trabalhadores, será difícil fazer os deputados e senadores tucanos defenderem o movimento. ”É possível que, dentro do PSDB, muita gente não concorde com a redução da jornada de trabalho, por exemplo, mas são coisas que teremos de conquistar”, afirmou.
Em reunião há uma semana, Ramalho acertou a filiação de cerca de 57 presidentes de sindicatos da Nova Central ao PSDB. O movimento será coordenado pelo presidente da Federação dos Funcionários Públicos Municipais do Estado de São Paulo (Fupesp), Damázio Sena, um dos diretores da NCST em São Paulo e que está filiado ao partido desde o fim do ano passado.
Damásio Sena, que é presidente do Conselho Fiscal da Confederação Nacional de Servidores Públicos (CSPB), também filiada à Nova Central, articulará para atrair sindicalistas para o PSDB em todo o país – a expectativa é filiar quase 400 dirigentes que representam o setor público.
Sena diz que ingressou no PSDB, um partido que historicamente não apoia o movimento sindical, por causa da mudança de postura da legenda. “Se um partido como o PSDB está se esforçando para atrair os trabalhadores, temos que aproveitar essa vontade deles para demarcar o nosso espaço”, argumentou.
Essa “mudança de postura” também atraiu muitos representantes da Força Sindical e UGT, segundo Ramalho, que é vice-presidente da Força. Da UGT, que tem representantes no PPS e no PSD, como presidente da central, Ricardo Patah, saíram os presidentes do núcleo sindical do PSDB de Pernambuco e Tocantins.
O PDT perdeu espaço na Força Sindical de vários Estados com a investida do PSDB. No Piauí, Sergipe e Minas Gerais – apoiado pelo senador e pré-candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB) -, a mudança atingiu praticamente toda a central. Em Goiás, administrado pelo tucano Marconi Perillo, 75% dos pedetistas da Força foram para o PSDB.
As trocas ocorreram com consentimento do presidente nacional da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT). Em conflito com o governo federal e sem conseguir indicar o novo ministro do Trabalho, Paulinho tem se aproximado dos tucanos.
Não deve desistir de ser pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, mas tende a ficar do lado do ex-governador José Serra (PSDB) em um eventual segundo turno da eleição, e já garantiu apoio à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com a nomeação de um representante da Força Sindical e do PDT para a Secretaria Estadual de Emprego e Relações de Trabalho.
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