12 de março de 2012

Aécio Neves já conseguiu adesão da Força Sindical em três estados PSDB já tem filiados em três centrais sindicais


Depois de ter dificuldades de angariar sindicalistas em seu início, o núcleo sindical do PSDB conseguiu fincar o pé em mais uma central: a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), quarta maior do país, com quase mil sindicatos filiados. Os tucanos já estão fortemente presentes na União Geral dos Trabalhadores (UGT) e na Força Sindical, onde tomaram o lugar do PDT em muitos Estados – segunda e terceira maior centrais, respectivamente.
Com a filiação, o PSDB dá mais um passo para enfrentar o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior das centrais, no movimento sindical. Os tucanos farão um congresso em São Paulo no dia 27 de abril para definir a pauta sindical do partido, que incluirá a redução da jornada de trabalho, de 44 horas para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e do trabalho escravo – temas que nunca estiveram entre as prioridades da legenda.
O presidente do núcleo sindical do PSDB, Antônio de Souza Ramalho, admite que, mesmo com a filiação de vários sindicalistas e um programa partidário para o movimento dos trabalhadores, será difícil fazer os deputados e senadores tucanos defenderem o movimento. ”É possível que, dentro do PSDB, muita gente não concorde com a redução da jornada de trabalho, por exemplo, mas são coisas que teremos de conquistar”, afirmou.
Em reunião há uma semana, Ramalho acertou a filiação de cerca de 57 presidentes de sindicatos da Nova Central ao PSDB. O movimento será coordenado pelo presidente da Federação dos Funcionários Públicos Municipais do Estado de São Paulo (Fupesp), Damázio Sena, um dos diretores da NCST em São Paulo e que está filiado ao partido desde o fim do ano passado.
Damásio Sena, que é presidente do Conselho Fiscal da Confederação Nacional de Servidores Públicos (CSPB), também filiada à Nova Central, articulará para atrair sindicalistas para o PSDB em todo o país – a expectativa é filiar quase 400 dirigentes que representam o setor público.
Sena diz que ingressou no PSDB, um partido que historicamente não apoia o movimento sindical, por causa da mudança de postura da legenda. “Se um partido como o PSDB está se esforçando para atrair os trabalhadores, temos que aproveitar essa vontade deles para demarcar o nosso espaço”, argumentou.
Essa “mudança de postura” também atraiu muitos representantes da Força Sindical e UGT, segundo Ramalho, que é vice-presidente da Força. Da UGT, que tem representantes no PPS e no PSD, como presidente da central, Ricardo Patah, saíram os presidentes do núcleo sindical do PSDB de Pernambuco e Tocantins.
O PDT perdeu espaço na Força Sindical de vários Estados com a investida do PSDB. No Piauí, Sergipe e Minas Gerais – apoiado pelo senador e pré-candidato à PresidênciaAécio Neves (PSDB) -, a mudança atingiu praticamente toda a central. Em Goiás, administrado pelo tucano Marconi Perillo, 75% dos pedetistas da Força foram para o PSDB.
As trocas ocorreram com consentimento do presidente nacional da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT). Em conflito com o governo federal e sem conseguir indicar o novo ministro do Trabalho, Paulinho tem se aproximado dos tucanos.
Não deve desistir de ser pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, mas tende a ficar do lado do ex-governador José Serra (PSDB) em um eventual segundo turno da eleição, e já garantiu apoio à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com a nomeação de um representante da Força Sindical e do PDT para a Secretaria Estadual de Emprego e Relações de Trabalho.

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