14 de maio de 2010

Minas apresenta grande queda em crimes violentos graças a política de segurança estabelecida por Aécio


Estudo mostra redução dos homicídios, roubos e estupros entre 2008 e 2009 na maioria dos municípios mineiros. BH, Betim e Contagem estão entre os que comemoram

A taxa anual de crimes violentos, como homicídio, tentativa de assassinato, estupro e roubo, em Minas Gerais, caiu de 29,04 ocorrências, por grupo de 100 mil habitantes, para 24,64, em 2009, em comparação com 2008. É o que mostra o Anuário de Informações Criminais 2009, divulgado ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP), estudo que avalia os índices de criminalidade no estado. A redução dos homicídios no estado no período de um ano foi de 5,5% – de 3.621 para 3.452 – e de crimes contra o patrimônio (roubos e furtos), 15,1%.

Mas, quando é analisada a situação de alguns municípios, as autoridades da Secretaria de Estado de Defesa Social não escondem a preocupação em relação aos homicídios: Patos de Minas, no Alto Paranaíba, com aumento de 153,7% no número de assassinatos; Divinópolis, na Região Centro-Oeste, com 127,1%; Uberaba, no Triângulo, com acréscimo de 22,6%; e Uberlândia, na mesma região, com crescimento de 46%.

Nos demais municípios com mais de 100 mil habitantes, os crimes violentos caíram 17,3%: homicídios, 8,8%, e roubos e furtos, 18%. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte houve diminuição de 16% nos crimes violentos. A taxa de assassinato teve queda de 10% e de crimes contra o patrimônio, 16,6%. Na capital, o crime violento caiu 15,1%, a taxa de homicídio 12,6% e crimes contra o patrimônio, 15,4%. Três cidades da região que antes amargavam altos índices, já respiram mais aliviadas. Em Betim, os crimes caíram 15,4%; Contagem, 22,5%; e Ribeirão das Neves, 13,9%, com redução de 22,7% nos assassinato.

De acordo com o secretário de Estado de Defesa Social, Moacyr Lobato, há uma série de causas e circunstâncias que determinam a incidência de assassinatos. “Temos questões pontuais que merecem atenção especial no sentindo de rapidamente voltarmos ao quadro de normalidade decrescente em relação aos homicídios”, disse, anunciando que vai visitar as cidades onde esse tipo de crime aumentou, para discutir estratégias com os comandos regionais das polícias Civil e Militar. Ele citou como programa de redução de homicídios o Fica Vivo, que atende 15,5 mil jovens em Minas. “O tráfico de drogas é uma das principais razões da incidência de homicídios”, afirmou.

Para o comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Cícero Nunes, o aumento dos homicídios em Uberlândia está relacionado ao tráfico de drogas. “As polícias Civil e Militar se organizaram, identificaram e prenderam criminosos e fizeram composições de grupos para a contenção desse tipo de crime em Uberlândia, que lá está ligado ao tráfico de drogas. Há também a questão da migração de pessoas que vão trabalhar em canaviais e usam armas brancas, como facas e foices”, disse. Quanto a Divinópolis, o problema, segundo ele, é também ligado ao tráfico de drogas.

Apesar da diminuição dos crimes violentos em BH em 15%, em 2009 (12,6% nos homicídios e 15,4% nos roubos), no primeiro trimestre deste ano, comparando aos três primeiros meses do ano passado, o aumento das mortes em 2010 já atinge o patamar de 22,6%. De janeiro a março, houve 216 assassinatos no capital, contra 177 no mesmo período em 2009.

Segundo o coronel Cícero, a polícia está se organizando, principalmente as delegacias de homicídios e antidrogas, para criar equipes de combate. A PM, segundo ele, criou três grupos especializados de patrulhamento em áreas de risco (Gepar). “Já fizemos, de maneira integrada, a prisão de 18 autores contumazes de homicídios e, em abril, já tivemos redução significativa das mortes”, disse. “Trabalhamos com o monitoramento da criminalidade, qualificação das informações, quem são as pessoas que estão agindo, onde e hora os crimes estão ocorrendo para pôr nossas equipes para prendê-las.”

O coordenador do Núcleo de Estudos de Segurança Pública da FJP, Eduardo Batitucci, responsável pela pesquisa de 2009, disse que em cada cidade o crime tem uma característica . “Eventualmente, teremos aumento da violência em cidades específicas, como ocorreu em BH no início do ano, Uberaba e Uberlândia. Mas a tendência genérica é de queda, como já vem sendo observada há muito tempo”, explicou.

TAXA MENOR A média mensal de assassinatos em BH para cada grupo de 100 mil habitantes passou de 2,76 casos em 2008 para 2,41 em 2009. Na região metropolitana, o índice passou de 2,97 ocorrências para 2,6 no mesmo período. Betim teve redução expressiva de 19,3% na taxa média mensal de homicídios. As mortes em Contagem diminuíram 20%, passando de 3,03 ocorrências para 2,42 para cada grupo de 100 mil pessoas.

Mas duas cidades da Grande BH não tiveram a mesma sorte. Em Sabará, o número de homicídios saltou de 43 em 2008 para 61 em 2009, variação de 40,8%. A taxa média mensal saltou de 2,85 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes para 4,01. Santa Luzia teve 81 homicídios em 2008, contra 93 no ano passado, crescimento de 13%.Entre os municípios com mais de 250 mil habitantes, Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, registrou queda de 26,9% nos crimes violentos, mas, em se tratando de homicídios, aumentou 0,6%. No entanto, os roubos caíram 31,4%. Juiz de Fora, na Zona da Mata, comemora queda de 19,7% nos crimes violentos: 4,3% nos homicídios e 22,8% nos roubos e furtos. Em Montes Claros, no Norte de Minas, os homicídios caíram 35,9%.A pesquisa da FJP avaliou também o sistema prisional mineiro, apontando que o número de vagas aumentou 520% de 2004 para 2009, chegando a 34,5 mil. O déficit de 17,6 mil vagas em 2004 caiu para 12,3 mil. O número de presos, que era de 23 mil em 2004, passou para 46,9 mil no ano passado, crescimento de 100%.


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