Estradas federais em Minas precisam de R$ 22 bilhões
Estudo do Ipea aponta que Estado tem demanda de 64 obras como construção e duplicação
Minas Gerais precisaria de um investimento de R$ 22,6 bilhões para resolver todos os problemas atuais ligados às estradas federais no Estado, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Detentora da maior malha viária do país, com pouco mais de 11.000 quilômetros só de BRs, Minas, pelos cálculos do Ipea, necessita da construção de 21 novos trechos rodoviários federais – orçados em R$ 3 bilhões -, 42 intervenções de adequação, recuperação e duplicação de vias (R$ 19,6 bilhões) e a construção de um viaduto, de R$ 26 milhões.
Em todo o país, conforme o Ipea, a solução das BRs custaria R$ 183,5 bilhões. A maior parte dos gastos – R$ 144,1 bilhões – teria de ser destinada à recuperação e duplicação das estradas. O estudo ainda aponta um descompasso entre as demandas levantadas pelo próprio instituto e os investimentos do Programa de Aceleração (PAC) do governo federal previstos para até o final deste ano.
De acordo com o coordenador de infraestrutura econômica do Ipea, Carlos Campos, a verba de R$ 23,8 bilhões anunciada para as rodovias federais na primeira fase do PAC corresponde a apenas 13% das necessidades das rodovias em todo o país. “E pelos dados obtidos no levantamento, 70% das obras estão atrasadas em relação ao cronograma inicial. Só 30% estão dentro do prazo”, observou.
Para Minas, o PAC prevê investimentos de aproximadamente R$ 10,5 bilhões em 33 ações referentes às BRs, este ano. É menos que a metade do necessário, pelas contas do Ipea. No entanto, além de ter concluído apenas oito obras no setor até fevereiro deste ano, com um investimento de R$ 370 milhões, as intervenções do PAC diferem das prioridades eleitas pelo estudo do Ipea.
Enquanto o instituto considera urgentes 64 obras de melhoria direta nas condições da via ou na construção de trechos e pontes, o programa do governo federal separa parte da verba para melhorias indiretas. Fazem parte da contabilidade do PAC gastos em projetos, sinalização, instalação de balanças para pesagem de caminhões e controles de velocidade nas BRs em Minas.
Duplicação
Obras. O Dnit contratou as empresas para a elaboração de projetos executivos da duplicação da BR-381 (entre BH e Governador Valadares). As obras foram orçadas em R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões.
Demora
Obras na BR–381 ficam para 2011
Apesar do clamor público pela duplicação da BR–381 (trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares), as obras na rodovia só deverão sair do papel no ano que vem. O maior problema da rodovia é o traçado – são mais de 200 curvas. “As condições do asfalto e da sinalização são boas. Estamos dependendo do projeto executivo para iniciarmos as obras”, justificou o chefe do serviço de Engenharia do Dnit em Minas, Álvaro Campos de Carvalho.
Para o engenheiro especialista em estradas e transportes, David Magalhães, as rodovias de Minas são as piores da região Sudeste, principalmente em comparação com as do Rio e São Paulo. “Os problemas das BRs 381, 040 e 262 já deveriam ter sido corrigidos”.
Para a segunda fase do PAC, com previsão de investimentos entre 2011 e 2014, o governo federal anunciou 28 obras em estradas em Minas. Entre elas estão a construção e pavimentação da BR–364, no Triângulo Mineiro, e a adequação da BR–381. (MR)
Recursos aumentam
Apesar da demanda superior a R$ 150 bilhões, os investimentos públicos no setor aumentaram 290%, entre 1999 e 2008. O levantamento do instituto faz parte da série “Eixos do Desenvolvimento Brasileiro” e se baseou em dados da Confederação Nacional do Transporte, da Agência Nacional de Transporte Terrestre e do Plano Nacional de Logística e Transporte, do Ministério dos Transportes, além de números do PAC.
Fonte: Murilo Rocha – O Tempo
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