28 de outubro de 2010

O melhor para Minas: Aécio Neves e Anastasia convocam eleitores a refletir pela qualidade de gestão de Serra


Aécio e Anastasia vão às ruas

Otimismo. Senador e governador dizem não crer nas pesquisas e acham que Serra chega à Presidência
Lideranças mineiras fazem carreata para incentivar eleitores da Grande BH
O senador eleito Aécio Neves e o governador reeleito Antonio Anastasia participaram ontem de uma grande mobilização na região metropolitana de Belo Horizonte em apoio ao candidato José Serra (PSDB). Ao lado dos deputados federais Eduardo Azeredo e Dinis Pinheiro, e do deputado estadual Toninho Pinheiro, ressaltaram a importância da vitória de Serra para Minas.
De acordo com Aécio, o eleitor não deve votar seguindo as pesquisas, pois as mesmas mostraram erros anteriores. “Se fosse para ir no resultado das pesquisas, a candidata do PT estaria eleita no primeiro turno. Tenho observado pelos locais que passo que grande parte da população apoia Serra. As pesquisas nessas eleições erraram muito, acho que até os institutos de pesquisa fora do calor eleitoral devem algumas explicações aos brasileiros. Então, é hora de preocuparmos mais com nosso trabalho, com a apresentação das nossas propostas, do que com análise de institutos de pesquisa”, avalia o senador eleito.
Ainda segundo o tucano, a vitória do PSDB é fundamental para Minas Gerais. “Temos uma grande oportunidade para o Brasil e para Minas Gerais de ter o José Serra presidente da República. O Serra tem compromissos claros com o governador Anastasia e haverá uma sintonia entre ambos”, explica.
O senador acredita ainda que o eleitor esteja votando de forma madura e analisando os candidatos pela sua capacidade e não somente pelo partido que representa. “Acho que era importante encerrar esse ciclo e iniciarmos um outro, onde os governos sejam constituídos pela meritocracia, pela qualidade dos gestores, pelo conhecimento de cada uma das áreas de governo e não apenas pela filiação partidária”, opina.
O governador Antonio Anastasia também está otimista com relação ao resultado das eleições e reafirma a necessidade de apoio federal para o fortalecimento de Minas Gerais. “Vencemos a eleição do governo do Estado com grande aprovação e, além de agradecer a confiança dos mineiros, quero pedir para que os eleitores votem em José Serra. Tenho certeza de que essa é a decisão certa e a que mais favorecerá não só Minas Gerais, mas todo o país”, disse.
Na reta final da campanha, Aécio e Anastasia têm intensificado as ações de apoio a Serra. Os dois estarão hoje em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e Montes Claros, no Norte de Minas, em carreatas de apoio ao candidato tucano.
Maratona
Minas. O candidato tucano à Presidência, José Serra vem hoje a Minas e visita Montes Claros, no Norte do Estado, e Uberlândia, no Triãngulo. Volta a Minas, no dia 30, para encerrar a campanha nacional.
Internacional
“Financial” prefere tucano
São Paulo. Depois da revista “The Economist”, ontem foi a vez de o “Financial Times” declarar em editorial que o presidenciável do PSDB, José Serra, “é a melhor opção para o Brasil”. As duas publicações britânicas mostram apoio à alternância no poder, após oito anos de governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de ver poucas diferenças entre o tucano e a petista Dilma Rousseff, o FT argumenta a favor de uma interrupção da “relação com o poder”. Em artigo da última edição, a “The Economist” também diz que, depois de dois mandatos do PT, “o Brasil poderia se beneficiar de uma mudança”.
As duas publicações britânicas fazem avaliação similar dos candidatos. Ambas acreditam que Dilma e Serra guardam semelhanças pelo fato de serem social-democratas com pouco charme. “Os dois têm sido comparados a Gordon Brown, só que sem carisma”, escreve o FT, referindo-se ao ex-primeiro-ministro britânico. A Economist e o FT dizem que Serra agiria rápido para conter os gastos públicos, o que permitiria a redução das taxas de juros .
Candidato diz que PT pressionou SBT
Debate. O candidato José Serra (PSDB), criticou a rival Dilma Rousseff (PT) por não ter comparecido ao debate que seria realizado pelo SBT Nordeste.
Pressão. Serra acusou a campanha petista de ter pressionado a emissora SBT para não fazer uma entrevista exclusiva com o tucano.
Críticas
“O nosso eleitor está com medo do PT, ele está escondido e oprimido. Afinal, não se pode votar contra o PT, né?”
Nárcio Rodrigues
Presidente do PSDB-MG
“Os institutos devem algumas explicações aos brasileiros”.
“Se dependesse do Datafolha, não teríamos vencido a eleição em Minas Gerais”.
Aécio Neves, Senador eleito
Serra
“Lula passou dos limites”
RECIFE. O candidato tucano à Presidência da República, José Serra, criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição e disse que neste segundo turno ele “passou dos limites”. Reiterou que Lula deixou de governar e “ficou todo jogado para eleger Dilma”, como se fosse uma questão de poder pessoal. Destacou que ninguém consegue governar de fora e que se a petista for eleita, “vai ficar tudo na mão dela”. “Não há no mundo nem na história do Brasil um exemplo desse tipo que tenha funcionado, um presidente largar o governo para eleger o sucessor e ficar governando na sombra”.
O tucano voltou a acusar o PT de fazer uma campanha baseada em mentiras contra ele e afirmou que Lula não diz a verdade ao afirmar que Serra não dará continuidade ao que o presidente fez no governo federal. Para Serra, a fala do presidente tem “motivos puramente eleitorais”, dentro “dessa cisma que tem que ganhar de qualquer maneira”. “Ele sabe que vou continuar”, disse. O tucano afirmou não serem promessas de campanha, mas “anúncio”, o aumento do mínimo para R$ 600 e o 13º salário do Bolsa Família.
Institutos
Números. José Serra também falou de pesquisas ontem. Disse que acredita em empate técnico e criticou a atuação dos institutos. “Pesquisa é furada e isso no futuro vai ter de ser examinado”.


Fonte: O Tempo – Letícia Murta

26 de outubro de 2010

Aécio Neves se reúne com lideranças baianas em apoio à candidatura de José Serra


O ex-governador de Minas Gerais e senador eleito, Aécio Neves, se reúne, nesta terça-feira, dia 26, em Salvador (BA), com lideranças políticas de diferentes partidos em apoio à candidatura de José Serra à Presidência da República. O encontro será realizado no Hotel Fiesta, na Pituba, onde Aécio Neves concederá entrevista coletiva.
Em seguida, Aécio Neves se deslocará para Feira de Santana, município localizado a 120 km da capital baiana, onde fará grande carreata nas ruas do Centro.

Evento: Encontro com lideranças políticas e entrevista
Local: Hotel Fiesta (Av. Antonio Carlos Magalhães, 711- Pituba)
Horário: 11 horas
Data: 26-10-10

Evento: Carreata e caminhada em Feira de Santana
Local: Centro (Chegada do governador no Estádio Jóia da Princesa – Saída da carreata no final da Av. Getúlio Vargas)
Horário: 15 horas
Data: 26-10-10

PSDB vê Aécio Neves como peça fundamental para ajudar Serra a arrancar na reta final da campanha



PSDB dispara 5 milhões de ligações de Aécio

Telemensagens com a voz do ex-governador desde ontem pedem voto no presidenciável José Serra em Minas

Objetivo da campanha é atingir um quinto do eleitorado mineiro, que o elegeu o senador mais bem votado do Estado
Como última ofensiva para conquistar eleitores em Minas Gerais, uma gravação com a voz do senador eleito Aécio Neves (PSDB) pede, desde ontem, votos para o candidato tucano José Serra.
O objetivo da campanha é explorar o capital político do ex-governador no Estado e atingir 5 milhões de pessoas nos próximos dias.
O número é expressivo. Trata-se de um quinto do eleitorado local, que elegeu Aécio para uma vaga do Senado com 39,47% dos votos.
As telemensagens fazem parte de um derradeiro esforço da campanha nacional tucana para atrair votos no segundo maior colégio eleitoral do país.
FOCO MINEIRO
Por seu tamanho, o Estado de Minas Gerais é apontado como o fiel da balança das eleições. Tradicionalmente, quem vence lá acaba deixando as urnas eleito presidente da República.
Não por acaso, Serra e sua adversária do PT, Dilma Rousseff, transformaram o Estado em uma das trincheiras mais cobiçadas desta campanha.
Enquanto o primeiro conta com o apoio de Aécio- escolhido senador após dois mandatos no Palácio da Liberdade, a segunda exibe ao seu lado o presidente Lula, igualmente bem avaliado pela população mineira.
José Serra ainda não bateu o martelo, mas deve visitar Minas mais uma vez antes do segundo turno, no dia 31.
Dilma encerrará sua campanha em Belo Horizonte, no sábado, véspera da votação.
Apesar de ter nascido na capital, esse vínculo não lhe rendeu a vitória no primeiro turno. Foi Marina Silva, do PV, quem levou a maioria dos votos por lá. Serra acabou em terceiro lugar.
Hoje, as pesquisas internas do PSDB dão conta de que, em terras mineiras, o tucano está à frente por uma curta vantagem. As do PT, ao contrário, mostram liderança de sua candidata um pouco acima da margem de erro.
DIFERENÇA
Nas palavras de um tucano, Aécio pode fazer a diferença e definir o jogo mineiro. O ex-governador rodou o Brasil nos últimos dias em favor do aliado, mas integrantes da campanha pedem que, a partir de agora, ele não tire os pés do Estado.
Segundo a Folha apurou, o comando da campanha oposicionista está contente com o desempenho do aliado neste segundo turno, ao contrário das críticas do primeiro de que não se engajava.
Além das telemensagens com sua assinatura de voz- estratégia já empreendida no Paraná por Beto Richa, eleito governador do Estado, por exemplo-
Aécio apareceu em diversos programas de TV. Há quem defenda que ele substitua Serra nas inserções do horário eleitoral gratuito.
Nas contas do tucanato, só Minas pode neutralizar os votos do Nordeste, região que deu à Dilma no último Datafolha uma liderança com 65% dos votos, contra 28% dados a José Serra.

Fonte: Natuza Nery – Folha de S. Paulo

25 de outubro de 2010

Aécio, Anastasia, Itamar e Serra participam de caminhada no Rio de Janeiro



O governador de Minas reeleito, Antonio Anastasia, e os senadores eleitos, Aécio Neves e Itamar Franco, participaram, na manhã deste domingo, dia 24, no Rio de Janeiro, da Caminhada pela Democracia, realizada pela orla de Copacabana em apoio à candidatura de José Serra à Presidência da República. Organizado pelo candidato a vice-presidente e deputado federal Índio da Costa, o ato pediu paz e civilidade na política em favor da democracia brasileira.
Uma grande multidão se formou ao longo da praia de Copacabana para acompanhar o ato em apoio a José Serra. A caminhada contou com a presença de lideranças políticas nacionais como os governadores eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, o governador eleito do Paraná, Beto Richa, o deputado federal Fernando Gabeira (PV), além de artistas e centenas de eleitores cariocas.
Durante o trajeto, Aécio, Anastasia e Itamar discursaram para o público e convocaram os eleitores brasileiros a apoiar José Serra na reta final das eleições presidenciais.
Ainda esta semana, Aécio Neves tem agenda de campanha em Salvador (BA), onde participará de encontro com lideranças políticas em apoio a José Serra. Em Minas, o governador reeleito Antonio Anastasia apresentará as propostas de Serra aos eleitores de Varginha, no Sul de Minas, e em Divinópolis, no Centro-Oeste. Na quinta-feira, José Serra retornará a Minas Gerais em dois eventos de campanha em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e Montes Claros, Norte de Minas.


21 de outubro de 2010

Movimento Pró Serra: Anastasia, Aécio e Itamar Franco iniciam em Juiz de Fora caminhada pela vitória



Os senadores eleitos Aécio Neves e Itamar Franco e o governador de Minas, Antonio Anastasia, iniciaram, nesta quinta-feira, dia 20, em Juiz de Fora, a agenda de encontros com prefeitos e lideranças municipais em favor da eleição de José Serra no segundo turno das eleições presidenciais. Recebidos por cerca de 100 prefeitos das regiões da Zona da Mata e Campo das Vertentes, e por centenas de pessoas que lotaram o auditório do Teatro Pró-Música, Aécio, Anastasia e Itamar convocaram os mineiros a uma grande mobilização pela vitória de Serra em 31 outubro.
Serra assumiu compromissos claros e objetivos com Minas e com o fortalecimento dos municípios. Estarei andando por Minas, e por outras partes do país, para dizer que o melhor para Minas Gerais é a eleição de José Serra. Devemos refletir sobre a importância do que está em jogo. A vitória de Serra será o melhor para o Brasil como o melhor para Minas foi a vitória de Anastasia”, disse o ex-governador Aécio Neves, eleito senador com 7.565 milhões de votos.
Em seu discurso aos prefeitos e lideranças, Aécio Neves agradeceu aos mineiros a votação maciça que recebeu em 3 de outubro e destacou a importância do apoio que recebeu, em 2002, do então governador de Minas Itamar Franco. Ele lembrou ter iniciado à época sua campanha pela Zona da Mata, região que também deu a Anastasia ampla frente de votos.
“Iniciei minha caminhada, em 2002, por Juiz de Fora, com o apoio fundamental de Itamar. Vencemos aqui novamente com Anastasia e, agora, recomeçamos por esta terra uma nova caminhada pela eleição de José Serra. Vamos somar esforços. Esta é a minha turma: Anastasia, Itamar e José Serra, e, nos próximos quatro anos, vamos honrar cada voto que recebemos aqui ”, discursou Aécio Neves, aplaudido pelo público presente.
Nova virada histórica em Minas O governador Antonio Anastasia convocou prefeitos e lideranças mineiras a realizarem uma ampla mobilização em favor do candidato José Serra. Anastasia agradeceu a eles e aos eleitores a grande votação que obteve em 3 de outubro e afirmou que a virada que o levou à vitória nas urnas também ocorrerá em favor de Serra. O governador reeleito lembrou que iniciou a disputa em Minas com menos de 20% das intenções de votos e, ao final, os eleitores deram a ele três milhões de votos à frente de seu adversário.
“Vivemos em Minas uma virada histórica e em política nada se faz sozinho. Vencemos as eleições em Minas por causa da união de muitas forças. Fizemos uma campanha da verdade, sem falsas promessas, sem mentiras, sem criar ilusões. Vencemos com as mãos limpas. E vamos trabalhar dobrado para vencer novamente e fazer de José Serra o presidente do Brasil”, afirmou Anastasia em seu discurso.
O ex-presidente e senador eleito Itamar Franco convocou os mineiros ao bom combate em favor da candidatura de José Serra. “Quando o eleitor mineiro começa a gostar de um candidato, por sua sinceridade, pelo seu olhar, por sua simplicidade, é porque vamos estar muito felizes com ele. Chegou a hora do combate mais difícil. Chegou a hora do bom combate, do combate que a história nos ensina”, afirmou o ex-presidente.
No encontro em Juiz de Fora, Itamar agradeceu publicamente o apoio recebido por Aécio Neves e Antonio Anastasia à sua candidatura ao Senado. “Nossa caminhada era muito difícil, encontramos muitas pedras, mas ficou mais fácil com o apoio de Aécio e de Anastasia”, disse o ex-presidente.
Caminhada por Minas e pelo Brasil Ao lado de José Serra, Aécio Neves participa nesta tarde, no Rio de Janeiro, de um encontro com lideranças políticas. Amanhã, quinta-feira, o senador eleito estará em Goiânia, onde realiza novo ato em apoio a Serra. Na sexta-feira, Aécio Neves reunirá lideranças e apoiadores do candidato a presidente em Teresina, no Piauí, e em Santarém, no Pará. No sábado, o ex-governador participará de um encontro em Maceió, Alagoas. Ao lado de Serra, Aécio participará, no domingo, de uma caminhada no Rio de Janeiro.
Em Minas, o governador Anastasia fará uma série de encontros com lideranças políticas regionais. Na sexta-feira, estará em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, e nos municípios de Governador Valadares, Vale do Rio Doce, e Ipatinga, no Vale do Aço. Na terça-feira, Anastasia irá a Varginha, no Sul de Minas, e Divinópolis, no Centro-Oeste.

Heraldo Pereira diz que não se pode acreditar que Aécio e PSDB façam par...

20 de outubro de 2010

Aécio Neves lidera campanha pelo país em favor de José Serra, sete estados serão visitados




Aécio põe o pé na estrada

Ex-governador vai pedir votos para Serra e para tucanos nos estados

O candidato a presidente da República José Serra (PSDB) ganha a partir de amanhã um reforço na campanha pelo país: a presença do senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) em eventos marcados para sete estados – Goiás, Pará, Piauí, Alagoas, Mato Grosso, Bahia e Rio de Janeiro. Nos quatro primeiros, o tucano participa também de atos com os candidatos tucanos a governador, que disputam o segundo turno das eleições. A primeira agenda será amanhã, no Rio de Janeiro, de caráter nacional, com figuras da sociedade civil, movimentos e setores que apoiam a candidatura de Serra.
Os eventos não terão necessariamente a presença de Serra, e os estados foram escolhidos pelo próprio presidenciável. “Nos estados em que o PSDB disputa o segundo turno para governador o desafio será duplo: pedir votos para o Serra e para a eleição desses governadores, que será fundamental para o PSDB”, afirmou o deputado federal Rodrigo de Castro, secretário-geral do PSDB nacional e coordenador da campanha do tucano em Minas Gerais. No primeiro turno, o PSDB venceu em quatro estados: Minas Gerais (Antonio Anastasia), São Paulo (Geraldo Alckmin), Paraná (Beto Richa) e Tocantins (Siqueira Campos).
Na sexta-feira, já está confirmada a ida de Aécio a Teresina, onde o senador eleito tentará reforçar a campanha de Silvio Mendes (PSDB) ao governo. O ato político reunirá prefeitos e lideranças. A capital do Piauí é considerada reduto dos tucanos, mas deu vitória apertada tanto para Serra quanto para Sílvio no primeiro turno. No estado, Serra recebeu cerca de 340 mil votos (20% dos válidos), bem menos que Dilma Rousseff (PT), votada por mais de 1 milhão de piauienses (67% dos votos válidos).
A missão de Aécio Neves na Bahia também não será fácil. José Serra recebeu o voto de 20,98% dos baianos que foram às urnas, três vezes menos que Dilma Rousseff, votada por 62,62%. No Mato Grosso, o tucano até venceu no primeiro turno, mas por uma diferença muito pequena: 44,16% a 42,94%. “São estados emblemáticos das regiões Nordeste e Centro-Oeste e onde tivemos algumas dificuldades. Vamos buscar eleitores que tendemos a ter”, argumentou Rodrigo de Castro. (IS)

Fonte: Rodrigo Lima – Estado de Minas

18 de outubro de 2010

Petistas não se entendem e divergem na contra a ofensiva tucana liderada por Aécio Neves




Petistas divergem sobre campanha de Dilma em Minas

Na linha de frente da resistência dos aliados da candidata presidencial Dilma Rousseff (PT) contra a ofensiva tucana liderada pelo senador eleito Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, os prefeitos das grandes cidades do PT e do PSB tentavam chegar a um consenso sobre o que fazer e entender o que ocorreu no primeiro turno quando se reuniram para jantar em uma churrascaria na última quinta-feira, junto com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e o coordenador político do governo, ministro Alexandre Padilha.
O único consenso é que o voto evangélico foi crucial para Marina Silva (PV) ter ficado em segundo lugar na região metropolitana de Belo Horizonte no primeiro turno e que as dificuldades de trazer este voto para Dilma são grandes. Há dúvidas sobre a eficácia da comparação entre Lula e Fernando Henrique no horário eleitoral gratuito. “Este tipo de propaganda não atinge as faixas mais jovens do eleitorado. A memória do que foi o governo Fernando Henrique já se perdeu”, comentou a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT).
Para Wallace Ventura (PSB), prefeito de Ribeirão das Neves, a cidade mais pobre do entorno de Belo Horizonte, “o que precisamos é que a Dilma coloque um pastor e um padre todo dia, ou quase todo dia, no horário eleitoral. Não basta ela assumir compromissos. É preciso aparecer um avalista”. Mas a hipótese de abrir ainda mais espaço na campanha da candidata ao meio religioso é vista com receio pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). “Cheguei a ouvir pessoas que sugeriram que a Dilma fique com uma bíblia na mesa, dizendo que vai governar seguindo as escrituras. Este seria um caminho muito perigoso”, comentou.
Todos os prefeitos apoiadores de Dilma nas grandes cidades realizaram reuniões com lideranças evangélicas e com a Igreja Católica logo após o primeiro turno. “A resistência a ela é muito grande. Muito maior do que se pensava”, disse Ventura.
A campanha de Dilma em Minas recebeu tratamento prioritário do comando da campanha da candidata no primeiro turno em função do próprio resultado local. Todos os candidatos majoritários da aliança entre PT e PMDB foram batidos, deixando sem mandato em 2011 o senador Hélio Costa (PMDB-MG), o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias (PT) e o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel (PT).
A aliança entre PT e PMDB em torno de Costa foi imposta pelo Planalto, o que acirrou o clima de divisão interna e de torça de acusações. Uma semana antes da eleição, Patrus já responsabilizava Pimentel por um resultado adverso em Belo Horizonte. Na visão de aliados de Pimentel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu em Minas Gerais o maior erro tático da campanha de Dilma, já que a aliança não funcionou e retirou a possibilidade de um segundo turno para governador em Minas Gerais, o que poderia tolher os movimentos de Aécio Neves. Durante o jantar de quinta-feira, as sequela do primeiro turno permaneciam visíveis. Pemedebistas e petistas aliados de Patrus e de Pimentel sentavam em mesas bem distantes entre si. Já Aécio procura atrair prefeitos que são simultaneamente da sua base de apoio e da base de Dilma para o apoio a José Serra.
O tucano reuniu centenas de prefeitos em um evento com Serra também na quinta-feira e planeja outro encontro na próxima semana de Serra e prefeitos em Montes Claros, cidade do norte do Estado governada pelo PMDB, já dentro da área do Semi-Árido. A ideia de aliados de Dilma, discutida durante a carreata sábado da candidata com o presidente que atravessou toda a região central de Belo Horizonte, é organizar um encontro de Dilma com prefeitos no mesmo dia do ato tucano.
Na carreata de sábado, Dilma e Lula reuniram cerca de quatro mil pessoas no ponto de encerramento, a Praça 7, marco zero da cidade. Também participou do ato o vice-presidente José Alencar (PRB), que não esteve presente na campanha da candidata no primeiro turno em Minas Gerais.

Fonte: César Felício – Valor Econômico

Aécio Neves: “Ideia é mostrar que Serra somos todos nós”, afirma em entrevista a O Globo



Depois de conquistar no primeiro turno a maior vitória da oposição nesta eleição – garantiu a própria eleição e a do ex-presidente Itamar Franco (PPS) para o Senado, além da reeleição do governador Antonio Anastasia (PSDB) -, o tucano Aécio Neves se transforma, no segundo turno, no principal cabo eleitoral do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Esta semana, atendendo a um pedido de Serra, deixará os limites de Minas Gerais e começará um roteiro de viagens por Goiás, Mato Grosso, Pará, Piauí, Alagoas e Bahia.
Aécio considera que o segundo turno da disputa presidencial deixa um ensinamento especial para o PT e os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, que se deixaram levar, afirma ele, pela soberba e por acreditarem que a popularidade do presidente Lula seria suficiente para garantir a vitória à petista.
Aécio diz que Serra está aberto a sugestões e que as chances de vitória são boas, mas alerta que a eleição ainda não está decidida. Numa referência indireta à dificuldade atribuída a Serra de dividir o poder, Aécio diz que teve longas conversas com ele nos últimos dias: – Tenho percebido que ele quer governar com um grupo político.
Afirma também que não vê dificuldades para que Serra, se eleito, construa maioria no Congresso, e já faz elogios ao PMDB. Por fim, garante que não existe por trás do seu empenho qualquer acordo com Serra para que ele não dispute, se ganhar agora, a reeleição em 2014.
O GLOBO: Como pretende ajudar Serra neste segundo turno?
AÉCIO NEVES: Estou fechando uma agenda de viagens a partir desta semana. Estou indo, a pedido do Serra, para Goiás, Pará, Piauí, Alagoas e Bahia. Também devo ir a Cuiabá. Combinei de fazer com o Beto (Richa) um evento no Paraná. E ele também ficou de vir a Minas. A ideia é mostrar que a gente tem um time, que Serra não está sozinho.
A princípio, essas viagens serão sem o Serra. Em Minas, vamos fazer mais cinco eventos regionais, sendo um com Serra, em Montes Claros.
O senhor vai participar de todos esses eventos?
Aécio: Vou me dividir com o Anastasia. Naqueles em que o Serra não vier e eu estiver, quero fazer dobradinha com o Beto e o Geraldo (Alckmin). Vou estar por conta nesses próximos 15 dias. Propus um grande ato no dia 24 na orla do Rio, de caráter nacional, com figuras da sociedade civil, movimentos e setores que apoiam sua candidatura.
O que levou a disputa presidencial para o segundo turno? O presidente Lula errou na mão na campanha da Dilma?
Aécio: Não me refiro apenas ao presidente. A campanha da Dilma sempre foi permeada por certa soberba do seu entorno.
Lideranças que, talvez até por inexperiência política, achavam que osindicadores de pesquisa já garantiriam a eternidade no poder. Desconectaram de alguma forma a Dilma do sentimento do país. Transferiram para o presidente, que tem enorme popularidade e capacidade de transferência de votos, quase que a responsabilidade exclusiva pela eleição da Dilma. A transferência de votos existe, mas é relativa, não absoluta. O PT se fiou muito nisso. Não se preocupou em permitir que a candidata se mostrasse com mais naturalidade.
Essa é uma das razões da ida para o segundo turno.
Agora o clima mudou para a oposição?
Aécio: Assim como no primeiro turno, acho que não será fácil para nenhum dos lados.
Esta é uma eleição que está longe de estar definida.
Sempre achamos que a eleição tinha, sim, uma possibilidade de ir para o segundo turno.
Mas, independentemente do resultado final, que espero que dê a vitória para o Serra, o segundo turno foi muito bom para a democracia brasileira.
Porque baixa um pouco a bola daqueles que se reuniam não para traçar estratégias de campanha ou discutir as propostas da Dilma, mas para dividir espaços do governo.
A campanha de Serra, muito criticada antes, melhorou?
Aécio: Nenhum cidadão gosta de olhar para um candidato e ver uma figura isolada, autossuficiente e com viés autoritário. O Serra, que teve no início uma campanha muito fechada, veio abrindo e ampliando suas consultas.
Em determinado momento, tivemos uma dificuldade grande para apresentar sugestões e discutir rumos. Da segunda metade do primeiro turno para o final, a campanha se abriu um pouco mais.
Essa abertura do Serra facilita a campanha?
Aécio: Essa é, sem dúvida, uma das razões do êxito. Ninguém ganha uma eleição e muito menos governa uma nação solitariamente. Digo sempre que política é a arte da solidariedade.
E o Serra começa a demonstrar para as pessoas e cidadãos que tem um time político, que tem cara boa, que tem a cara do Geraldo, do Beto, do Itamar Franco, do Anastasia e de várias outras figuras.
Daí a ideia do seu empenho também fora de Minas..
Aécio: Fará bem à campanha do Serra que se dê visibilidade ao time com o qual ele governará.
O Serra disse, e concordo, que não temos de nos envergonhar de ninguém que esteja ao nosso lado. O outro lado talvez tenha a preocupação de esconder alguns deles. Quanto mais mostrar quem são as pessoas que vão governar com ele, mais se quebra as resistências. A ideia é mostrar que o Serra somos todos nós. Não é apenas o José Serra, ex-governador de São Paulo, mas um grupo político que acredita na meritocracia, que tem experiências administrativas exitosas em várias regiões do Brasil, compromissos com valores éticos, morais. Enfim, é mais do que um nome.
“Eu e nem mesmo o Serra nunca deixamos de ter laços com o PMDB”
Aqueles que queriam vê-lo candidato à Presidência este ano acham que uma vitória de Serra agora inviabilizará sua candidatura também em 2014.
Há algum acordo entre o senhor e Serra para que ele não dispute a reeleição, caso eleito, e apoie seu nome?
Aécio: Só quem não me conhece acharia que eu vou colocar um projeto meu, individual, à frente de um projeto do país. Apresentei no ano passado uma proposta de candidatura e a levei até onde achei que era possível. Quando percebi que poderia levar a uma cisão no partido, fiz minha opção, sem qualquer rancor. E fiz o que disse que faria, me dediquei à vitória do Anastasia.
Por que não aceitou ser vice de Serra?
Aécio: Declinei por achar que comprometeria a continuidade de um projeto exitoso em Minas.
Sigo muito a máxima do meu velho avô Tancredo Neves, que dizia que Presidência é destino, não é projeto. Eu me sentirei extremamente feliz de estar participando de um projeto de Brasil capitaneado por Serra. Tive pelo menos três conversas longas com Serra nos últimos dez dias e tenho percebido que ele quer governar com um grupo político
Como conquistar os votos dos eleitores da Marina?
Aécio: O PV em Minas já anunciou o apoio a Serra, assim como o PP. Além disso, há um movimento que é da sociedade, de pessoas que estão com receio do que possa significar o governo da Dilma com a influência que o PT autoritário e anti-democrático teria. Essa volúpia de alguns aliados por cargos. Quando uma aliança política é feita sem qualquer amálgama de projetos, sem qualquer identidade programática, ela se dá exclusivamente pela ocupação de cargos. Por isso é que vejo um pouco solta essa aliança em torno da Dilma.
O Congresso eleito não daria maioria a um eventual governo Serra. Isso preocupa?
Aécio: Vai depender muito da capacidade dele (Serra) e de seus aliados. Maioria se constrói em torno de um programa, um projeto. Obviamente que eu estarei à disposição dele para isso.
Teremos de ter conversas com várias forças políticas que estão do outro lado. Especialmente com o PMDB. Eu repito que o PMDB é um partido vital para governabilidade. Eu e nem mesmo o Serra nunca deixamos de ter alguns laços com o PMDB. E se vencermos as eleições, devemos chamá-los para uma conversa em torno dos interesses do país, assim como outros partidos que estão na base do governo atual.
Qual o principal desafio de Serra, se eleito?
Aécio: Apresentar ao país, nos primeiros 30 dias de governo, uma agenda de reformas.
Reformas só se realizam no primeiro ano de governo, quando há capital político.
Não se faz reforma constitucional no Brasil sem que o governo federal esteja engajado.
É preciso que o presidente tenha disposição, coragem política para fazer reformas por mais que possam contrariar interesses. E faltou isso neste governo.
Depois de oito anos no poder, o PT está maduro para voltar para a oposição?
Aécio: A oposição fará muito bem ao PT. Ao PT que nasceu como um partido de massas, representante da classe trabalhadora, com valores éticos, que nos fez a todos, até seus adversários, respeitá-los. Aqueles que ainda acreditam neste PT, talvez até prefiram que o partido faça essa reciclagem na oposição. O exercício do poder pode ter feito bem à vida de alguns petistas, mas não fez muito bem à história do PT. O Brasil precisa de um partido como o PT e eu espero que ele na oposição possa se reciclar. O que me chama a atenção é a falta de generosidade do PT de reconhecer que o Brasil não foi descoberto por eles. Eles têm uma dificuldade quase física de verbalizar isso, de reconhecer em outros algum mérito. Eu, por exemplo, reconheço méritos do governo do presidente Lula, mas esses resultados foram atingidos porque, antes, tivemos os governos do Itamar Franco e do Fernando Henrique Cardoso.

Fonte: Adriana Vasconcelos – O Globo

Estadão: “É importante o Serra agora mostrar ao Brasil que ele é um time político”, disse Aécio Neves



”Serra não vai governar sozinho”

Com viagens já marcadas para sete Estados, Aécio entra firme na campanha e diz que ela ”será dura, até o final”

Estrategista político central da campanha do segundo turno de José Serra (PSDB) à Presidência, o senador Aécio Neves afirma que subestimam a inteligência tucana aqueles que acham que por trás de seu real empenho na causa está o compromisso de que os paulistas não serão novamente obstáculo para as pretensões mineiras em 2014.
Para Aécio, ‘é importante o Serra mostrar ao Brasil que ele é um time político’
Para o ex-governador mineiro, Serra tem possibilidade real de vencer, sobretudo porque, no segundo turno, incorporou a tese de que representa um projeto político coletivo. Aécio começa inclusive a traçar uma missão para o Senado caso Serra vença: ajudá-lo a formar uma maioria no Congresso.
“É importante o Serra agora mostrar ao Brasil que ele é um time político”, disse Aécio ao Estado numa conversa telefônica, após ter organizado, na capital mineira, um ato de adesão de aproximadamente 400 prefeitos à candidatura de Serra. Em sua visão, essa é a aposta feita pelas principais lideranças do PSDB que saíram vitoriosas nas urnas no primeiro turno e agora estão engajadas na campanha de Serra. “Vamos mostrar que ele não vai governar sozinho.”
A pedido do próprio Serra, Aécio vai viajar pelo País. Já tem viagens escaladas para pelo menos sete Estados. Além disso, gravou na sexta-feira novas participações para os programas eleitorais gratuitos.
A vitória de Antonio Anastasia em Minas Gerais, afirma, é outro fator que explica a mudança de ares e o engajamento de prefeitos e lideranças locais na campanha de Serra. “A partir do momento em que o nosso grupo político ganha, há uma tendência natural de engajamento maior dos que já estavam do nosso lado e de uma busca de aproximação de alguns que tinham de colocar um pé em cada canoa.” O otimismo, porém, não desobriga o experiente político de uma avaliação realista: “Ninguém também pode achar que virou a eleição. Não. Vai ser uma eleição dura até o final. Mas o momento é positivo para nós.”
O clima da campanha em Minas para José Serra está diferente do que era no primeiro turno. O que explica essa mudança?
Acho que são duas coisas distintas. Primeiro, existe uma movimentação silenciosa, que independe de lideranças e dos partidos. Acho que há uma certa desilusão e um desencanto com o PT, com a Dilma. Foram esses votos que migraram para a Marina, não migraram diretamente para o Serra. Podem, agora, de forma majoritária, ir para ele. É um movimento que eu não sei quantificar, mas que existe. Da nossa parte, aqui tivemos uma coisa muito aberta, cristalina.
A nossa base, que apoiou o (Antonio) Anastasia (governador reeleito do PSDB), é composta pelos partidos do núcleo do nosso governo – PSDB, DEM, PPS, PTB, que estão com Serra desde o início. Mas tínhamos também uma base mais ampla, com PR, PSB e PDT. Eles estavam coligados formalmente com a Dilma. Isso que foi o início do “dilmasia”, que não é um negócio escondido não. Porque não é, por exemplo, uma defecção do PSDB para a Dilma. Nunca houve isso. Eram partidos que apoiavam a Dilma e o Anastasia. E eu não ia dispensar o apoio desses partidos numa eleição tão difícil como a que tivemos em Minas.
Agora, eleito o governador, a relação dos prefeitos com o governador é mais direta do que com o presidente da República. A partir do momento em que o nosso grupo ganha, da forma que ganhou, há uma tendência de engajamento maior dos que já estavam do nosso lado e de uma busca de aproximação de alguns que estavam mais distantes, e que tinham de colocar um pé em cada canoa. Essas duas coisas se complementam: um sentimento geral e difuso na sociedade, que passa por valores, e uma aproximação com o governo eleito. Isso serve para Minas e pode servir para São Paulo, Paraná. E agora é uma eleição sem a poluição de seis, sete eleições. É só Serra.
O sr. terá uma missão extra-Minas neste segundo turno. Sua atuação não ficará restrita ao Estado, é maior que isso.
Tive, na quinta-feira, uma longa conversa com o Serra. Acertamos alguns eventos. Terei uma agenda com ele. Vou a outros lugares a pedido dele. Estou indo para Goiás e Pará na quinta que vem, e na sexta ao Piauí e Alagoas. Ainda devo ir à Bahia. E vou a alguns eventos que o Serra achar importante, com ele. É importante o Serra, agora, mostrar ao Brasil que ele é um time político, que representa um grupo que tem credibilidade nos Estados, que tem trabalhos desenvolvidos e aprovados.
É importante para os indecisos que ainda existem, e os que votaram em Marina, que percebam que votar no Serra é mais do que votar no Serra – é votar em um projeto que é o do Beto (Richa, eleito governador do Paraná), do Geraldo (Alckmin, eleito governador de São Paulo), do nosso em Minas, do Marconi (Perillo, que disputa o segundo turno em Goiás). Vamos mostrar que o Serra não vai governar sozinho. É um esforço que vamos ter daqui por diante, até o final da campanha. Essa exposição de falar em nome dele e mostrar que vai ser um governo solidário e de muitas cabeças.


O candidato está mais aberto no segundo turno?

Bastante. Ele está demonstrando, e eu tenho acreditado nisso, disposição de compartilhar esforços e ideias, fazer um governo aberto. Essa era uma preocupação que alguns tinham lá atrás, saber como seria. Acho que ele vê um bom momento. Serra não está eufórico, mas está muito otimista. Fiz também novas gravações para o programa de TV dele. Está havendo uma movimentação natural e um engajamento maior de lideranças municipais do lado que ganhou (nos Estados). No caso de Minas acho que isso explica a euforia que você constatou.
Circulam especulações de que o seu empenho na campanha se deveria a um compromisso de Serra de que, se eleito, não disputaria em 2014.
Isso não faz jus nem à inteligência dele e nem à minha. Ele, de fazer (o compromisso) e eu, de acreditar que isso seja possível. Não é isso que está em jogo. Claro que queremos participar de um projeto para o Brasil, de um projeto novo, que compreenda as diferenças regionais. Isso me basta. Eu estou muito feliz com o papel que tenho feito. Não tenho essa obsessão de apoiá-lo para ele me apoiar. Nisso eu sigo a cartilha do doutor Tancredo (Neves) que dizia que Presidência da República é muito mais destino do que projeto. Quem construir algo assim, em etapas, acaba chegando a lugar nenhum. Eu vou querer ajudá-lo (Serra) a construir, no Congresso, uma maioria para que ela possa governar com tranquilidade. Ele vencendo as eleições, esse é o papel que eu vou executar. E é o papel que me agrada.
E é Minas que pode garantir a Serra a vitória no segundo turno, considerando o cenário atual?
Isso é uma visão que a imprensa e os analistas têm. O voto de Minas vale igual ao voto de Goiás, ao do Rio Grande do Sul. Precisamos, para ganhar, avançar a diferença em São Paulo, equilibrar e talvez vencer em Minas. O que eu vou fazer é um esforço enorme para que possamos virar o jogo no meu Estado. Agora, a vitória vai se dar pela soma de votos no Brasil inteiro. Minas chama a atenção porque aqui é a síntese do Brasil. Temos um Nordeste dentro do Estado, um Sul próspero, um Triângulo Mineiro tão rico quanto São Paulo. Vamos suar a camisa aqui para tentar dar a ele uma chance de vitória.


Mas, por sua experiência política, há hoje possibilidade real de vitória de Serra?

Acho que sim. Eu sou muito pé no chão. Ninguém também pode achar que virou a eleição. Não. Vai ser uma eleição dura até o final. Mas o momento é positivo para nós. Essa coisa dos prefeitos eu acho que era um vazio que existia, na relação com os municípios. Falo muito em pacto federativo, na reorganização dos Estados e municípios. A refundação da federação é outra tese que eu quero defender no Congresso com muito vigor. Temos que reorganizar os municípios e os Estados. O Lula, na verdade, ultrapassou os municípios, tem uma relação direta com a sociedade via Bolsa-Família, via os discursos dele. A orfandade dos municípios brasileiros pede uma parceria maior com o governo federal, uma parceria que não seja partidária, que não seja só com aliados. Esse é um discurso que vocês verão o Serra incorporando com mais força aí para a frente na campanha eleitoral.

Fonte: Ernesto Rodrigues – Estado de S. Paulo