Escola pública evolui mais que escola privada
Resultado do Ideb aponta que nota média de Minas é melhor do que a do país, com destaque para pequenas cidades
A educação na rede pública de ensino melhorou mais que na particular em Minas entre 2005 e 2009. Na média, os alunos da rede particular ainda apresentam melhores notas, mas a diferença vem caindo rapidamente. No entanto, o resultado geral está abaixo dos 6 pontos, valor que é considerado aceitável internacionalmente. Em Minas, destaque para as cidades do interior, em especial para as com menos de 10 mil habitantes. Nesses locais, a rede pública apresentou resultados ainda melhores que nos demais municípios.
Estas são algumas das constatações do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), estudo realizado pelo Ministério da Educação (MEC) que avalia a qualidade da educação no país. Os números nacionais foram divulgados na semana passada e, na segunda-feira (5), saíram os dados por Estado. O índice leva em conta médias de aprovação, estrutura física das escolas e formação dos professores.
O quesito de mais peso na nota final do Ideb, no entanto, é a nota média dos alunos do 4º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental. Os estudantes fazem provas de Português e Matemática. Os exames são elaborados por um grupo de professores universitários e os padrões de avaliação são reconhecidos internacionalmente.
Em uma escala de zero a dez, nas provas de Português e Matemática, os alunos da 4ª série dos anos iniciais da rede estadual em Minas tiraram 4,5 em 2005. Em 2009, a nota passou para 5,4. Organismos internacionais recomendam um mínimo de 6.
Em comparação com os alunos da rede pública no Brasil, no entanto, Minas vai bem. A média nacional das notas de alunos no 5º ano passou de 3,6, em 2005, para 4,4, em 2009. Em Minas, subiu de 4,9, em 2005, para 5,8, em 2009.
Na rede particular, o Brasil saltou de 5,9, em 2005, para 6,4, em 2009. Em Minas, a nota média dos alunos de escolas privadas nos anos iniciais passou de 6,3, em 2005, para 6,8, em 2009.
Nos anos finais, ou seja, ao final do 9º ano, a pontuação dos estudantes da rede pública mineira saltou de 3,6 para 4,1, enquanto que no país foi de 3,2 para 3,7.Barão de Macaúbas, a melhor da capital
A Escola Estadual Barão de Macaúbas, no Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte, ostenta a posição de melhor da capital entre as instituições públicas de 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental na lista do Ideb. Os alunos obtiveram uma média de 6,1 pontos nos exames de Português e Matemática. A instituição, no entanto, é apenas a décima no ranking estadual, cuja “campeã”, pela avaliação do Ideb, é o Colégio de Aplicação João XXIII, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, com média de 6,5 pontos.
Entre as escolas de 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental, a Escola Estadual Osório de Morais, em Coromandel, no Alto Paranaíba, foi a que obteve a melhor média – 8,3. Nesta faixa do ensino, nenhuma instituição de Belo Horizonte aparece entre as dez melhores.
A mais bem classificada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é a Escola Municipal Randolfo José da Rocha, em Contagem, com uma nota média de 8,0 pontos.Para a diretora da Escola Estadual Barão de Macaúbas, Amélia Lúcia Leite Botelho, o comprometimento dos professores e a participação dos pais nas atividades e reuniões é o que faz a diferença.
A diretora assegura que graças a projetos interdisciplinares, os conteúdos conseguem ser tratados com leveza e atraem o interesse dos alunos. O resultado é a melhoria na aprendizagem.
Outra característica da escola é o estímulo a atividades extracurriculares. Entre elas, a Olimpíada Nacional da Matemática. Uma das medalhas de ouro do concurso nacional do ano passado foi para o estudante Artur Fernandes Papa Pereira, 13 anos, aluno do 9º ano. Moradores do Bairro Fernão Dias, Região Nordeste da capital, os pais do jovem fizeram questão que ele frequentasse a escola, distante de casa, pela referência que tinham do estabelecimento.
O resultado é que, estimulado por professores, Artur se preparou para a Olimpíada. Na primeira participação, recebeu menção honrosa. Na segunda, medalha de bronze e um curso de Matemática extra.
Fonte: Augusto Franco – Hoje em Dia
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