30 de julho de 2014

Brasil perde de 7 X 1 na economia

Fonte: InfoMoney


Para Aécio, Petrobras caiu em armadilha e dispara: o que me preocupa é o 7 a 1 econômico

Candidato à presidência pelo PSDB afirmou ainda: “não sou candidato de um partido, de uma coligação, sou candidato de um sentimento que permeia a nação”

O presidenciável pelo PSDB Aécio Neves participa nesta quarta-feira de conferência realizada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Diálogo da Indústria com Candidatos à Presidência da República. Além de Aécio, Eduardo Campos (PSB) participou do evento e está prevista a participação de Dilma Rousseff (PT) à tarde.

Na segunda-feira, a CNI divulgou um conjunto de 42 estudos com sugestões em diversas áreas para a melhoria do ambiente de negócios do país.

“Não sou candidato de um partido, de uma coligação, sou candidato de um sentimento que permeia a nação”, disse Aécio. Segundo ele, o atual governo demonizou as privatizações, destacando ainda que “o aprendizado do PT no governo custou muito ao Brasil”.

economia e a inflação estourando o teto da meta mesmo com os preços sendo represados.
A reversão para menores juros não vão acontecer por discurso e sim com o aumento da confiança, afirma, destacando que “o Brasil é refém hoje de um populismo cambial, sem tratar as questões essenciais do que é importante para o País”, ressaltou.

Para Aécio, a estabilidade macroeconômica tem que ser resgatada no Brasil, dando destaque especial à palavra previsibilidade, com os setores do mercado também sendo tratados de forma isonômica. Também é essencial, segundo ele, resgatar as agências reguladoras para que elas não sejam mais entraves ao desenvolvimento nacional.

“O tempo novo passa por uma nova forma de governança e essa é a governança que podem esperar do meu governo. Não esperem plano A, plano B, Brasil Melhor, Brasil Melhor e sim por uma melhor governança, um melhor governo”, afirmou. Aécio destaca duas necessidades, de redução das taxas de juros e aumento de investimentos. A meta é de elevar investimentos de 18% para 24% do PIB.

Aécio comenta Santander

Ao comentar o episódio polêmico sobre a nota do Santander em que relacionou uma possível reeleição de Dilma à piora da economia, Aécio afirmou que o pessimismo é generalizado dada à queda de confiança.

O governo tem que sinalizar uma mudança de posição para que a arrogância seja substituída por um diálogo maior com quem ajuda o Brasil a crescer, destacou. “Isso não se fará com erros, isso se dará de acordo com uma nota postura. Tenho a oferecer uma nova e corajosa parceria, de simplificação do sistema tributário. O Brasil cansou de tudo que está aí e eu quero oferecer um novo tempo, e com muita ousadia”, afirmou.

Política externa

Sobre política externa, Aécio afirmou que “lamentavelmente, o Brasil optou por um alinhamento ideológico inconcebível, enquanto acordos bilaterais estão sendo feitos o tempo todo pelo mundo”, afirmou.

“O Brasil vem na contramão de tudo que o mundo desenvolvido vem pregando”, afirmou Aécio, ao falar sobre política externa, destacando que realinhará as relações não com um viés ideológico, e sim com um viés comercial.

Aécio também defende um “choque de infraestrutura” com o setor privado, afirmando ainda que não cabe ao governo estabelecer taxas de retorno e sim aos empresários.

“7 a 1 econômico”

Aécio também fez referências ao 7 a 1 que o Brasil sofreu contra a Alemanha na Copa do Mundo, como já destacado por casas de análises. Segundo ele, a goleada aplicada à seleção nacional em 8 de julho o deixou triste, mas o que realmente o preocupa é o “7 a 1 na economia“, com uma inflação em alta (por volta de 7% ao ano) e uma economia em baixa (com previsão de crescimento de 1% em 2014, segundo estimativa de economistas ouvidos pelo Focus).

“Estou preparado para romper paradigmas mesmo que os resultados não venham na totalidade no primeiro momento. Eu quero oferecer ambiente adequado para garantir a possibilidade do Brasil crescer. É a insegurança política e jurídica que vem fazendo com que o Brasil não atinja níveis de crescimento minimamente adequados”, afirmou.

Sobre inovação, Aécio afirmou que o Brasil tem que agir, parando de terceirizar as responsabilidades, além de aproximar as universidades do governo e avançar na construção da agenda da competitividade.

Agenda de inovação

Em suas considerações finais, Aécio afirmou que é candidato por acreditar que é possível construir uma agenda de inovação para crescimento no Brasil. Para ele, o atual governo deixa para seu sucessor um País desmobilizado, pois as ações sociais do governo não avançam, os jovens estão desacreditados, mas principalmente por causa dos agentes econômicos.

“Ou o Brasil encerra esse ciclo de governo que aí está para romper com as estruturas carcomidas de hoje ou teremos que enfrentar problemas ainda maiores do que hoje”, destacou.
“Caudatários, dependentes ou protagonistas, nós temos que decidir o que o Brasil deve ser”, afirmou, dizendo que deve haver uma inversão de valores e de atitude senão, o País vai cair para menos de 1% da participação do comércio no conjunto internacional.

O setor elétrico está na UTI e é assim que devemos tratá-lo, com medidas duradouros, afirmando que o setor está desorganizado e a Eletrobras é uma parte disso, com grandes prejuízos nos últimos anos.
Aécio afirmou ainda que a Petrobras é vítima da armadilha criada pelo atual governo. “Estamos na contramão do mundo a subsidiar combustível fóssil, sendo a Petrobras a única que registra mais prejuízos com a alta do preço do petróleo. Enquanto isso, está sendo exigido investimentos monumentais da empresa.

“Essa patrimonialização do País pelo atual governo está sendo ruim para o Brasil”, afirmou Aécio, destacou que, agora, a a crise econômica se instala por outras vertentes e o Estado está cada vez com menos liderança para tomar medidas.

“Não vai me faltar coragem desde o primeiro dia do governo para adotar todas as medidas necessárias para atingir maior crescimento e justiça social. Temos a oportunidade daqui a oito semanas para virar a página para o Brasil. O País não merece o governo que está aí”, concluiu.

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