28 de agosto de 2014

Aécio: país não é para amadores

O Brasil não é para amadores. A complexidade dos problemas que temos pela frente demanda experiência e quadros – afirmou o presidenciável.


Eleições 2014


Fonte: O Globo 



Após avanço de Marina nas pesquisas, Aécio diz que país não é para ‘amadores’


Em sabatina no ‘Estado de S.Paulo’, tucano disse que candidata deve escolher entre ‘mensalão’ (PT) ou ‘estabilidade’ (PSDB)


Um dia depois do primeiro debate na TV e da segunda pesquisa que o colocou como terceiro colocado na disputa presidencial, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nessa quarta-feira que o país não é para “amadores”. Embora ele evite mencionar nomes, o discurso é direcionado à Marina Silva (PSB), que assumiu nas últimas semanas o segundo lugar nos levantamentos pesquisas de intenção de voto.


- O Brasil não é para amadores. A complexidade dos problemas que temos pela frente demanda experiência e quadros – afirmou o presidenciável, após participar de um encontro com voluntários da campanha dele em São Paulo.


Depois de investir nos últimos dez dias no discurso de que ele é o candidato mais preparado para se contrapor à MarinaAécio parte agora para uma nova ofensiva que é tentar desgastar a adversária, associando a ela o rótulo “incerteza”. Na estratégia tucana, Aécio dirá que sua campanha representa uma “mudança segura” ao país, enquanto Marina o “caminho da incerteza”. O anúncio do nome de Armínio Fraga para ministro da Fazenda pelo tucano no debate, caso seja eleito, atende a esse novo raciocínio.


Na avaliação de integrantes da campanha, Aécio se saiu melhor no embate com a presidente Dilma Rousseff do que com Marina Silva (PSB) na TV no debate de ontem na TV Bandeirantes. Eles alegam que o tucano vinha se preparando há mais de um ano para confrontar Dilma e que é natural o candidato não se mostrar tão seguro ao debater com aMarina.


No pronunciamento que fez nesta manhã a militantes e voluntários, Aécio repetiu as antigas críticas a Dilma, mas também ampliou a artilharia contra Marina.


-De um lado temos esse governo que está aí e fracassou. Por outro lado, apresenta-se uma nova proposta com um conjunto de boas intenções, mas que não consegue superar suas enormes contradições. Eu tenho sempre muito cuidado com essas conversões de última hora. Estamos aqui apresentando ao Brasil não um arremedo ou improviso, mas uma proposta realista e factível.


Num contraponto ao clima de comoção que tomou o país com a morte do então presidenciável Eduardo Campos (PSB), Aécio disse que “a hora da razão está chegando” e repetiu o discurso da incerteza.


- O Brasil paga um preço caro pela inexperiência daqueles que governam o Brasil e não vai correr novos riscos.


Para a militância, a palavra de ordem foi mobilização. Aécio pediu aos voluntários que saiam às ruas para atrair novos colaboradores para a campanha e repetiu diversas vezes a palavra confiança para animar os militantes diante das pesquisas em que ele vem perdendo intenções de votos.


- Nosso ânimo é enorme – afirmou.


Depois de uma presença intensa no Rio nos últimos dias, Aécio concentrará os esforços nesta semana em São Paulo. Amanhã ele se reúne com operários no início da manhã e terminará o dia em Campinas, interior paulista. No sábado, o candidato estará na festa do Peão de Barretos.


‘MARINA PRECISA ESCOLHER ENTRE MENSALÃO E ESTABILIDADE’


Na tarde dessa quarta, em sabatina promovida pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Aécio disse que a campanha de Marina tem que decidir se quer governar com o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos conselheiros de Marina Silva (PSB), Eduardo Gianetti disse recentemente que gostaria de ter ambos em um eventual governo da presidenciável.


— Ouvi recentemente o Gianetti, de quem gosto, que a Marina gostaria de governar com o apoio do Lula e do Fernando Henrique. Bonita a expressão, mas em que direção? Na de Lula ou do Fernando Henrique? Na da estabilidade ou na do mensalão? Na da responsabilidade fiscal, das privatizações ou do absurdo aparelhamento da máquina pública? Do respeito às regras ou do intervencionismo? Essas são contradições vão ter ficar claras — cobrou o tucano.


Na entrevista, o presidenciável também saiu em defesa de FH e disse que aqueles que não gostam do ex-presidente não precisam votar nele. O candidato não falou quando e se o ex-presidente aparecerá em seu programa no horário eleitoral.

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