19 de agosto de 2014

Em entrevista, Aécio defende UPPs e fala sobre 2º turno

Em visita à comunidade de Santa Marta, Aécio Neves falou da importância das UPPs e apresentou novo programa de distribuição de Renda.


Eleições 2014


Fonte:  Jogo do Poder



Entrevista do candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves


Sobre Segurança Pública e UPPs.


Quero reafirmar o que disse, de que as UPPs são um primeiro passo importante para que políticas sociais de geração de renda, de apoio às mulheres, aos jovens, de forma muito especial, possam chegar nessas comunidades. Vamos falar sempre do segundo passo, reconhecendo a importância das Unidades de Polícia Pacificadora. Tenho certeza que é possível no governo federal, planejando e coordenando ações na área de segurança pública, avançarmos na inibição dos crimes nessas regiões. Mas, mais do que isso, alternativas, possibilidades novas de empregabilidade, o foco vai ser muito grande nos jovens, que devem receber uma alternativa àquela que está ali no seu entorno, sobretudo, da criminalidade.


Fizemos muito isso em Minas Gerais com o Fica Vivo. Abrimos os espaços da área de segurança, os batalhões de polícia militar, para que os jovens pudessem conviver, inclusive, ter uma relação diferenciada com os agentes de segurança, mas vamos tratar, sobretudo, dos equipamentos sociais. Temos que levar para essas comunidades escolas qualificadas, postos de saúdes equipados e, principalmente, políticas de geração de renda. Creches adequadas para que as mães possam trabalhar – elas que são as mantenedoras da maioria dos lares nessas comunidades –, investimentos na melhoria da qualidade da habitação.


Programa Família Brasileira


E aí há um programa que estamos apresentando, e vamos detalhá-lo no nosso espaço eleitoral, chamado Família Brasileira, onde vamos classificar essas famílias mais dependentes de transferência de renda em cinco níveis, para que elas possam, a cada ano, alterar o seu nível de carência, diminuir esse nível de carência. Isso passa desde questões estruturais nas moradias, como, por exemplo, em algumas delas a ausência de um banheiro adequado, de saneamento básico, pessoas na família vivendo processos graves de risco, por exemplo, jovens ou filhos dessas famílias em casas de correção, ou mesmo membros da família no sistema prisional. Jovens adolescentes grávidas sem fazer o pré-natal de forma adequada. Vamos entrar em um nível de detalhamento que os programas não entraram até hoje. E,classificando esse nível de carência, cabe ao Estado atuar nas suas várias frentes para que essas carências possam ano a ano serem diminuídas.


Isso significa que, diferente do PT, que acredita que a pobreza depende apenas da ausência de renda, queremos compreender a pobreza numa dimensão maior, além da ausência de renda, que certamente é uma fase fundamental para essa caracterização, mas também compreender a ausência de serviços de qualidade, de serviços minimamente dignos, como aos quais me referi aqui, e também na ausência de oportunidades. Ou criamos um estimulo a qualificação dessas pessoas para que elas possam de alguma forma buscar uma alternativa melhor na vida, inclusive em relação essas comunidades do Rio de Janeiro, estimulando programas como o programa Regresso, do AfroReggae. Temos lá em Minas o chamado Segunda Chance, onde egressos do sistema prisional são de alguma forma estimulados a irem para o mercado de trabalho. No caso de Minas Gerais, dando a empresas ou pagando a empresas durante um determinado período, um determinado valor, para que elas possam estar estimuladas a ressocializar esses jovens através do mercado de trabalho.


Há muito o que ser feito hoje. Estou extremamente convencido de que temos a mais bem elaborada e acabada proposta, que, diferente do PT, não busca apenas conviver e administrar a pobreza, busca a sua  superação efetiva.


Sobre a disputa eleitoral e eventual segundo turno.


A minha candidatura é uma candidatura de oposição ao governo que está aí. Oposição do ponto de vista dos valores, da eficiência, da visão, da gestão do Estado, nas políticas sociais falamos disso aqui agora, na visão de mundo, nas relações que o Brasil precisa ter. Nosso adversário é o sistema que está aí, esse governo que, infelizmente para nós, brasileiros, fracassou na condução da economia, na gestão do Estado, principalmente das obras de infraestrutura que estão em grande parte delas atrasadas, com sobrepreços, espalhadas pelo Brasil, e falhou na melhoria dos indicadores sociais. Esse é nosso alvo. Isso não muda. Isso não se altera. E as convergências, assim como as divergências, surgirão naturalmente durante a campanha. Sinceramente, não vou estar adequando a nossa proposta em razão da trágica situação que fez com que o PSB mudasse o seu candidato. Eu hoje sou condutor de um projeto para o Brasil que não é apenas do PSDB e nem dos aliados. É um projeto de inúmeras pessoas que ao longo dos últimos anos vêm se debruçando na sua construção. Aqui mesmo temos várias reuniões de consolidação desse programa. Eu sou oposição ao governo que está aí. Se encontrarmos aspectos positivos, vamos mantê-los e aprimorá-los, os programa de transferência de renda são um desses aspectos, até porque foram iniciados lá no nosso governo. Mas minha candidatura é uma candidatura de oposição ao governo do PT. E é assim que caminharemos durante a campanha eleitoral.


Quanto ao segundo turno em que todos têm que lutar para chegar lá, acredito muito na opção do eleitor, do cidadão. Acho que há uma visão hoje muito mais madura do que algumas pessoas imaginam do eleitor, que se eventualmente não ver o seu candidato ou a sua candidata no segundo turno, vai saber fazer a sua opção. Minha obrigação e minha responsabilidade é apresentar ao Brasil uma opção diferente dessa que está aí, que permita o Brasil recuperar seu crescimento, resgatarmos nossos empregos de boa qualidade que temos perdido, mantermos os atuais, mas melhorarmos a vida das pessoas. Nossa proposta visa cuidar das pessoas e é isso que nós vamos debater a partir de amanhã, vocês vão assistir o nosso programa eleitoral. Vamos debater propostas com otimismo, olhando pro futuro. Não vou fazer uma campanha olhando paro retrovisor da história e tampouco preocupada com adversários. O que quero é apresentar uma um novo projeto para o país e tenho muita confiança de que esse será, no momento certo, o projeto aprovado pela maioria dos brasileiros.

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