8 de junho de 2009

Aécio saiu na frente

Claro que não estamos referindo as pesquisas eleitorais. Nelas, José Serra continua absoluto e Dilma cresceu um pouco. Mas Aécio Neves saiu na frente quando, esta semana, em Brasília, acentuou a necessidade de cada um dos pré-candidatos à presidência da República dizer a que pretendem vir.

Não apresentarem planos de governo, desde já, é óbvio, mas delinearem certas metas básicas, em condições de distingui-los. Melhor dizendo, de marcá-los na memória dos eleitores como os defensores de objetivos definidos para o caso de conquistarem o poder.

Porque até agora se sabia apenas que Serra, Dilma, Aécio, Ciro, Heloísa e outros queriam ocupar o palácio do Planalto, ignorando-se para quê. No máximo, ouvia-se, como ainda se ouve no caso dos outros, que Dilma Rousseff será a continuação do governo do Lula. José Serra levará para a capital federal sua experiência paulista.

Ciro? será a renovação e Heloísa, a revolução.Pois Aécio, a partir de agora, apresenta metas capazes de diferenciá-lo dos demais, à maneira de Juscelino Kubitschek quando se lançou na campanha apresentando desde o início a proposta de "Energia e Transporte".

O atual governador mineiro lançou sua primeira mensagem fulanizada ao anunciar o aprimoramento da gestão pública como primeira preocupação.
Pode-se simplificar o conceito em uma palavra: eficiência, que significa a aplicação correta dos recursos públicos pelo governo, aprimoramento da máquina administrativa, quem sabe o seu enxugamento. Com o conseqüente prestígio ao funcionalismo estatal.
Dirão seus adversários não ser essa a maior prioridade nacional, e, por isso, ele acoplou uma segunda plataforma, o pleno emprego. Uma decorrência, em seu entender, da programação social do governo Lula.

O bolsa-família deve ser continuado e até ampliado, mas jamais como um fim em si mesmo, ou seja, o assistencialismo deve conduzir à auto-sustentação dos beneficiados.
O bolsa-família, em suas palavras, deve constituir um meio, um trampolim para a preparação do indivíduo para o trabalho. Coisa que pode levar a uma terceira meta, o desenvolvimento econômico apoiado na eficiência e na preparação do trabalhador.

São ideias ainda vagas, mas formam uma tentativa de estrutura de governo que Aécio pretende desenvolver. Pouco, mas muito mais do que se ouve de seus concorrentes.

Carlos Chagas.
Jornal Diário de Marília

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