O governador Aécio Neves participou nesta terça-feira (07/07), no plenário do Senado, em Brasília, da sessão solene do Congresso Nacional em comemoração aos 15 anos do Plano Real. Ao lado do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e lideranças políticas de diversos partidos, o governador destacou os avanços econômicos e sociais alcançados pelo Brasil desde o Governo Itamar Franco. Ele destacou que é chegado o momento de um novo pacto federativo para que sejam adotadas as reformas e medidas ainda não realizadas no País.
“Mais do que a busca da paternidade sobre essa ou aquela ação, o que precisamos estar buscando é a compreensão de qual a agenda que ficou por fazer. O que nos moverá daqui por diante. Para que possamos enfrentar questões que não são de um partido, tampouco de um governo, são do estado nacional. Para atravessarmos, finalmente, a fronteira para o tão sonhado ‘pleno desenvolvimento’, temos que ter coragem política para fazer as reformas constitucionais necessárias, as que ficaram inconclusas, pela metade, e as que sequer foram devidamente discutidas nesta Casa. Temos que ter coragem administrativa para ajustar a gestão pública, contendo a farra dos gastos com o próprio governo”, disse Aécio Neves, em seu pronunciamento.
Refundação
Segundo ele, o primeiro passo a ser tomado na busca do pleno desenvolvimento do País é um processo urgente de refundação da federação. Para o governador, somente com redução da carga tributária e uma redistribuição de recursos e responsabilidades entre os entes federados será possível um desenvolvimento equilibrado no Brasil.
“Não é possível nem razoável uma carga tributária estratosférica como a nossa, em torno de 40% do PIB, gere uma arrecadação de impostos extremamente crescentes, enquanto não conseguimos investir, sequer, 1% das obras de infraestrutura que esse País tanto necessita. Não é possível nem razoável, que cerca de 70% de tudo o que se arrecada no Brasil hoje, fique sob o mando político da União, em detrimento de estados e municípios. Refundar a federação, no Brasil, não pode ser o projeto de um partido e nem de um governo”, afirmou Aécio Neves. E completou: “tem que ser um projeto de todos em defesa do Estado brasileiro. É a grave equação, essa, da refundação da federação, que sintetiza o desequilíbrio do nosso processo de desenvolvimento. Temos que enfrentá-lo com a mesma responsabilidade histórica com que fizemos o Plano Real, aprovamos a Lei de Responsabilidade Fiscal e instalamos a primeira grande rede de proteção social do País. Não há outra alternativa”, afirmou Aécio Neves.
Plano Real
Em seu discurso, o governador também homenageou os ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso que, na sua visão, foram os dois principais responsáveis pelo sucesso do Plano Real.
“Estadistas que são, se curvaram, naquele momento delicado da vida brasileira, à urgência de defender a moeda, antes que sua erosão levasse ao caos econômico e ao risco de um novo desmanche democrático. Muitas experiências haviam sido feitas, para conter o processo inflacionário, mas nenhuma com a consistência e a profundidade do Plano Real”, ressaltou.
O governador lembrou ainda que a ex-primeira dama do Brasil Ruth Cardoso também desempenhou um papel importante para o sucesso do Plano Real, estabelecendo um novo paradigma nas relações sociais do país com a mobilização das comunidades brasileiras mais carentes.
CicloSegundo Aécio Neves, o Brasil viveu um ciclo importante, que se iniciou na administração de Itamar Franco, passou pelos oito anos de Fernando Henrique Cardoso e se mantém no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, neste período, além da estabilidade econômica, foram consolidados importantes programas de transferência de renda.
“Tenho absoluta convicção que dentro de algum tempo, fora das intempéries das eleições, das paixões que as disputas sempre trazem, os analistas políticos, os cientistas políticos haverão de analisar e compreender o período que se inicia com Itamar Franco, passando pelos oito anos do presidente Fernando Henrique, depois pelos oito anos do presidente Lula como um só período de continuidade na vida econômica do país. Que começa exatamente com o Plano Real e a estabilização da economia”, disse.
A solenidade no Senado Federal contou com a presença de diversas lideranças políticas, como a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, o presidente do Senado, José Sarney, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, além de economistas e ex-membros do Governo Fernando Henrique, como o ex-ministro Rubens Ricupero e o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco.
Matéria publicada: Agência Minas
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